segunda-feira, 30 de novembro de 2020

livrinhos de novembro

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Os registros estelares de uma notável odisseia espacial - Becky Chambers (2018)


3° volume da série wayfarers, uma ficção científica lindíssima que eu amo do fundo do coração (falei do 1° aqui e do 2° aqui). esse é contado por meio de episódios da vida de uns cinco humanos, cada um com uma vivência diferente, mostrando como está atualmente a vida dos descendentes daqueles que deixaram a terra pra desbravar o espaço tantos anos antes. dá pra dizer que esse trata, principalmente, a respeito de tradição, morte e renovação. me emocionei bastante com a leitura, me envolvi com as personagens (como sempre, o ponto alto desses livros!), mas achei menos interessante que os anteriores. como o foco tá só nos humanos, não nos outros alienígenas, foi mais sentimental do que instigante, digamos assim. então esse foi o que eu menos amei, ainda que tenha gostado muito!! ah, um aviso: em alguns momentos tem linguagem neutra, "ili" em vez de "ele/ela" e coisas do tipo. se você é um cristal sensível que fica mordido com isso, vai ler outras coisas, essa série não foi feita pra você ;) o quarto e último livro da série tá pra sair nos eua começo do ano que vem, já tô contando os segundos!!! ♡♡♡


Independência ou mortos - Abu Fobiya e Harald Stricker (2012)


das vantagens de morar junto: pegar livro da estante do boy! :) esse quadrinho é um reconto da história do brasil. na medida do possível, o enredo segue o que realmente aconteceu, a diferença é que aqui tem uma infestação zumbi HAHAHA a ideia é bizarra, mas a história é divertida. começa com a família real saindo de portugal e termina depois da proclamação da independência. dom pedro é um heroizão, leopoldina pega em armas pra matar zumbi... é uma doideira. achei legal o reconto! se você gosta dessas coisas, vai que vai. porém senti falta de cores!! os quadrinhos são muito detalhados, achei que deixar em preto e branco não fez jus a tudo o que as imagens poderiam ter sido. mas o que mais me incomodou é que achei os desenhos desnecessariamente machistas. rola uma hipersexualização do corpo feminino tão doida que até zumbi mulher fica com peitão, pelo amor de santo cristo. mas é o público, né? pra agradar os nerd virjão mesmo. resumindo: gostei da história, mas as ilustrações me incomodaram.


Sempre estive aqui - Amanda Or (2019)


esse aqui, na verdade, é da maria freitas. amanda or é a escritora/narradora desse livro, que também faz parte do enredo. amanda narra a história do romance entre a karin, que é a ex namorada dela, e um cara. a princípio é meio confusa essa coisa da narradora-personagem, porque não fica explícito desde o início e algumas coisas só vão realmente se explicar no finalzinho do livro, com um plot twist que me deixou assim: 🤯 eu não tava esperando aquilo, terminei de ler com o olho arregalado kkkk apesar de lidar com temas pesados (violência doméstica, racismo, homofobia e feminicídio), o livro é relativamente leve, tem referências à cultura pop e umas cenas "engraçadinhas" (o cara é fã de chaves e eles vão pra acapulco, pelo amor de diós, a breguice!). mas o final é soco no estômago mesmo, be aware. o livro não é incrível, mas eu gostei. foi uma leitura gostosinha, li bem rápido. dá pra dizer que é uma história que fala sobre o amor, com uma pitada de coisas ruins pra gente não esquecer da realidade. a maria disponibiliza o pdf pra baixar, se alguém tiver interesse!  


Racismo e fascismo & O corpo escravizado e o corpo negro - Toni Morrison (2020)


a companhia das letras disponibilizou por tempo limitado esses dois ensaios da toni pra download, que, como os próprios títulos indicam, são reflexões bem fortes. em um deles ela aborda a escravidão, a falta de memórias sobre os escravizados e o racismo que continua perpetuando a violência contra os negros. no outro, ela aponta a forma como o fascismo atua por meio do medo e da demonização do outro, independentemente de partido político. são textos bem curtos que dão margem pra uma discussão enorme, é pra deixar o leitor com vontade de comprar os livros dela mesmo. aliás, eu queria ler tudo dessa mulher. já disse antes e repito que "beloved" é possivelmente o melhor livro que eu já li na vida, mas é tudo caro demais. tem ebook de 40 reais, sabe, sem condição... então, se eu fosse você, não perderia a oportunidade de ler! corre na amazon pra ver se ainda tá disponível!!!  


Por que eu não converso mais com pessoas brancas sobre raça - Reni Eddo-Lodge (2017)


também peguei de graça na amazon uns meses atrás. como os textos da toni serviram só de introdução, escolhi esse pra continuar no tema! a autora é britânica, então aqui a gente vê o racismo por uma perspectiva diferente - eu, pelo menos, tô muito mais acostumada a encontrar conteúdo sobre o racismo nos eua, que tem um cenário completamente diferente. o livro é muito bom! a autora fala do processo de reconhecimento dela enquanto negra na inglaterra, comenta casos históricos de racismo por lá, discute o racismo que permeia as estruturas de poder, questiona o feminismo branco e aborda questões de classe, é bem completo! mas agora falando enquanto profissional que trabalha com tradução: se você consegue ler em inglês, investe na leitura desse aqui no original. não gostei da tradução e também achei que faltou cuidado com a revisão :( não consegui aproveitar 100% a leitura porque fiquei prestando atenção nessas coisas.. mas o conteúdo continua importantíssimo!! vale demais enquanto reflexão na caminhada pra ser cada vez mais antirracista. e tem um texto da gabi, que eu amo, então fiquei feliz :D 


Leve-me com você - Catherine Ryan Hyde (2014)


✩ favorito do mês! ✩
pelo amor de deus que coisa mais bonita esse livro!!! tanto a história quanto a edição sensacional da darkside, é lindo do começo ao fim. resumindo muito sem dar spoilers: um alcóolatra em recuperação que perdeu o filho recentemente acaba indo viajar de motor home com duas crianças que ele conhece de repente e a vida de todo mundo muda por causa disso. é de encher o coração da gente ♡ os três viajam por vários parques nacionais e a autora descreve um monte de cenário bonito, mas tive um pouco de dificuldade pra visualizar porque não conheço muito das paisagens norte-americanas, então recorri ao google pra me ajudar nessa parte hehe a relação que nasce entre esse cara e as crianças é uma coisa muito preciosa, derrubei lagriminhas em alguns momentos. o livro trata da questão do alcoolismo, de dramas familiares, relações interpessoais, medos, superação, amor... terminei triste porque não queria que acabasse. recomendo demais!! queria que tivesse um filme baseado nessa história!!!
 

