quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ousadia, alegria e 4 horas de aventura

por mais tosco que isso soe, essa aqui é SIM uma história de superação. :)

pra quem não sabe, o pico do jaraguá é o ponto mais alto da cidade de são paulo, com 1135 m de altitude. pra minha sorte, ele fica perto da minha casa, num bairro vizinho ao meu, e é o responsável por eu ser tão apaixonada pela vista da minha janela.



sério, olhar pra fora e ver uma coisa dessa todo santo dia é incrível de verdade! essa combinação de céu + cores bonitas + pico é um troço que não dá nem pra explicar de tão bonito. e ao vivo é muito melhor, eu garanto. 

o pico do jaraguá fica num parque enorme, cheio de área verde, que é só colar e aproveitar. tá meio abandonadinho, mas continua sendo um lugar muito legal. quando eu era pequena a gente costumava ir bastante, já fui inclusive com uma excursão da escola no fundamental I, mas depois que cresci nunca mais tinha ido. até que o meu namorado, que tá numa onda fitness sem fim, veio com uma ideia meio curiosa: subir o pico por uma trilha que tem 1.5 km de subida. e nós fomos realmente HAHAHAH

meu boy é ciclista, tá acostumado a subir o pico de bike pela via principal, que é asfaltada e toda cheia de curvas, mas também nunca tinha se aventurado por dentro da mata. e foi uma aventura e tanto pra nós dois! (talvez mais pra mim, é claro, porque ele é atletinha <3) 

já sabendo que meu corpo num tava exatamente preparado pra uma coisa dessa, fui munida de comida e água. e ainda bem que eu fiz isso, porque se não fossem minhas bolachinhas de água e sal eu tinha falecido ali mesmo no meio da trilha em cima da lama hahaha a gente foi de manhã, então o sol não tava tão forte, mas aquele era um dia bem quente de verão. mesmo que a gente tivesse rodeado de árvore e que o sol não pegasse diretamente na gente, o calor e a umidade daquela trilha tavam um absurdo. acho que eu nunca suei tanto na minha vida toda, de verdade hahaha 


durante a subida não tive disposição tempo pra ficar tirando fotos, mas tirei essa bem do finalzinho da trilha pra registrar essa natureza doida e linda que me abrigou por 1h30 :)

eu sou sedentária né, num posso negar, então já sabia desde o início que não seria fácil subir por quase 2 km. e eu obviamente fui reclamando do começo ao fim, porque além de sedentária eu sou reclamona, mas meu namorado é uma pessoa tão incrível e maravilhosa que foi me incentivando por todo o caminho e ainda deu um jeitinho de me distrair pra eu não perceber tanto assim o quão difícil aquilo tava. em alguns momentos a coisa ficava menos íngreme, então era mais fácil de continuar, mas quando a subida inclinava muito eu tinha vontade de chorar.

daí chegamos no finalzinho e minha perna resolveu que tava cansada demais e num ia mais me ajudar não, se eu quisesse continuar subindo eu tinha que me virar de outras formas (sério, foi quase isso hahaha). o problema é que tinham umas escadas no final da trilha. porra, cê já andou pra cacete, já desidratou, já tá pedindo arrego e querendo pular no colo da sua mãe e os cara ainda tem a moral de botar vários degraus pra você subir!!!! achei de um mau gosto sem tamanho, sinceramente. combinei com o boy que ele ia subir na frente, pra me servir de incentivo pra continuar e não ficar sozinha lá pra trás hahaha cheguei no final bem triste de tanta dor na perna, mas esse ser humano que eu tenho a sorte de chamar de namorado me tratou como se eu tivesse sido a campeã da são silvestre. e pra mim foi tipo isso mesmo, eu acho. :)

mas como a gente gosta mesmo é de sofrer, essa foi só a metade da aventura toda. saímos da trilha, tomamos uma água de coco enorme e geladíssima pra recobrar as energias que já tinham se esvaído hahaha e subimos uma escada imensa, com tantos degraus que eu obviamente perdi a conta antes de chegar no final, que dá pra umas torres de televisão e uma espécie de mirante. boatos que dali de cima a vista alcança mais de 50 km de distância, inclusive. 

  
e aí teve a volta, né. o carro ficou estacionado lá embaixo, no nível da rua, e nesse momento a gente tava no ponto mais alto da cidade. descemos a pé pela tal via asfaltada que tem 4.5 km de extensão hahahaha o ditado diz que na descida todo santo ajuda, mas isso não é necessariamente uma verdade depois que você já passou 2 horas subindo sem parar e o seu corpo tá implorando pra você deitar em posição fetal e ficar assim por mais ou menos uns três dias seguidos...

novamente o meu namorado foi a salvação da minha vida e colocou música pra gente ouvir no caminho, fez graça pra eu dar risada, ficou me contando como é fazer aquele trajeto de bicicleta, enfim. um homão da porra mesmo <3 essa brincadeira toda durou boas quatro horas e até hoje eu ainda não acredito que andei tudo isso e continuo com as duas pernas no lugar. entrei no carro agradecendo a todos os deuses existentes pela graça alcançada, pois em alguns momentos duvidei que eu fosse sobreviver hahaha

e é isso. 2017 é o ano da ousadia e alegria por aqui. é o ano de descobrir que a gente pode mais do que imagina e que no fim das contas vale a pena o sacrifício. (mas pra eu ir de novo num rolê desses só se eu tiver muito inspirada, viu? convenhamos...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário