quinta-feira, 1 de maio de 2014

o mito da caverna de hoje em dia

estamos em 2014 e platão ainda é atual. como que pode uma coisa dessa? enfim.

sai ano, entra ano e eu ainda não consigo acreditar o quanto a nossa sociedade é individualista. e cega. claro que não 100% da população, mas um número assustadoramente grande dela com certeza é sim. 

todo mundo preso e acorrentado na caverna, de costas pra "saída", vendo as sombras projetadas na parede e acreditando piamente que aquela seja a verdade absoluta das coisas, já que se trata de sua própria realidade. sem sequer pensar que aquilo que se vê, pode não ser exatamente aquilo que é. e, de fato, não são a mesma coisa. o nosso ponto de vista dificilmente vai retratar o panorama geral e, como consequência, a gente dificilmente enxerga o todo. vemos o que nos é conveniente, o que está escancarado na nossa cara, o que nos diz respeito. e só.
no mito, um dos prisioneiros se liberta e sai da caverna. pra ele isso não é fácil, já que precisa acostumar sua visão - e sua mente - à claridade, às formas, aos objetos e, principalmente, ao sol (que simboliza a verdade verdadeira, digamos assim). aos poucos ele consegue se adaptar e passa a entender que a sua realidade de antes era falsa. 
seria lindo se as pessoas conseguissem se soltar das suas amarras, sejam elas morais, religiosas, preconceituosas ou o que for, e conseguissem perceber o quanto a coisa é maior, mais ampla. o quanto o mundo difere daquilo que elas acreditam ser verdade. o problema é que se você consegue sair da caverna e depois tenta mostrar aos ainda prisioneiros que eles estão errados e com a visão limitada, você é ridicularizado. te julgam louco, te julgam rebelde, querem te calar de qualquer forma.
mas, apesar disso, o esforço não será em vão. saia da caverna, enxergue a perspectiva total da verdadeira realidade, tente esclarecer a mente dos que não conseguem vê-la e não desista quando tentarem te parar. se agarre na possibilidade de ajudar pelo menos uma única pessoa a se ver livre das correntes. aos poucos, com persistência e fé na vida, as coisas melhoram. se cada um conseguir libertar pelo menos uma outra pessoa de dentro da caverna, quem sabe algum dia a sociedade não se torne menos egoísta, hipócrita e limitada? a esperança é a última que pode morrer num caso desses...

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