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 6 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 2 x 4 literatura estrangeira (3 dos eua e 1 da inglaterra)

 livros lidos no kindle 3 x 3 livros físicos

 autoras mulheres 5 x 2 autores homens (1 livrinho com 2 autores do gênero masculino)

 releituras 0 x 6 livros novos

sábado, 21 de novembro de 2020

a boa filha a casa torna

 4. escreva sobre sua família.


desde que eu passei a morar com o boy, no comecinho de agosto, eu só fui pra casa dos meus pais uma vez, no dia dos pais.

eles vieram aqui visitar a gente umas três vezes nesse meio tempo, mas o inverso é mais complicado. não temos carro e não faz muito sentido pra mim pegar metrô e trem no meio de uma pandemia sendo que eles vêm até aqui de bom grado, sabe? ainda mais considerando que a linha rubi, também conhecida como a pior linha de trem da cidade de sp, é tão insalubre que, possivelmente, foi lá onde o coronavírus nasceu...

até que chegou o dia da eleição e eu não pude mais fugir, precisei encarar mais essa aventura correndo riscos sanitários. nós ainda votamos lá por aqueles lados, bem pertinho de onde nossos pais moram, então foi a oportunidade perfeita pra apertar o número 50 na urna e visitar a família.

fomos pra lá no sábado no fim da tarde e já fizemos o serviço completo: jantamos com os pais do namorado, depois fomos dormir nos meus pais.

chegamos tarde lá em casa, já era umas 23h. pensei que meu pai estivesse dormindo (ele é desses que acorda 5 da manhã sem necessidade alguma e às 20h já tá cochilando enquanto finge que tá vendo o jornal), mas o bichinho tava lá, firme e forte, acordadaço esperando a gente chegar. inclusive usando roupa normal, e não pijama, porque era uma ocasião especial e ele tinha que estar vestido de forma decente. vê se eu aguento isso? kkkk

minha mãe é muito carinhosa, não perde a oportunidade de dizer que ama e de encostar na gente. ela gosta de abraço, de beijo, de deitar junto pra ver tv ou conversar. então com ela é tudo mais fácil: diz sem problema algum que tá com saudade, chora quando revê e me recebe de pijama, porque não faz sentido ficar de outra forma no sofá de casa me esperando tão tarde da noite. já o meu pai não é desses que demonstra afeto de um jeito tão claro. ele faz o que for por você, não mede esforços jamais, mas não é do time que encosta muito ou que diz abertamente o que sente. 

porém todas as vezes que a gente se encontrou desde agosto, ele me abraçou forte de um jeito que nunca tinha feito antes. papai só dava abraços em dias importantes: aniversário, natal, formatura... não num dia qualquer. agora, todo reencontro é especial. tão especial que ele, que tinha mesmo acordado 5h da manhã, dormiu de tarde só pra conseguir ficar acordado até mais tarde com a gente.

aliás, ficamos todos conversando até depois das 2 da manhã. a saudade faz coisas impressionantes.

no dia seguinte, meus pais (que foram votar de manhãzinha, numa escola que fica literalmente do outro lado da rua!) nos agraciaram com uma mesa de café da manhã de hotel. isso porque tomar café junto, principalmente de domingo de manhã, era uma das nossas tradições familiares. sentávamos à mesa do café umas 9 e pouco e ficávamos, de preferência, até perto do meio dia, comendo bem devagar. quer dizer... quem chegava essa hora era eu e minha mãe, né. meu pai já tinha tomado café há tempos, mas continuava ali com a gente, fazendo companhia e beliscando uma coisa ou outra (até porque, se você come um pão com manteiga às 6h, às 10h já tá na hora de comer de novo). a gente comentava o que tivesse passando na tv e falava sobre bobagem e assunto sério, tudo ao mesmo tempo. nos nossos cafés de domingo tinha desde discussão filosófica e política até história engraçada de fazer chorar de rir. a família é eclética, se a gente tá junto não tem tempo ruim.

semana que vem, no segundo turno da votação, o reencontro vai ter um charme a mais: meu irmão também estará presente. ele mora em outro estado, a última vez que a gente se encontrou esse ano foi em janeiro. meus pais tinham marcado de ir na casa dele em março, mas a pandemia aconteceu e os planos foram todos por água abaixo. agora, quase um ano inteiro depois, nós quatro estaremos novamente sentados juntos ao redor da mesa.

imagina se meus pais já não tão contando os segundos igual criança em véspera de excursão na escola... ♡


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(kkkkkkk não sei nem se eu posso continuar chamando de desafio, sendo que tô cumprindo assim, sem nem 01 pingo de vergonha na cara... mas é o que temos pra hoje ¯\_(ツ)_/¯)

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

escritório, o retorno

desde que o brasil parou por causa da pandemia e a empresa onde eu trabalho decretou sistema de home office pra todo mundo, lá na metade de março, eu não tinha mais andado de transporte público. sequer sabia onde tava meu bilhete único, já que não existia a menor possibilidade de eu entrar num ônibus com janela que não abre no meio de uma crise sanitária. 

além disso, também fazia sete meses que eu não tinha contato direto, pessoalmente, por horas seguidas, com nenhum outro ser humano que não fosse da minha família. o máximo de interação que eu tive com as pessoas nesse tempo foi dar bom dia, boa tarde e boa noite pros porteiros, pros caixas do mercado, pros entregadores...

mas essa realidade mudou agora no fim de outubro, quando tive que trabalhar presencialmente no escritório da empresa por uma semana.

alguns setores saíram do home office lá em julho, num sistema de rodízio, com as pessoas indo só alguns dias da semana. mas minha equipe continuava firme e forte no trabalho remoto. inclusive ficou combinado que o meu setor seria o último a voltar de vez, só quando não houvesse mais nenhum tipo de restrição do governo. 

até que a empresa resolveu contratar estagiários e os planos mudaram um tantinho.

foi decidido que três tradutoras, eu inclusa, teriam um estagiário pra ajudar, pra trabalhar juntinho e dar o suporte necessário quando a carga de trabalho ultrapassasse limites normais - o que acontece com uma frequência mais alta do que seria considerado saudável, já que tem dia que o meu namorado precisa me lembrar de parar de trabalhar pra ir ao banheiro ou beber água. enfim.

nós participamos do processo seletivo dessas pessoinhas e, então, também ficamos responsáveis pelo treinamento delas. considerando a complexidade do trabalho e a quantidade de coisa que precisaríamos ensinar, seria absolutamente inviável fazer esse treinamento estilo ead. pra dar certo e evitar os erros do passado (quando os estagiários não tinham a preparação adequada e, obviamente, não davam conta do trabalho), foi decidido que nós três, agraciadas com a ajuda extra das estagiárias, nos revezaríamos indo até a empresa pra conduzir pessoalmente esse período de capacitação.

fiquei um pouco desesperada quando soube que precisaria ir. a ideia de encarar o metrô no meio da pandemia e passar oito horas por dia dividindo meu espaço com outras pessoas me deixou de estômago revirado. sem contar que eu mal sei direito o que tô fazendo no trabalho, vivo pedindo ajuda, imagina treinar uma pessoa do zero, pelo amor de deus!!! mas ninguém me perguntou se eu tava de acordo, simplesmente fui avisada que o esquema seria esse e ponto final. é claro que não sou doida e aprecio demais minha carteira assinada pois tenho contas a pagar, então eu teria falado sim de qualquer forma...

quando chegou o dia, engoli o pavor, respirei fundo embaixo da máscara e só fui. acho mais fácil lidar com essas coisas como se eu não tivesse escolha.

agora meu caminho de casa até o trabalho consiste em andar 1 km numa subida íngreme e desnivelada, pegar o metrô e descer dali duas estações. se tudo correr bem, em menos de 30 min tô batendo o ponto no escritório. tirando o coração descompassado de nervoso, a única coisa que atrapalhou meu percurso foi o fato de que meu pé torcido ainda não tá 100%. e em alguns dias choveu. mas os cinco minutos dentro do vagão não foram o suficiente pra atacar a ansiedade e eu cismar que peguei covid, então menos mal.

