quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

feliz aniversário, bonita!

olha, sei que no seu dia eu deixei um pouquinho a desejar... comemorei o seu aniversário dentro da minha própria casa, dançando ao som de uma banda absolutamente carioca, tomando gelinho - que me faz lembrar das minhas férias em santa catarina - e beijando muito o meu namorado, que nem é tão seu fã assim... mas eu sou, juro. gosto de você (quase) todinha, são paulo! inclusive dos prédios do centro, que eu continuo achando a coisa mais linda que existe, ainda que todas as pessoas do mundo façam cara de reprovação quando os veem.

pra compensar a falha comemorativa, saí nos dias anteriores. passei a tarde do sábado rodando pela avenida paulista com o boy e foi uma delícia! teve yakisoba por um preço bem em conta, show ao vivo (foi tão bonitinho que me fez chorar <3), livrarias, energias positivas no vão do masp, uma voltinha nadavê dentro do parque, um vento tão absurdo que mais um pouquinho eu saía voando e uma cerveja impressionante, porque foi a primeira na vida que eu tomei e gostei (milagre, eu diria). no domingo o passeio foi mais modesto: fomos passar a tarde no sesc mais perto de casa, um lugar maravilhoso que eu frequentava muito quando era pequena, mas já não ia mais há muitos anos. não fizemos nada de especial por lá, mas ver a criançada se divertindo com uma banda voltada inteiramente pra elas, ou andando de patins com o sorrisão no rosto independente dos incontáveis tombos, fez valer toda a chuva que a gente tomou pra chegar lá. terminamos o passeio comendo no lugar preferido do namorado, com direito a um baita milkshake de morango.

namorado e eu constatamos que, definitivamente, somos feito turistas dentro da nossa própria cidade. a gente não conhece quase nada, não aproveita quase nada, não faz por merecer toda essa miscelânea impressionante que a cidade tem a oferecer. ainda assim, mesmo sendo uma péssima paulistana, eu te acho incrível, são paulo! obrigada por ser essa coisa louca, capaz de abrigar tanta gente diferente no mesmo espaço, com esse seu ritmo acelerado que eu nunca serei capaz de acompanhar. tem tanta coisa errada acontecendo nas suas ruas que eu não sou capaz de falar que você tá de parabéns, mas te desejo, de coração, que nos próximos anos de vida você consiga evoluir e crescer sem parar, pra se tornar um lugar melhor pra todo mundo. que as pessoas que por você transitam sejam mais leves, mais educadas, mais pacientes. que a desigualdade diminua, que a mobilidade urbana melhore (respeita as bike!), que o governo e a prefeitura cuidem de você com mais carinho do que estão fazendo agora.

pretendo ser uma filha menos ingrata e, sendo assim, passar a usufruir muito mais dessa cidade caótica e maravilhosa. às vezes me dá vontade de sair correndo daqui e não voltar nunca mais, mas só de pensar eu já morro de saudade dessa linda. não sei dizer se são paulo é realmente o meu lugar no mundo (ainda preciso conhecer muita coisa antes de fazer esse tipo de afirmação!), mas garanto que eu me sinto muito feliz por ter nascido bem aqui, nela, nesse bairro periférico e meio desconhecido.


existe amor em SP, sim. e não é pouco!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

tinha uma pedra no meio do caminho

meu guarda-roupa é branco, daqueles que tem porta de correr. é meio vagabundo, imagino que tenha sido relativamente baratinho e, por isso, vive me dando trabalho (às vezes a porta sai do lugar e acaba caindo, aí eu faço uma bela força com meus bracinhos de palito de dente pra levantar aquele peso todo e recolocar a bendita).

quem escolheu foi minha mãe, porque combinava com o resto da decoração do quarto. todo aquele espaço em branco no guarda-roupa, enquanto quase todo o espaço das paredes já havia sido ocupado, fez a maluca dentro de mim sentir um comichão - é claro que ocupei um pedacinho da porta. colei fotos, desenhos, lembretes... e uma lista: a minha lista de próximos livros a serem lidos.

vivo fazendo listas, aliás. por qualquer razão. lista de coisas a serem feitas em determinado dia, de itens pra comprar na farmácia, de matérias que ainda preciso estudar, que seja. mas uma das listinhas mais comuns de se encontrar perdida em alguma das incontáveis gavetas do meu quarto é a famosa lista de livros a serem lidos. ela vive se renovando, mas nunca deixa de ser enorme (e, pelo que eu me lembre, jamais consegui riscar todos os títulos de alguma delas). 

ano passado eu cometi um vacilo: só anotei meus livros lidos a partir de junho, o que significa que eu realmente não faço a menor ideia das minhas leituras do primeiro semestre de dois mil e quinze (tenho só vinte anos, mas minha memória é tipo a de uma senhorinha). a soma dos livros lidos nesses sete meses dá 17, o que eu considero um número baixo. sendo assim, uma das minhas metas pra esse ano que começou era, obviamente, ler mais.

