terça-feira, 19 de janeiro de 2016

tinha uma pedra no meio do caminho

meu guarda-roupa é branco, daqueles que tem porta de correr. é meio vagabundo, imagino que tenha sido relativamente baratinho e, por isso, vive me dando trabalho (às vezes a porta sai do lugar e acaba caindo, aí eu faço uma bela força com meus bracinhos de palito de dente pra levantar aquele peso todo e recolocar a bendita).

quem escolheu foi minha mãe, porque combinava com o resto da decoração do quarto. todo aquele espaço em branco no guarda-roupa, enquanto quase todo o espaço das paredes já havia sido ocupado, fez a maluca dentro de mim sentir um comichão - é claro que ocupei um pedacinho da porta. colei fotos, desenhos, lembretes... e uma lista: a minha lista de próximos livros a serem lidos.

vivo fazendo listas, aliás. por qualquer razão. lista de coisas a serem feitas em determinado dia, de itens pra comprar na farmácia, de matérias que ainda preciso estudar, que seja. mas uma das listinhas mais comuns de se encontrar perdida em alguma das incontáveis gavetas do meu quarto é a famosa lista de livros a serem lidos. ela vive se renovando, mas nunca deixa de ser enorme (e, pelo que eu me lembre, jamais consegui riscar todos os títulos de alguma delas). 

ano passado eu cometi um vacilo: só anotei meus livros lidos a partir de junho, o que significa que eu realmente não faço a menor ideia das minhas leituras do primeiro semestre de dois mil e quinze (tenho só vinte anos, mas minha memória é tipo a de uma senhorinha). a soma dos livros lidos nesses sete meses dá 17, o que eu considero um número baixo. sendo assim, uma das minhas metas pra esse ano que começou era, obviamente, ler mais.

pra isso, inventei até de tentar cumprir o seguinte desafiozinho de leitura (coisa nunca antes feita pela minha pessoa), compartilhado no facebook por uma das minhas professoras do intercâmbio:


eu já tinha até escolhido alguns dos títulos que seriam lidos e, mais que isso, já tinha começado a ler um deles. porém... surgiu um problema. problema esse que foi tipo uma pedra grande e incontornável no meio do meu caminho: a tal da enxaqueca do post anterior. (preciso dizer que foi ingenuidade minha aquele último parágrafo felizinho de quem tava aliviada por não ter mais dores? pois foi. continuei mal por vários dias, ainda que em menor escala.)

a enxaqueca veio acompanhada de uma sensibilidade tremenda nos olhos e de um enjoo insuportável que custou a me largar. é claro que isso me impediu de ler livros, né? e é claro que eu já atrasei minhas leituras de janeiro, né? ainda mais que eu peguei costume e agora praticamente só leio livros enquanto estou no transporte público. o que é uma coisa ótima, porque me distrai na viagem e, de quebra, eu risco alguns títulos da famigerada lista, MAS quando uma pessoa que acabou de se recuperar de dor de cabeça, de sensibilidade nos olhos e de enjoos tenta ler livros com o ônibus balançando, a coisa não flui exatamente como deveria...

o que significa que eu li menos de trezentas páginas em dezenove dias e esse número me deu um calafrio, porque já tá me batendo aquela sensação bem gostosinha de "cê vai falhar, miga, desiste" logo no primeiro mês. porém vamo lá com força na peruca fingir que tá tudo muito bem e que eu com certeza vou conseguir ler pacas esse ano, vai ser fácil, vamo lá!!!! como eu disse pro meu boy dia desses: minha versão 2016 tá mudadíssima, toda trabalhada na ousadia e alegria!

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