chegando no escritório, eu descobri que, por incrível que pareça, eu tava com saudade de trabalhar com pessoas ao meu redor. mesmo que o barulho desconcentre e eu produza mais estando na minha casa, é uma sensação gostosa se sentir parte da equipe de verdade. as coisas fluem mais fácil quando você pode simplesmente encostar na mesa de alguém pra tirar uma dúvida, sem precisar fazer chamada de vídeo ou mandar 15 mensagens até tudo se esclarecer. e não me senti tão sufocada quanto pensei que me sentiria, porque só tinha eu na minha área, então o distanciamento foi cumprido com sucesso.

quanto ao treinamento, finalmente conheci as estagiárias pessoalmente. três bonitinhas, quero ser amiga de todas! :) meus métodos não são os mais ortodoxos, ensino tudo no freestyle, nem sempre consigo seguir o que planejei, mas foi bom demais relembrar meus tempos de teacher. me sinto realizada de verdade quando percebo que consegui passar o conhecimento pra frente e que a pessoa instruída se sente à vontade o suficiente pra me abordar e tirar dúvidas, mostrar o trabalho, questionar. e me sinto mais realizada ainda de saber que tô evitando repetir os erros cometidos durante o meu treinamento. nada de deixar a pessoa nova no escuro, sem ter fonte pra consultar, sem ter espaço pra pedir ajuda. minha missão pessoal nessa empresa é, além de fazer um bom trabalho, tornar o ambiente mais acolhedor. às vezes acho que minha contribuição maior é essa, inclusive.

na semana do dia 16 vou ter que ir de novo. dessa vez, com menos frio no estômago e um pouco mais feliz: a gente vai ter o feriado do dia 20 de novembro, minha semana por lá será mais curta 🥳

sábado, 31 de outubro de 2020

livrinhos de outubro

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Úrsula - Maria Firmina dos Reis (1859)


não conhecia esse livro, mas quando descobri que ele é considerado o primeiro romance escrito por uma mulher brasileira (sob uma perspectiva abolicionista, ainda por cima), não fui capaz de resistir! úrsula é uma mocinha que tá prestes a perder a mãe doente e ficar sozinha no mundo, até que ela conhece um rapaz e eles se apaixonam. só que ela tem um tio, o vilão criminoso da história, que enfiou na cabeça que ia casar com a menina. é uma tragédia grega, todo mundo morre ou enlouquece. não tem final feliz pra ninguém, só desgraça. quanto à questão abolicionista, apesar de não ser o foco do romance, tá bem presente sim. além disso, aqui os escravos tem um papel ativo, realmente fazem a diferença na trama. é um livro bonito, mas é muito chato kkk a leitura foi arrastada pra caramba, foram poucos os momentos da narrativa que realmente me interessaram. mas é um livro importante pra literatura brasileira, apesar de pouco conhecido, então valeu a experiência! 


Amanhecer - Stephenie Meyer (2007)


✩ favorito do mês! ✩
socorro, cheguei no último livro!!!! venci essa batalha pessoal!!!! e preciso admitir que foi uma jornada incrível hahaha pra fechar a tetralogia, a autora nos presenteou com um toque extra de bizarrice: bella finalmente transa com o vampiro numa ilha privativa no rio de janeiro (!) e engravida tipo na primeira noite deles (!). e a criança é um híbrido humano-vampiro que nasce em 01 mês (!) e quase mata a mãe no parto. e o edward transforma a bella em vampira pra salvar a vida dela (!) kkkkk daí rola uma batalha contra um clã poderoso de vampiros, o jacob e a filha da bella têm uma ligação doida entre si, a bella se mete até com falsificador de documentos porque ficou ousada depois da transformação... ai, sem palavras kkkkkkk eu não assisti aos últimos filmes dessa saga, então, por mais que eu até soubesse bem por cima o que ia acontecer, foi uma experiência diferente dos livros anteriores. nesse aqui eu me surpreendi, fiquei curiosa, não conseguia parar de ler querendo saber qual seria o próximo absurdo... gente, fiquei lendo até altas horas da madrugada, sabe, socorro (até porque é enorme e não acabava nunca). é óbvio que foi horrível, mas ao mesmo tempo foi ótimo. os livros são ruins mesmo, a história é completamente absurda, é feito pra adolescente sem o menor senso crítico, mas foi divertido demais! ah, no fim das contas, sou team jacob mesmo. mas não pra ele ser o par romântico da bella: é porque achei que ele é o personagem menos insuportável entre os principais :P


Gabriela, cravo e canela - Jorge Amado (1958)


tentei ler gabriela lá em 2016 e não consegui passar da página 25. peguei de novo agora e só com muito custo consegui terminar, demorei uma eternidade pra chegar na última página. aqui a gente acompanha o romance entre gabriela e nacib em meio às mudanças sociais e econômicas nessa cidadezinha pequena onde todo mundo se conhece. é uma crônica de costumes arrastadíssima, quase nada acontece, a gente fica só espiando a rotina dos ilheenses: o progresso da cidade, as intrigas políticas, os romances, as disputas... mas a própria gabriela só aparece quase na página cem, sabe, pelo amor de diós. é gostosinho de acompanhar o desenrolar da história, mas é cansativo demais. o livro é bom, jorge sabia bem o que tava fazendo, só não achei interessante o suficiente pra amar e recomendar a leitura. se quiser conhecer a história, talvez seja mais proveitoso ver alguma das adaptações hahah 


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em números, resumão do mês:

 livros terminados 3 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 2 x 1 literatura estrangeira (dos eua)

 livros lidos no kindle 2 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 1 autores homens

 releituras 0 x 3 livros novos

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ps: jorge amado que me perdoe, mas me diverti muito mais lendo o 4º livro de crepúsculo, então o posto de favorito do mês não podia ser diferente! kkkkk

sábado, 3 de outubro de 2020

a saga do armário de cozinha

quando o consagrado e eu resolvemos nos mudar, a gente só tinha uma tv, um guarda-roupa, uma cômoda, duas escrivaninhas e duas mesinhas de cabeceira (que serviram como nossas mesas pras refeições por um bom tempo, inclusive). ou seja, precisávamos comprar todos os outros móveis e eletrodomésticos. juntamos os nossos dinheiros com uma quantia que ganhamos de presente do pai do boy e começamos a pesquisar nossas futuras compras.

já com a chave do apartamento em mãos, depois de medir os cômodos todos, decidimos mais ou menos onde ficaria cada móvel/eletrodoméstico. a situação financeira não era tão ruim, mas ninguém é besta de gastar dinheiro à toa, pelo amor de deus. então nosso objetivo era encontrar coisas bonitas, de qualidade e que coubessem no bolso. de preferência economizando em alguma coisa menos crítica pra poder gastar mais com outra coisa mais importante :P aí a mãe do boy resolveu dar o armário de cozinha pra gente. a escolha seria nossa, ela só entraria com o dinheiro. SHOW.

procuramos em algumas lojas mais populares e o prazo de entrega era 45 dias úteis. absolutamente inviável ficar essa infinidade de tempo vivendo numa casa sem um armário na cozinha!!! até que achamos um que era um tantinho mais caro, porém: 1) não custava os olhos da cara, 2) era do tamanho que a gente precisava, 3) o prazo de entrega era normal. compramos! chegou em duas semanas, mais ou menos. (e já foi um caos pra organizar as coisas, imagina se tivesse demorado dois meses...)