pra isso, inventei até de tentar cumprir o seguinte desafiozinho de leitura (coisa nunca antes feita pela minha pessoa), compartilhado no facebook por uma das minhas professoras do intercâmbio:


eu já tinha até escolhido alguns dos títulos que seriam lidos e, mais que isso, já tinha começado a ler um deles. porém... surgiu um problema. problema esse que foi tipo uma pedra grande e incontornável no meio do meu caminho: a tal da enxaqueca do post anterior. (preciso dizer que foi ingenuidade minha aquele último parágrafo felizinho de quem tava aliviada por não ter mais dores? pois foi. continuei mal por vários dias, ainda que em menor escala.)

a enxaqueca veio acompanhada de uma sensibilidade tremenda nos olhos e de um enjoo insuportável que custou a me largar. é claro que isso me impediu de ler livros, né? e é claro que eu já atrasei minhas leituras de janeiro, né? ainda mais que eu peguei costume e agora praticamente só leio livros enquanto estou no transporte público. o que é uma coisa ótima, porque me distrai na viagem e, de quebra, eu risco alguns títulos da famigerada lista, MAS quando uma pessoa que acabou de se recuperar de dor de cabeça, de sensibilidade nos olhos e de enjoos tenta ler livros com o ônibus balançando, a coisa não flui exatamente como deveria...

o que significa que eu li menos de trezentas páginas em dezenove dias e esse número me deu um calafrio, porque já tá me batendo aquela sensação bem gostosinha de "cê vai falhar, miga, desiste" logo no primeiro mês. porém vamo lá com força na peruca fingir que tá tudo muito bem e que eu com certeza vou conseguir ler pacas esse ano, vai ser fácil, vamo lá!!!! como eu disse pro meu boy dia desses: minha versão 2016 tá mudadíssima, toda trabalhada na ousadia e alegria!

domingo, 10 de janeiro de 2016

a saga da enxaqueca

dois mil e dezesseis não tem nem duas semanas ainda e já tá me dando um baita dum trabalho: pela primeira vez na vida, tive crise de enxaqueca. PUTAQUEOPARIU.

estava eu, lindinha, no trabalho quarta feira. meu namorado, lindíssimo, foi me buscar no ~final do expediente~, pra sairmos juntos de noite. fomos no cinema assistir o último dos jogos vorazes (que não chegou a ser uma decepção. tendo lido os livros e, obviamente, odiado o final, já era de se esperar que o filme fosse meio fraco mesmo - mas aquela última cena, do jardim, conseguiu surpreender de tão ruim). eu reclamei de cólica e dor de cabeça algumas vezes, mas nada que não seja comum nessa querida época pré menstrual, convenhamos. 

daí que chegou a quinta feira e a dor de cabeça ainda tava lá. e tava forte. e tava estranha, porque não era exatamente dor: era um peso, uma pressão esquisita. cada vez que eu virava a cabeça pra olhar pros lados, parecia que explodia alguma veia nova no meu cérebro, tamanho desconforto. era como se minha cabeça inteira pulsasse. eu tava mal, né? daí que o boy realmente precisava passar na minha casa pra pegar umas coisas (digamos que eu tenha atrasado um pouco no presente de natal heh) e, sendo ele uma pessoa maravilhosa, foi me buscar no trabalho mais uma vez. saí mais cedo, inclusive, porque não tinha condições de ficar por lá. minha coluna doía a cada passo que eu dava, só pra ficar mais divertido.

euzinha

eu raramente fico doente, da última vez que fui no pronto socorro (até então...) ainda era na ala infantil, sabe? também não tomo muito remédio, só analgésico ou relaxante muscular quando a situação fica muito crítica. ah, e um antialérgico abençoado também, porque a rinite e os insetos não me perdoam jamais. enfim, tudo isso foi pra dizer que: apesar de eu não conseguir sequer ficar de olhos abertos em ambientes com luz, achei que eu não precisava ir no médico. o remédio tava dando conta do recado, ainda que aquela dor bizarra voltasse quando o efeito dele passava...

mas na sexta feira eu não fui trabalhar. mamãe gentilmente me recomendou ficar em casa, porque ficar seis horas direto na frente do computador não podia fazer bem pra uma cabeça prestes a explodir e pros olhos que não aguentavam nem com um pisca-pisca. namorado foi me visitar de noite, cuidou de mim do jeito mais amor do mundo, com direito a massagem e tudo <3 ele foi embora bem tarde, a gente tava até cochilando, mas não consegui dormir de verdade essa noite. fiquei a madrugada toda desconfortável, com a testa pesada. lá pras 5 da manhã eu tomei um comprimido e, como eu não aguentava mais ficar no meu quarto rolando de um lado pro outro, deitei no sofá da sala. acordei umas 7h, com o sol entrando pela janela, e voltei pra minha cama. acordei 9h30. eu tava tão quebrada que perdi meu curso de sábado, também. daí eu fiquei bem a tarde inteira, inclusive eu tava muito feliz porque parecia que finalmente a coisa tinha desistido de me infernizar. mas eu não podia estar mais enganada...

