quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

sobre aquilo que sp não pode me dar

faz quatro anos que, pelo menos uma vez por ano, eu viajo pra uma cidade no paraná que é muito, muito, mas muito do interior. tipo muito mesmo. é uma cidade tão pequena e tão do interior que ela tem a mesma quantidade de habitantes que o condomínio em que o meu namorado mora aqui em sp, pra vocês terem uma noção. normalmente viajo pra lá pra passar o natal, é bem rolezin de família mesmo.

falando nisso, posso dizer que uma parte da minha família mora lá - ainda que a gente não tenha nenhum laço sanguíneo. na verdade, eles são a família da esposa do meu irmão, mas como a relação da gente aqui de casa com o resto dos parentes não é lá das melhores, nós adotamos a família da minha cunhada. e, ainda bem, também fomos adotados por eles ♡ naquela casa, com aquelas pessoas, eu me sinto muito mais acolhida e muito mais à vontade do que com gente que divide o sangue comigo. acontece, né? já diria o ditado: parente não é família. definitivamente não.

além dessa cidade me proporcionar essa relação familiar, ela também consegue me deixar feliz de um jeito que eu não pensei que fosse possível: tem uma sorveteria que vende sorvete caseiro super gostoso e tão barato que nem parece verdade! o sorvete de palito feito com água é 50 centavos. CINQUENTA CENTAVOS! se for feito com leite é 80 - o picolé mais caro não chega a um real!!! duas bolas de sorvete de massa no copinho sai por dois reais. o milkshake de 400ml é quatro reais. SABE??? fui lá com o meu namorado e nós compramos uns 20 picolés + 1 sorvete no copinho + 1 sorvete de casquinha e deu R$ 17,50. NÃO DEU 20 REAIS MEU DEUS!! hasghagshg dias antes nós estávamos na praia, meu pai comprou 3 sorvetes de palito da kibon e pagou 19 reais (nunca me senti tão assaltada na vida, nem quando roubaram meu celular)........... pra coroar, lá vende o meu sabor de sorvete de massa preferido: sorvete de nata. aqui em sp a gente não encontra isso em lugar nenhum, então quando eu vou pra lá eu como até sair pelos olhos :)

o ápice dessa última viagem foi um dia incrível, cheio de coisa gostosa pra fazer: fomos na casa de uma tia da família, passar o dia na piscina. ficar na água num sol de 40º já seria maravilhoso por si só, mas como tudo que é bom ainda pode melhorar a dona da casa e as irmãs dela são daquele tipo de gente que gosta de encher a barriga das pessoas, sabe? bem tia do interior mesmo que faz um monte de comida boa e faz questão de ver todo mundo comendo até dizer chega. ou seja: nadei como se fosse uma sereia e comi como se não houvesse amanhã :) depois de passar o dia lá, fomos pra um bar numa cidadezinha ao lado, menor ainda do que essa que eu tava. e aí nós comemos mais um pouco, porque na minha família ninguém tem noção da hora de parar quando o assunto é comida ¯\_(ツ)_/¯

e pra fechar a noite com a chave mais de ouro possível nós fomos pra um lugar isolado, no meio da estrada, praticamente sem nenhuma iluminação em volta e vimos uma cacetada de estrelas. o céu tava tão, mas tão estrelado que parecia de mentira. eu nunca vi uma coisa igual! foi lindo, foi emocionante, foi surreal. e, como se já não bastasse, teve até estrela cadente ♡ tava tipo isso aqui:


peguei uma foto qualquer do google pra ilustrar, mas eu juro que o céu tava bem assim mesmo. o negócio foi tão bonito que num dá nem pra explicar 💖

eu sempre morro de tédio quando viajo pra lá e reclamo o tempo todo do calor e da falta do que fazer numa cidade tão minúscula (num tem nem semáforo e nem mcdonalds, gente, ceis tem noção disso????), mas me dá até um quentinho no coração quando eu paro pra pensar na quantidade de coisa bonita que esse lugar tem pra me oferecer. amo são paulo, mas minha cidade infelizmente não é capaz de me presentear com todo esse amor familiar, nem com sorvete delicioso e absurdamente barato e muito menos com esse monte de estrela maravilhosa. aqui a gente é obrigado a se contentar com pouco e ficar feliz por enxergar um mísero pontinho brilhante no céu :( num mundo ideal, eu teria tudo isso junto no mesmo lugar. como não é possível, eu fico aqui suspirando de saudade...

2 comentários:

  1. Sou suspeita para falar, mas eu AMO cidadezinhas. Vivi 30 anos em São Paulo capital e já não via a hora de deixá-la. O trânsito caótico, os lugares lotados, as enchentes. Acho que não tenho alma de cosmopolita mesmo.
    ADORO sorveterias de interior, ainda mais quando são aquelas por kilo (coisa que em sp já nem existe mais). Meu favorito é sempre o sorvete azul, que normalmente é sabor de.. algodão doce?
    Muito triste não podermos juntar o melhor dos dois mundos; a tranquilidade do interior, a diversidade da cidade grande. Se um dia você descobrir como faz, vc me conta? rs.
    Beijos!

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    1. hahahaha o sorvete azul é sempre o maior mistério! provavelmente é algo como algodão doce ou tutti frutti, mas parte da graça é comer sem saber do que ele é exatamente :D
      e realmente é algo quase impensável atingir esse meio-termo ideal entre a cidade grande e a mini cidadezinha do interior, mas tomara que algum dia a gente consiga encontrar um cantinho por aí nesse mundão que seja capaz de abrigar a melhor parte dessas duas realidades!

      :*

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