só que a fábrica do famigerado armário não tem equipe de montagem, eles só entregam e você que se vire pra colocar o seu móvel de pé. já que não conhecemos ninguém da região, conversamos com o zelador do prédio e ele indicou um cara que costuma fazer serviços aqui. pois bem. marcamos pra ele vir numa segunda feira, bem cedinho, torcendo pro barulho da montagem não atrapalhar demais o tal do home office! eis que o homem chegou sozinho, só com uma única chave de fenda e um martelo na mão. sem ajudante, sem caixa de ferramentas, não tinha nem uma parafusadeira. mas quem entende dessas coisas é ele, né? devia saber o que tava fazendo. se o cara precisasse de ajuda pra alguma coisa, o leo tava ali. não que ele pudesse se ausentar muito da frente do computador, mas uns minutinhos longe do trabalho não fariam tão mal assim... :P

o cara começou espalhando as peças pelo chão da cozinha, meio sem critério, só foi colocando tudo visível na frente dele pra poder mexer com mais facilidade. como eu tava com prazo apertado pra uma entrega no trabalho, não vi nada disso ao vivo, mas tava escutando de lá do escritório. daí o moço disse que tinha peça faltando, que a gente precisava ligar na fábrica cobrando essas partes que não haviam sido enviadas. o consagrado respondeu que devia estar na caixa que o cara ainda não tinha terminado de esvaziar. depois de uns 5 minutos de "tá faltando peça" "deve estar ali", o cara resolveu conferir a tal da caixa: tava tudo lá mesmo, só esperando ele olhar. parei de prestar atenção nessa loucura que tava rolando na cozinha e me concentrei no trabalho, mas fiquei com uma sensação esquisita, sentindo que as coisas não iam acabar tão bem.

encurtando a história, depois de duas horas ali e não tendo completado nem três passos do manual, o cara DESISTIU E FOI EMBORA. ele chamou o boy e basicamente falou "foi mal, não vai dar pra mim". e aí ele vazou, deixando tudo espalhado pela cozinha e pelo corredor. a gente não sabia nem como reagir, então obviamente tivemos uma crise de riso. e aí ficamos com aquela encrenca na mão.

o cara era nossa única indicação, não tínhamos pra onde correr. falamos de novo com o zelador e ele não tinha mais ninguém pra sugerir. então o consagrado resolveu que ele mesmo iria encarar essa empreitada. ainda que o manual pra montar o móvel tivesse QUARENTA E CINCO passos pra seguir. ainda que um cara que disse "marcenaria é o meu forte" tivesse desistido de montar. ainda que eu fosse a única pessoa disponível pra ajudar na montagem. ainda que ele só tivesse poucas horas por dia pra se dedicar a essa atividade e que não pudesse fazer barulho depois das 18h. apesar de todos os apesares, ele achou que essa era uma boa ideia. e foi mesmo.

essa brincadeira de montar o armário durou quase uma semana. eu achei tudo muito divertido, mas isso porque eu praticamente não fiz nada. pra mim o manual era impossível de entender (se eu fosse o cara que veio aqui, teria desistido muito mais cedo), então eu basicamente ajudava segurando coisas, apertando uns parafusos, procurando peças, dando apoio moral... mas o boy tava empenhadíssimo. o bichinho sofreu, fez um esforço danado, mas conseguiu: montou um armário de cozinha sozinho! se você perguntar, ele vai dizer que eu ajudei, mas todos sabemos que só o que eu fiz foi ficar ali do lado. no sábado, meu cunhado veio aqui pra ajudar o leo a pregar o armário na parede - e trazer a furadeira, porque não tínhamos uma ainda. mas como essa missão foi concluída com sucesso, é claro que o boy não apenas já comprou uma, como já montou/pregou várias outras coisas. 

esse armário é meu item preferido da casa inteira. é especialzinho demais saber que ele só tá ali, em pé, prontinho, por causa do meu digníssimo. :)

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

livrinhos de setembro

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As coisas como elas são - Laurie Frankel (2017)


✩ favorito do mês! ✩
eu amei essa capa!! 🤧 aqui, um casal tem 5 filhos homens e o mais novo deles, na verdade, é uma menina trans. é sobre a história dessa criança, claro, mas também dos familiares dela, que se reajustam pra tornar a vida da menininha mais fácil. ai, o livro é lindo! acontecem umas coisas meio nada a ver (tipo a mãe e a menina irem pra tailândia), mas achei muito bonita a trajetória de todas as personagens e a forma como a autora tratou o tema. vi uma galera falando que não gostou porque 1) o livro é feliz demais, ninguém sofre de verdade; e 2) a escrita é cansativa e prolixa. pois eu gostei justamente por ter essa perspectiva positiva!! a família acolhe a criança em todos os momentos (o que deveria ser a regra, e não a ficção absurda), as situações ruins se resolvem, as personagens são sensíveis umas com as outras... é muito bonito! mas não sei se uma pessoa trans se incomodaria, só vi gente cis comentando. e quanto à escrita, não senti nada disso. então, ponto pra tradutora que aparentemente melhorou o original nesse quesito! enfim, gostei bastante do livro. deu um quentinho no coração e me deixou com lagriminha nos olhos várias vezes, do jeitinho que eu gosto ♡


Eclipse - Stephenie Meyer (2007)


continuando a saga de ler essa série de gosto duvidoso depois de véia... 🤪 bella e edward estão mais juntos do que nunca, num relacionamento bizarro, enquanto jacob sofre tentando conquistar o coração dessa menina. em paralelo, um bando de vampiro "jovem" tá solto atacando as pessoas e os cullen e os lobisomens se unem pra acabar com essa palhaçada e proteger a vida da frágil humana que cismou em virar vampira, é isto. eu fiquei um tempão tentando decidir qual nota dar pra esse livro no goodreads, porque eu gostei de ler. não foi intragável igual o 2, eu me diverti! gostei de acompanhar de novo os lobisomens, de conhecer mais do passado das personagens, e ri demais com o plot da bella desesperada querendo >transar< antes de se transformar, pelo amor de deus! mas é tudo problemático DEMAIS. é todo mundo maluco e abusivo, não tem ninguém que se salve. jacob achou por bem fazer chantagem emocional e agarrar a menina à força, sabe? chega a dar raiva mesmo. sem contar que é tudo uma breguice sem fim, mas isso já tava estabelecido desde o primeiro livro. fico me perguntando se eu teria gostado desses absurdos se tivesse lido com 14 anos... enfim, não vejo a hora de terminar essa série!! kkkk (dedico esse aqui à tati, do limonada. um beijo, miga!)