o boy voltou pra minha casa no sábado a noite (maravilhoso!) e continuou cuidando de mim e me aguentando nervosa, chorando e dando uns pitis de vez em quando. até que ele me encontrou no chão do quarto, porque minha cabeça ficou de um jeito que eu não consegui dar mais dois passos até a cama. minha mãe decidiu que aquela era a hora de irmos no pronto socorro. o remédio tava fazendo efeito e a cabeça já não tava mais tão ruim, mas o enjoo que eu tava sentindo (sem conseguir colocar nada pra fora, o que é pior ainda) quase me deixou maluca. 

chegamos no hospital por volta das 22h30. vou resumir a novela, senão não termino de escrever isso hoje: passei pela triagem, passei na recepção pra fazer o cadastro, passei no médico, diagnostiquei a enxaqueca, esperei por duas semanas até ser chamada pra tomar a medicação, descobri que o médico me mandou pra sala de espera errada (e, sendo assim, eu já havia sido chamada há séculos), pulei a medicação e fui fazer o exame primeiro, deu uma confusão com o convênio e o exame ficou supostamente suspenso, voltei pra sala de medicação e tomei meus remedinhos na veia, o médico convenceu o convênio que eu precisava fazer uma angiotomografia, voltei lá pra fazer o exame (passei o maior frio da minha vida dentro daquela sala, até o médico falar "fica com a cabeça parada porque vamos colocar o contraste", daí meu corpo pegou fogo...), tivemos que esperar uns oito meses até sair o laudo do exame, voltei pra sala do médico que me atendeu primeiro pra ele falar que "realmente tava tudo bem, era só enxaqueca normal" e receitar uns remédios pra problemas futuros, passamos na padaria do hospital (porque minha última refeição substancial tinha sido umas 16-17h da tarde) e, finalmente, fomos embora. chegamos em casa quase 5 da manhã. 


e é com um alívio que não cabe em mim que eu digo que hoje acordei bem, sem dor alguma, nem meus olhos tavam sofrendo mais (vale dizer que passei o sábado inteiro de óculos escuros, inclusive no hospital e no carro. e mesmo depois de ficar bem, pois não quis perder o estilo). deixo meus sinceros agradecimentos ao meu pai, que é um cara sem noção e faz piada com a desgraça alheia, mas se mostrou absolutamente disposto a me salvar no momento crítico; à minha mãe, que é de longe a pessoa mais linda do universo e da minha vida todinha, que eu queria pegar no colo, colocar dentro de uma bolha e proteger do resto do mundo pois meu deus que mulher maravilhosa; e ao meu namorado, que continuou me amando e cuidando de mim e fazendo tudo o que podia mesmo que passar a madrugada no hospital tenha acabado com os planos dele de pedalar com os amigos na manhã seguinte. (menção honrosa: obrigada, jorge, por tudo!!!) <3

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

sede de andanças

dos cinco dias de dois mil e dezesseis, acredito que não fiquei completamente em paz em nenhum deles - contando até o dia de ontem, porque hoje mal começou. por esse pequena prévia, não acho absurdo dizer que "o ano da inquietação" pode ser a alcunha desses trezentos e sessenta e seis dias. (ano bissexto significa comemorar meu aniversário de namoro também em fevereiro, já que 29 é o nosso dia. ou seja: só amor.)

ainda assim, não acho que isso seja necessariamente uma coisa ruim. estar inquieta, com vontade de mudanças, é algo absolutamente benéfico em alguns aspectos. eu, acomodada por natureza, me surpreendo positivamente com essa sensação e crio esperanças de um futuro bom - mesmo que inquieto.

em menos de uma semana, já me vi enfrentando medos e superando barreiras (no plural, vejam bem). se eu acreditar que o começo do ano é um resumo de como ele será por inteiro, significa que chegarei em dois mil e dezessete muito mais confiante e cheia de mim. que assim seja! 

também pretendo chegar lá com um número maior de livros lidos, de filmes assistidos, de viagens novas, de coisas feitas pela primeira vez, de dias com o coração em paz, sem nenhum tipo de aborrecimento. acho que tá na minha hora de arriscar, pelo menos um tiquinho. o medo de cair já me fez evitar incontáveis saltos, cansei de ficar parada vendo todo mundo pular.

como eu penso mais do que concretizo (não sou ingênua a ponto de acreditar que posso mudar isso com facilidade, então espero apenas conseguir realizar uma porcentagem maior de sonhos), já estou cheia de planos pra esses próximos trezentos e sessenta dias. por mais que às vezes eu ache que também já está na hora de parar de planejar tanto o futuro e ir apenas seguindo em frente.

como se não fosse suficiente terminar o ano passado com post meia-boca (tem hífen?) de retrospectiva, dou início às postagens desse ano com texto bobo sobre aspirações pro futuro. sai ano, entra ano e essa mania de ser clichê nunca me abandona. ¯\_(ツ)_/¯