terça-feira, 1 de dezembro de 2015

as if i had a choice

olha eu aqui novamente pra falar mal do inglês, a habilitação mais ingrata da letras :)

pra contextualizar: uma das disciplinas obrigatórias desse semestre era introdução ao teatro. sendo da grade do inglês, deveria ser ministrada nesse idioma. como a professora aceitou requerimento de uma galera de outras habilitações, que não necessariamente têm o nível de inglês necessário pra acompanhar as aulas, ela passava textos em língua inglesa, mas na classe só falava em português. (ainda que as aulas do inglês sejam todas em inglês. ou era assim que deveria ser...)

eis que a professora ficou de passar as orientações pro trabalho de fim de semestre no final da última aula, depois de concluir o último tópico. faltando mais ou menos uns vinte minutos pra aula acabar, quando eu pensei que as instruções fossem finalmente ser passadas, a moça perguntou pra turma o que a gente tinha achado do curso. assim como acontecia em todas as aulas, ninguém disse nada. ao longo do semestre, a interação dessa turma foi mínima, só umas cinco pessoas (de sessenta, pelo menos), davam a devolutiva das perguntas da professora. enfim. ela perguntou, ninguém respondeu, ela ficou com aquela cara de quem tá tensa aguardando a nossa resposta, o silêncio só fez crescer... como já era de se esperar, já que era sempre assim. até que ela deu uma risadinha e resolveu responder a própria pergunta.

pra começar, a professora disse que o curso tinha sido ruim, porque não houve interesse por parte dos alunos HAHAHAHA disse que nos anos anteriores, mesmo com as greves, a experiência tinha sido bem melhor. também disse que tinha programado passar mais conteúdo, mas viu que isso não era cabível já que a turma não tava nem aí. além disso, a professora falou que se surpreendeu ao ouvir uma das alunas falando que não se interessava por teatro. ah, sem esquecer que ela falou que nós, alunos, passamos a impressão de estarmos ali apenas por motivos de "presença, créditos e nota".

ao mesmo tempo em que eu fiquei meio com dó da professora, por ela ter se sentido um tanto inútil (por falta de palavra melhor) durante todo o semestre, também me deu vontade de rir. primeiro porque eu não tava acreditando que tinha ido pra faculdade aquele dia unicamente pra pegar as instruções pro trabalho final e, no caso, a professora tava chorando as pitangas em vez de passá-las pra gente. segundo porque, miga... a matéria é obrigatória, sabe? é mais do que natural que não haja interesse dos alunos, já que eles estão lá por obrigação. a única habilitação a oferecer essa matéria é o inglês mesmo, as outras tão cagando pra isso. inclusive não sei até agora porque essa matéria faz parte da grade obrigatória, já que ela deveria total ser optativa. olha, se ela perguntasse pra galera na primeira aula do curso quem realmente queria estar ali, duvido que o número de alunos passaria de vinte.

achei super falta de bom sensinho da professora ficar segurando os alunos (aliás, a classe tava quase vazia) depois do horário final da aula pra falar sobre como nós fomos uns lixos e blablabla sendo que a enorme maioria sequer tinha escolhido estar ali. daí uma moça levantou a mão pra falar que, da parte dela, o problema com a matéria foi o fato de não ter a menor intimidade com teatro, já que ela nunca tinha ido ver peça nenhuma antes do curso começar. cê acha mesmo que essa pessoa estaria cursando introdução ao teatro se tivesse a chance de escolher???? bota a mão na consciência, minha senhora.

letras-usp, aquele curso sem critério que coloca introdução ao teatro como matéria obrigatória do inglês, mas deixa literaturas africanas de língua portuguesa como optativa do português. dai-me paciência pra terminar essa graduação...


PS: a professora não passou as orientações pro trabalho, ela mandou por email pros alunos. acordei cedo e saí de casa à toa.

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