Não leve a vida tão a sério - Hugh Prather (2006)


livrinho curto de autoajuda que ganhei do meu pai lá em 2013, numa época em que eu tava maluca das ideias por causa da ansiedade e tava tudo meio sofrido. lembro que abri pra ler meio relutante e no fim das contas foi uma leitura boa, que me ajudou a por a cabeça no lugar. eu não lembrava NADA do livro, mas guardava a experiência num lugarzinho especial no coração. daí resolvi reler agora just because e, no geral, achei tudo meio ruim kkkk a mensagem principal é que é impossível controlar tudo, então a gente precisa abrir mão disso pra ser feliz. realmente dá pra tirar coisas boas dessa leitura, mas pra isso a gente precisa abstrair uma boa quantidade de passagens meio sem sentido ou meio problemáticas... lá atrás foi bom, agora eu só terminei de ler porque é bem curtinho kk ah, ele propõe uns exercícios também, que em tese servem pra gente deixar pra trás memórias/pensamentos ruins e abrir espaço pra coisas novas e mais positivas. obviamente ignorei todos. ¯\_(ツ)_/¯  


Um conto de natal - Charles Dickens (1843)


primeira vez na vida que eu entro em contato com essa história, nunca nem vi as adaptações, e resolvi fazer isso justo >em setembro< porque eu perdi o rumo da minha vida, simples assim 😁 kkkk se você também tá por fora dessa, deixa que eu te conto o resuminho: um véio avarento, amargo e insuportável recebe a visita dos três fantasmas do natal e, depois disso, aprende a dar valor pros outros e se torna uma pessoa melhor e generosa. como era de se esperar, é uma gracinha! tem aquele tom típico das histórias com lição de moral pra ensinar a gente a ser menos babaca. é curtinho, fácil de ler e me deixou com vontade de ver o filme da disney haha eu gostei bastante, mas não me apaixonei a ponto de entender as pessoas que releem essa história todo natal... porém não julgo, acho mais é que a gente tem que se agarrar no que faz bem mesmo! ah, também é minha primeira vez lendo dickens!! achei que foi um começo muito bom :)

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 4 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 4 literatura estrangeira (3 dos eua e 1 da inglaterra)

 livros lidos no kindle 3 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 2 autores homens

 releituras 1 x 3 livros novos

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

adulta, eu?

digo com tranquilidade e sem o menor medo de ser feliz que eu sou uma das pessoas mais mimadas que eu conheço.

claro que já ouvi uns nãos nessa vida, mas sempre tive liberdade pra fazer, falar e pedir tudo. e sempre fui mais livre ainda pra não fazer o que eu não tava afim, o que eu acho que é mais especial. além disso, meus pais sempre fizeram por mim tudo o que eles podiam. desde ficar na janela me esperando quando eu voltava do trabalho à noite até passar no mercado só porque eu comentei que tava com vontade de comer alguma coisa específica, os mimos são muito diversos. agora, aos 25 anos, já pagando o meu próprio aluguel, continuo sendo a mesma filhinha de papai (e de mamãe, óbvio) que eu sempre fui.

pois bem.

eis que um dia dessa semana eu estava voltando do mercado a pé, com sacola na mão, acompanhada pelo meu digníssimo, quando pisei em falso num degrau despropositado na calçada e me estabaquei no chão. uma coisa assim meio regina duarte mesmo, mas sem ser por motivos de celular. olhei pro lado quando passamos por um salão de cabeleireiro e PLÓFT. não vi o degrau, torci o pé, cai bonito. aliás, pode ser até que eu quebrasse uns dentes se o boy não tivesse ali do lado pra me segurar na hora.

além da dor, que não foi pouca, levei um baita susto e minha pressão caiu. ignorei as recomendações sanitárias em tempos de coronavírus e sentei na calçada, eu não tinha condições de continuar em pé. coloquei a cabeça pra baixo, no meio dos joelhos, e tentei normalizar a respiração enquanto pensava "tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado". ficamos ali por uns bons minutos, até que eu conseguisse me recuperar pra continuar o trajeto até em casa. por sorte, já estávamos na esquina da nossa rua. do ponto onde nós paramos até a entrada do prédio deve ter, no máximo, uns 150 metros. 

quando achei que já dava pra tentar seguir em frente, me escorei no namorado e andamos uns poucos passos até a minha vista escurecer de novo. tava doendo bastante pra pisar e minha pressão tinha voltado a me deixar na mão, então pedi pra parar e voltei a sentar na calçada. nesse ponto, além de torcer pra não ter quebrado nada, também tava torcendo pra ninguém com coronavírus ter cuspido justo ali onde eu sentei... repetimos ainda mais uma vez esse processo de sentar + colocar a cabeça entre os joelhos + continuar andando, até que finalmente chegamos em casa.

sentei na cadeira da sala, conferi o nível do inchaço do pé e, como boa adulta que sou, liguei pra minha mãe. aliás, minha vontade era de ter ligado lá do meio da rua mesmo! queria ter pedido o resgate pros meus pais na hora que me estatelei, mas o boy não gostou dessa ideia. e ele estava certíssimo, porque a casa dos meus pais fica do outro lado da cidade, então isso não fazia sentido nenhum (e possivelmente meu pai teria vindo me resgatar, ainda por cima). mas pra mim, na posição de filha mais mimada do mundo, era a única alternativa possível naquele momento de dor feat. sofrimento feat. não sei o que fazer por favor alguém me salva.

no telefone, enquanto o digníssimo colocava gelo no meu pé, contei pros meus pais o que tinha acontecido. recebi dicas de cuidados (papai jogava futebol e vivia contundido) e, depois do tchau, ouvi os dois falando antes de desligar "mas ela é muito medrosa, né? essa menina não dá" kkkkk sim, infelizmente muito medrosa mesmo, não pude nem discordar. mas não temos carro, estamos no meio de uma pandemia e hospital era o último lugar onde eu gostaria de ir nesse momento. o estômago chegou a embrulhar só de pensar.

no fim das contas, aparentemente não quebrou mesmo. ficou muito inchado, completamente roxo e dolorido demais pra pisar no chão normalmente, então durante minha recuperação passei a maior parte do tempo com o pé bem paradinho, apoiado pra cima, evitando ao máximo piorar a situação. mas nada que gelo, pomada, analgésico e cuidados especiais do namorado não tenham resolvido!

lembrei que quando eu era mais nova, com uns 12 anos mais ou menos, eu jurava de pé junto que aos 25 a minha vida estaria 100% resolvida e eu já poderia ter filhos, porque sem sombra de dúvidas eu estaria muito bem casada, teria um emprego incrível com um salário ótimo e obviamente me sentiria realizada em tudo. 

agora que cheguei nessa idade eu vejo que, por mais que eu não esteja tão mal assim, estou absolutamente longe de ter tudo nos trilhos. deus me livre e guarde de ter um filho agora. ainda não consigo nem lidar sozinha* com um pé torcido, imagina criar outro ser humano?????? aliás, será que os meus pais já sabem lidar de verdade com os problemas deles ou só fingem muito bem pra acalmar o meu coração????

se eles estiverem fingindo, espero que eu também minta assim tão bem quando chegar a minha hora de ser chamada de mãe. 


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* falei pros meus pais no telefone que não sabia o que fazer pra me virar sozinha pós acidente e a primeira coisa que meu pai falou foi "ué, mas cadê o leo?". e a primeira coisa que o boy fez foi me perguntar "ué, mas e eu?". expliquei para todos que, naquele contexto, "sozinha" queria dizer "sem meus pais ou quaisquer outros adultos responsáveis que poderiam tomar conta da minha vida e decidir coisas importantes por mim". ¯\_(ツ)_/¯

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

livrinhos de agosto

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◇ ◇ ◇


Antologia da Literatura Fantástica - Adolfo Bioy Casares, Jorge Luis Borges e Silvina Ocampo (1965)


nem acredito que finalmente li o livro mais bonito da minha estante!!!!! faz anos que esse bonitinho tá encalhado aqui, só esperando a vez dele chegar. comprei com um super desconto na feira do livro da usp quando a editora fechou, acho que lá pra 2015 :P já havia tentado ler antes, mas não rolou. daquela vez, eu tava lendo os contos despretensiosamente, tipo um por dia, mas não passei das primeiras páginas. agora cismei que leria tudo, um em seguida do outro, aí foi! essa coletânea tem mais de 70 contos, alguns com um único parágrafo, outros com mais de 20 páginas, outros que na verdade são só um excerto de uma outra obra, etc etc. alguns são contemporâneos (considerando a data de publicação, né?), outros são tão antigos que não dá pra estabelecer a data exata. tem conto árabe, chinês, argentino, britânico, estadunidense... enfim, de tudo um pouquinho :)

já disse outras vezes aqui que não sou muito fã de ler livros de contos, mas gosto demais de literatura fantástica e esse aqui é muito especialzinho! por mais que eu não tenha mesmo morrido de amores por todos os 75 textos, o livro tá recheado de coisa boa que me deixou impactada, de terminar o conto e ficar olhando pra parede por uns minutos digerindo o que tava escrito ali, sabe?

