sábado, 24 de outubro de 2015

à la sarah nelson

faz tempo que não apareço aqui pra escrever alguma coisa decente, eu sei. dei uma sumida por motivos de:

1) arrumei um fucking emprego. virei estagiária, dei meu segundo passo pra essa maravilhosa (só que né...) vida de adulto etc. e aí no tempo livre ou eu tô fazendo coisa da faculdade ou eu tô dormindo mesmo, porque lidar com esses dias eternos e cheios de coisa pra fazer não tá sendo fácil;
2) eu ainda não superei o BEDA e tô com sérias dificuldades pra arrumar assuntos sobre os quais falar;
3) não tô conseguindo escrever nada sobre os assuntos que eu arrumo.

daí que eu já comecei e desisti de uns dezenove posts, mais ou menos. ou porque tava muito ruim, ou porque o tema de repente parava de render, ou porque eu simplesmente achava que aquilo não interessava a ninguém e, sei lá, meio nadavê ficar publicando texto sobre algo que só interessa a mim. aí é melhor deixar só no rascunho mesmo, né?

mas, pensando bem, também tem um outro fator... recentemente comecei a ler claros sinais de loucura, da karen harrington. de forma bem sucinta, o livro fala sobre a sarah nelson, uma menina de doze anos que tem uma mãe com transtornos mentais. não posso falar muito porque ainda nem cheguei na metade, mas ele já tá me despertando uma vontadezinha maluca de voltar a escrever meus textos à mão, com papel e caneta, e não aqui. pra explicar: o professor da sarah deu um caderno pra cada aluno da turma e pediu, como lição de férias, que eles escrevessem cartas pra algum personagem da literatura. ela leva realmente a sério e escreve muitas cartas pro seu personagem preferido (o atticus finch, de o sol é para todos), seja só pra falar que ele é um cara que ela admira bastante ou meio que pra pedir ajuda mesmo, do tipo "o que você faria nessa situação? queria que você fosse meu pai" e tal. e isso me fez pensar que, putaquepariu, talvez eu também precise me comunicar com certas pessoas (ficcionais ou não) dessa forma. porque, no caso, o que importa mesmo não é a resposta que eu nunca vou receber. o lance é desabafar pra pessoa certa, ainda que ela nunca leia. 

não sei se faz sentido, mas pra mim isso é bem razoável. por algum motivo esquisito, fiquei com a impressão de que isso é justamente o que eu preciso. pegar meu lápis grafite (porque é preciso ser muito confiante pra escrever uma carta à caneta, logo de cara), começar com um "querida pessoa x..." e colocar ali tudo o que eu preciso falar e que eu acho que só ela é capaz de ler e entender. mesmo que ela nunca leia, mesmo que ela só exista dentro de um livro. talvez eu faça isso.

um dia, andando com meu namorado pela livraria, achei o caderno mais lindo que eu já vi. a capa é branca, cheio de pingos de chuva de cores pasteis, com uma girafinha amarela no meio, segurando um guarda-chuva. é claro que comprei, mesmo sem saber quando eu usaria. e eu não toquei nele ainda, porque acho lindo demais pra usar em algo que não seja importante o suficiente. acho que descobri qual será a utilidade do caderninho.

4 comentários:

  1. Quando li esse livro fiquei inspirada pra caramba. E escrevi algumas cartinhas, sim. Que foram todas rasgadas em seu devido momento porque tenho pavor de que alguém encontre as minhas coisas. Mas enfim.

    O blog continuará aqui. Não precisa ser tão assídua. Relaxa. :) Escreva pra te fazer bem, não apenas porque TEM DE escrever num blog.

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    1. então, eu fico pensando nisso também, vai que de repente alguém encontra meus papeis? não sei se eu ia saber lidar com isso. mas vou dar uma chance às cartas, de qualquer forma. nem que seja pra eu perceber que nem é tudo o que eu tava pensando que seria hahah

      ai, você é super fofa! <3

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  2. Conheci seu blog agora, por meio dos recomendados da Mia :p
    Já adorei o texto, sei bem como é a vida de estágio e curso, cansativo demais. Toda vez que tenho tempo para a internet, nunca é pra algo útil, porque procrastino demais...
    Tenho pensando em diversos temas para o blog, mas eles necessitam de pesquisa, que eu não estou fazendo.
    Penso também em escrever à mão, mas o medo de ser pega é tão maior!
    Espero que se inspire, no papel ou no blogger. Mas que escreva, porque é bom demais :)

    Beijo e até mais!

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    1. nem me fale em procrastinação! eu preciso tirar esse mal da minha vida. quando eu penso em fazer algo útil, percebo que já faz mais de uma hora que não faço na-da, só fico na enrolação... hahaha
      nossa, eu super entendo isso de precisar de pesquisa pra escrever. já deixei algumas ideias pra lá por conta disso também. rola aquele pé atrás em falar sobre algo que eu não domino tanto assim sem ir atrás de mais informações, mas a procrastinação novamente me impede de concretizar esse tipo de coisa. olha aí como esse negócio é um problema! hahaha

      que a inspiração nunca nos falte! beijo beijo

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