como eu li tudo seguido, algumas histórias acabaram se confundindo umas com as outras na minha memória. outras, menos marcantes, já foram até esquecidas. por isso não dei nota 5 pro livrinho no goodreads - dei nota 4, porque faltou um pouquinho pra ser arrebatador. mas recomendo demais a leitura pra quem gosta do gênero, é uma experiência show de bola! quem não curte literatura fantástica talvez ache cansativo, mas ainda assim eu acredito que vale a pena se arriscar e dar uma chance.

ah, essa tradução pro português é baseada na segunda versão do livro, por isso considerei a data como 1965 (a primeira edição é de 1940).


◇ ◇ ◇


em números, resumão do mês:

 livros terminados 1 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 1 literatura estrangeira (1 da argentina - na real os organizadores do livro são argentinos, né? os contos são de vários países diferentes)

 livros lidos no kindle 0 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 1 x 2 autores homens (eu não sei se devia contabilizar essa categoria?????? socorro)

 releituras 0 x 1 livros novos

◇ ◇ ◇


mais uma vez, só li um livro no mês. me reservei o direito de ler menos (e de não me sentir pressionada por isso) porque não é toda hora que a gente sai da casa dos pais, né? ;) meu plano é aumentar a quantidade de leituras em setembro - se tudo correr bem, já terei me adaptado melhor à rotina nova. fiquemos no aguardo dos próximos capítulos!

sábado, 22 de agosto de 2020

home, sweet, home

no começo de agosto, saí da casa dos meus pais e passei a morar com o boy.

a gente namora há quase sete anos, já faz um tempão que falamos de morar juntos, mas nunca era a hora certa. "nossos salários não são bons o suficiente, podemos esperar mais um pouco, o imóvel precisa obrigatoriamente ficar num lugar assim ou assado", etc etc etc. porém agora, no meio de uma pandemia, depois de vários meses sem nos encontrarmos, decidimos encarar de frente essa próxima etapa. finalmente juntamos as escovas de dente.

viemos parar do outro lado da cidade, num bairro gostosinho e perto de tudo, numa rua sem saída e super tranquila! o apto não é grande e tá meio mal cuidado, mas era o que cabia no bolso. e vai ficar bonitinho (aliás, já tá ficando!), a gente só precisa se esforçar um pouco pra isso hehe

por aqui, as coisas estão tomando forma aos poucos. compra um eletrodoméstico aqui, um móvel ali, um negocinho acolá... agora até que já temos bastante coisa, mas chegamos só com fogão e geladeira na cozinha (gente, que caro geladeira, né? eu hein), nossas escrivaninhas pra gente conseguir trabalhar, duas cadeiras usadas dessas universitárias que meu pai arrumou e uns móveis que eu trouxe do meu quarto.

aliás, o boy e meu pai que desmontaram meu guarda-roupa pra transportar até aqui. pra montar, os dois contaram com a ajuda do meu cunhado. eu desacreditei do sucesso dessa empreitada, mas deu tão certo que até me surpreendi. não ficou 100%, até porque o bichinho já não era da melhor qualidade, mas ficou o melhor possível :)

passamos os primeiros cinco dias dormindo num colchão de solteiro no chão, esperando o novo chegar. o plano era dormir num inflável de casal, mas não rolou - tava sem a tampa que fecha o buraco por onde enche de ar. por sorte trouxemos esse aí de plano b, que na verdade era pra servir como sofá. e por mais sorte ainda tava um frio lascado nesses dias, porque seria inviável dormir tão juntinhos se tivesse calor. depois que o colchão de casal chegou a qualidade do sono melhorou de forma incalculável, mas ainda faltava a cama - que só chegou uma semana depois do colchão. se quiséssemos receber os dois juntos, só 14 dias depois da nossa chegada na casinha nova. melhor dormir no colchão de casal, mesmo no chão, do que passar duas semanas dividindo o colchãozinho que a gente trouxe.

demoramos um pouco pra ter o armário da cozinha (vou contar essa saga em outro post), então usamos umas caixas pra fazer uma despensa improvisada. cozinhar tava sendo um desafio. além de não termos espaço pra apoiar as coisas, também passamos alguns dias sem panelas, sobrevivendo com duas frigideiras e a panela de pressão. enquanto isso, como a sala tava vazia (só compramos sofá, mesa e cadeiras no fim de semana passado), ela foi eleita o cômodo oficial da bagunça. tudo o que ainda não tinha lugar definido ficava jogado por lá. tava um caos, meio desesperador mesmo, mas ainda assim dava um quentinho no coração de saber que aquela bagunça toda ficava na nossa casinha.

tá sendo incrível essa experiência de viver sob o mesmo teto que a minha pessoa preferida no mundo.

claro que sinto saudade de quando eu acordava e meu pai já tinha feito o café (e eu gastava bem menos dinheiro), mas dormir e acordar todo dia ao lado desse cara tá fazendo valer a pena demais os perrengues chiques que a gente passa todo dia!

em tempos normais, estaríamos aproveitando tudo o que o bairro novo tem pra oferecer - inclusive pegar metrô e descer na avenida paulista depois de três estações. por enquanto, o que a gente conhece se resume a: mercado, padaria, farmácia e a feira da rua de cima. como não dá pra passear, o que a gente tem feito é experimentar os restaurantes da região que fazem delivery. já tá sendo um bom começo ♡

sexta-feira, 31 de julho de 2020

livrinhos de julho

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◇ ◇ ◇


Outra dimensão para nós dois - Maria Freitas (2018)


conto curtinho e atualíssimo que se passa durante a quarentena do corona vírus!!!!! kkkkk é sobre dois meninos (um deles é trans) que são amigos desde sempre e moram juntos. durante o isolamento social, eles percebem que coisas estranhas estão acontecendo nessa casa onde eles moram. como o próprio nome indica, envolve diferentes dimensões e possibilidades do que poderia ser a vida deles caso outras escolhas fossem feitas. é bem bonitinho e divertido, mas achei que por ser tão curto a história não foi bem aproveitada. toda essa questão das dimensões tinha potencial pra ser muito mais legal, mas não deu tempo de explorar direito, sabe? de qualquer forma, é um romance fofinho (e talvez seja a primeira história que eu leio com um protagonista trans!)


Nosso Musseque - José Luandino Vieira (2003)


conheci luandino na faculdade, cursando literatura angolana. as aulas eram horríveis, mas eu gostei de tudo o que li e fiquei com vontade de conhecer mais! esse romance é construído como se fossem vários causos. o narrador conta episódios da vida das personagens e não tem exatamente um começo, meio e fim. a gente acompanha acontecimentos aleatórios da vida dessas pessoas que moram no musseque (que seria mais ou menos o equivalente angolano à favela, comunidade, algo assim), principalmente do narrador e dos amigos dele, que são crianças e adolescentes. por ter essa perspectiva mais infantil é um livro divertido, mas tem uma carga emocional bem grande e discute, mesmo que indiretamente, a questão racial. o que eu mais gostei foi da experiência de ler, não necessariamente do livro em si. gostei de entrar em contato com o português angolano, de conhecer palavras e expressões novas que fazem sentido naquela cultura, de sentir estranheza com algumas construções tão diferentes do que a gente usa no brasil... sabe? foi bonito :)


Lua nova - Stephenie Meyer (2006)


eu não tava esperando amar o livro, já tinha sido avisada que era ruim, mas não tava esperando uma BOMBA ATÔMICA dessa hahahahaha pra começo de conversa: a história desse aqui é ridícula. edward vai embora, bella entra numa crise depressiva braba e só melhora quando começa a andar com jacob, que depois vira um lobisomem. no fim das contas ela vai parar na itália pra salvar a vida do vampiro que tava tentando se matar e larga o lobisomem pra trás. SABE??? kkkk o desenvolvimento dos fatos é tosco, a bella tá insuportável, o romance entre ela e o edward me dá pavor (é só diálogo bizarro nível "se você morrer eu me mato"), uma cena é mais absurda e descabida do que a outra... não tem defesa, sério hahaha mas como boa maluca que sou eu quero ler o próximo pra saber qualé (só vi o filme 1x e já esqueci tudo) :P também preciso dizer que jake foi a única coisa positiva desse livro horroroso, sempre que ele aparecia me dava um quentinho no coração. mas boatos que depois ele também fica insuportável, então veremos se continuarei #TeamJacob nos próximos livros!!


Not about nightingales - Tennessee Williams (1938)


✩ favorito do mês! ✩
esse também é herança da faculdade! imprimi a xerox lá em 2015/2016 e nunca li. achei perdida aqui e aproveitei pra fazer minha primeira leitura em inglês do ano, finalmente :) essa peça é dividida em 3 atos e a história se passa dentro de uma penitenciária. resumindo bem, os detentos entram em greve de fome pedindo por melhores condições e o diretor, que é uma pessoa horrível, responde a isso trancafiando todo um pavilhão na sala das caldeiras, pra morrer ali sem ter como respirar. em paralelo a isso, uma moça começa a trabalhar ali como a nova secretária do diretor e acaba se apaixonando por um prisioneiro. ah, o título é inspirado em "ode to a nightingale", do keats (inclusive tem uma cena sobre isso). eu gostei muito, fiquei com vontade de ver a peça pra ter a experiência completa! eu recomendo bastante, mas acho que não tem tradução pro português, então fica o aviso: tem que ter bastante familiaridade com o inglês pra conseguir ler. precisei consultar o dicionário várias vezes e a oralidade tá muito marcada na fala das personagens, então acaba ficando confuso. mas vale demais a leitura!

◇ ◇ ◇


em números, resumão do mês:

 livros terminados 4 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 1 x 3 literatura estrangeira (1 de angola e 2 dos eua)

 livros lidos no kindle 4 x 0 livros físicos (a peça foi xerox, né? kkkk mas não posso considerar um livro físico, sorry)

 autoras mulheres 2 x 2 autores homens

 releituras 0 x 4 livros novos

segunda-feira, 29 de junho de 2020

livrinhos de junho

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◇ ◇ ◇


finalmente, após um longo e tenebroso inverno outono, chegou o fatídico mês, aquele que eu pensei que jamais chegaria. confesso que eu tava contando os segundos pra poder dizer que: EU TERMINEI OS MISERÁVEIS, meuza migos!

antes de falar do livro em si, deixa eu contar a via sacra que foi ler esse bonitinho e terminar a leitura ainda no mês de junho... senta que lá vem história ^^

assim... eu comecei em março, quando a quarentena passou a existir. achei que era a melhor - senão a única - oportunidade que eu teria pra efetivamente conseguir ler esse livro na edição física, que é a que eu tenho em casa. é IMPOSSÍVEL levar um livro de 1510 páginas na mochila, né? e eu sou (ou era) do time que só lê no transporte público ou na hora de almoço no trabalho, então eu olhava pra ele na minha estante e ficava me perguntando QUANDO eu conseguiria encaixar um negócio desse na minha rotina já muito bem estabelecida.

pois agarrei a oportunidade que o coronavairus me deu e peguei pra ler achando que eu ia arrasar, ia ler durante todo o meu tempo livre e sem dúvida nenhuma terminaria em um mês e pouco, no máximo dois. mas no alto da minha inocência de jovem sonhadora eu não considerei um zilhão de fatores, principalmente o fato de que nós ESTAMOS VIVENDO NO MEIO DE UMA PANDEMIA, pelo amor de deus. eu não tive estrutura pra ler um livro denso, que trata de um assunto sério, com a mesma frequência que eu leio normalmente. tanto é que passei o mês de maio inteirinho com ele pegando poeira em cima da minha cômoda, não abri o livro uma vez sequer...

daí me senti culpada, porque afinal de contas eu sou doida e me cobro a respeito de coisas que não fazem o menor sentido. então eu decidi que correria atrás do prejuízo e terminaria o livro em junho, simples assim, sem choro nem vela.

no dia 1º de junho eu estava na página 450. considerando meu ritmo de leitura nesse livro específico e a minha disposição pra essa história, eu também decidi que não ia dar pra ler nenhum outro esse mês. não ia dar pra intercalar com livrinhos mais leves como eu fiz nos meses anteriores, simplesmente porque eu não ia querer voltar pra esse, igualzinho aconteceu no mês de maio ^^ kkkk

pra conseguir terminar, eu tinha que ler 35 páginas por dia. pensei "poxa, tá tranquilo! já terminei livro de 200 páginas num dia só, agora eu vou arrasar sem dúvida!". realmente, em alguns dias eu li 60, 70 páginas, mas em outros eu sofria pra chegar em 20... foi uma leitura cheia de altos e baixos, digamos assim. mas o que importa é que eu cumpri minha meta!!!

e agora, sem mais delongas, vamos às considerações sobre esse livrinho tranquilo que deve pesar uns 10 kg no mínimo: 

Os miseráveis - Victor Hugo (1862)


(um breve parêntese: gente, que difícil resumir esse livro do jeito que eu sempre faço! escrevi e apaguei várias vezes e nada ficou bom... vou dar o meu melhor aqui e se você não entender nada ou se achar que tá insuficiente, descurpe mas é o que tem pra hoje! kk)

a história se passa entre 1815 e 1830 e pouco. a gente acompanha a trajetória do jean valjean, um homem pobre que passou uns 20 anos preso por roubar comida e depois acabou virando um foragido da polícia, teve que mudar de nome, se esconder etc. como consequência, também acabamos acompanhando as pessoas que, de alguma forma, cruzaram o caminho dele: o inspetor de polícia que é o maior inimigo do cara, a criança que ele cria como filha, o futuro marido dessa filha e por aí vai. no meio dessa narrativa, também tem umas passagens sobre a história de paris, umas pitadas de critica social, umas digressões que parecem meio sem pé nem cabeça mas depois acabam se explicando... afinal de contas, 1510 páginas, né? haja coisa pra contar.

gostei do livro e me impressionei todas as vezes em que as coisas se amarraram tão bem, mesmo que uma passagem parecesse completamente solta e aleatória. tudo tinha uma razão de ser, mas talvez isso só se explicasse duzentas páginas depois. por exemplo: victinho nos presenteou com, sei lá, 70 páginas sobre a batalha de waterloo. e tudo isso só pra falar, lá no final dessas páginas todas, que o personagem x salvou a vida do pai do personagem y. só que nesse momento da narrativa você nem sabe que o cara é pai do outro, muito menos que isso vai ter uma influência na história. então eu li tudo aquilo me perguntando POR QUÊ, VICTOR? e depois, quando isso teve uma influência enorme no desdobramento dos fatos, eu fiquei assim: 🤯

mas não nego que achei um saco essa pausa na narrativa pra falar da batalha, que se passou anos antes e, a princípio, não tinha nada a ver com o enredo... aliás, por causa desses desvios longos na história eu não consegui amar o livro. gente, pelo amor de deus, victor hugo gastou pra lá de cinquenta páginas falando sobre esgoto. divagando sobre o tema, fazendo metáforas e também explicando como era o sistema de esgoto de paris. beleza, em seguida realmente rola uma cena importante de dois personagens que se salvam fugindo pelo esgoto, mas sinceramente... quem aguenta, sabe?

também rola um dramalhão danado, as personagens têm sentimentos aflorados, tudo é um desespero. o mocinho ameaça se matar porque a namorada vai se mudar, o pai definha porque tá com saudade da filha, o cara entra em parafuso e perde o prumo porque fica em dúvida a respeito de algo que sempre foi uma certeza, essas coisas. é uma intensidade sem fim.

meu personagem preferido foi, sem dúvida, o gavroche. um menino criado na rua, por conta própria, que aprendeu a se virar sozinho pra tudo, porque os pais são falidos e não conseguem se importar com mais essa boca pra alimentar. ele tem muitas cenas ótimas, uns diálogos muito bons. é especialzinho demais. <3

terminei o livro com vontade de rever o filme (fiquei viciadíssima na trilha sonora quando lançou) e pretendo fazer isso assim que eu sentir saudade e ficar afim de voltar pra essa história - porque ela é bem boa, mas não pretendo reler esse livro jamé :P kk achei que foi uma experiência bem válida e dá aquela inflada no ego poder falar que já li esse aqui (não nego), mas não sei se recomendo a leitura. não me entendam mal, eu recomendo demais que se conheça a história!! mas né... 1500+ páginas, sabe... sem tempo, irmão.


◇ ◇ ◇


em números, resumão do mês:

 livros terminados 1 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 1 literatura estrangeira (da frança)

 livros lidos no kindle 0 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 0 x 1 autores homens

 releituras 0 x 1 livros novos

domingo, 31 de maio de 2020

livrinhos de maio

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Céu sem estrelas - Iris Figueiredo (2018)


sempre quis ler esse livro, mesmo sem saber a história, porque acho a capa bonita demais! antes de mais nada, fica o aviso de gatilho: cecília, a personagem principal, é uma menina gorda que se corta e tem pensamentos suicidas. a história gira em torno da cecília e da vida dela: a família desajustada, a relação complicada com a mãe, as amigas que dão o suporte que ela precisa, o menino que ela gosta, o primeiro emprego, a faculdade, os problemas relacionados à autoestima e aceitação etc. é um romance YA bem xóvem e é bem previsível até certo ponto, mas isso não tira o mérito do livro e das discussões que ele traz. e a cecília é show, dá vontade de ser amiga dela!! achei que tem uns clichês meio difíceis de engolir que dão uma cara de fanfic pra história, mas é cativante, é gostoso de ler e terminei com vontade de saber mais sobre o futuro das personagens. bom sinal, né? :) 


Bem-vindos à Rua Maravilha - Gabriel Mar (2019)


esse aqui quem me deixou com vontade de ler foi o victor, do geek freak, que disse em algum vídeo que amou a atmosfera do livro (ou algo nesse sentido). é sobre um menino que ainda não se encontrou na vida, mas começa a se descobrir e se entender melhor ao escrever uma peça de teatro e se unir aos atores pra dar vida ao musical que ele criou. é realmente bem legal acompanhar essa rotina do teatro, os ensaios, as músicas e tal, mas pra mim o que valeu mesmo foi a junção de tantas personagens tão diferentes que amadurecem e mudam juntas. tem bastante representatividade também! resumindo, me cativei mais pela história pessoal de cada personagem do que pelo conjunto da obra em si, porém são personagens demais e o menino principal é meio irritante... então eu gostei, mas com ressalvas hahaha


Minha história - Michelle Obama (2018)


✩ favorito do mês! ✩
ganhei de presente do boy esse aqui. que baita livro bom, viu? não sabia quase nada da vida dela ou dos projetos que ela criou e coordenou durante os mandatos do marido e gostei demais de conhecer a história dessa mulher!!! e também de descobrir de onde michelle veio, conhecer a família dela e a sua trajetória de menina periférica que se tornou uma advogada de sucesso e largou a carreira porque escrever contratos não era tão satisfatório pra alguém que queria abrir portas pra pessoas com menos oportunidades. miche se apaixonou por um homem que virou presidente de um país racista e horrível e, mesmo sofrendo uma pressão surreal, ela usou seu lugar de destaque pra apoiar mulheres e crianças e ser uma primeira-dama com papel ativo. sabe? :~ vale dizer que ler michelle falando das mortes de pessoas negras bem quando george floyd foi assassinado bateu lá no fundo... enfim, além de a história ser incrível, a narrativa dela é bem gostosa de ler. recomendo muito!



◇ ◇ ◇


em números, resumão do mês:

 livros terminados 3 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 2 x 1 literatura estrangeira (1 dos eua)

 livros lidos no kindle 3 x 0 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 1 autores homens

 releituras 0 x 3 livros novos

domingo, 24 de maio de 2020

o primeiro namoradinho

3. escreva sobre o seu primeiro beijo e como se sentiu.

a primeira coisa que me vem à mente quando penso nisso é o tanto de beijinho que eu podia ter dado antes do primeiro, mas não tive coragem simplesmente porque ainda não era A Pessoa Certa. o fardo de ser uma mulher canceriana é romantizar tudo desde que nasci...

eu tinha 13 anos e já me achava super velha pra ser bv. enquanto quase todas as minhas amigas já estavam inclusive com os seus namoradinhos, eu ainda ficava apavorada com a ideia de beijar alguém. como que eu podia deixar uma pessoa que não era especial o suficiente enfiar a língua dentro da minha boca????? pelo amor de deus, sabe. inviável.

eis que um dia, de repente, não mais do que de repente, eu conheci esse menino. nós estudávamos na mesma escola, tínhamos amigos em comum, mas eu nunca tinha trocado nem uma palavra com ele. na verdade, eu não dava bola pra existência dele e nem ele pra minha. até que a gente se conheceu e as coisas mudaram com toda a intensidade que a adolescência permite. 

nos conhecemos no último dia de aula antes das férias de julho. não há adolescente que resista ao clima de euforia pré-férias e, ainda bem, os professores também compartilhavam desse mesmo sentimento. desde que ninguém extrapolasse e perdesse muito o juízo, a gente podia ir nas outras classes, interagir com os colegas pelos corredores etc. estávamos ali pra cumprir o calendário escolar, mas não tinha aula de verdade.

uma amiga de outra classe, um ano mais velha, me chamou pra ir até a sala dela. os alunos levaram comida pra fazer um café da manhã de despedida. morrendo de vergonha de invadir um espaço que não me pertencia, e mais ainda de comer uma comida que não era pra mim, eu fui. conheci os amigos dela, incluindo o famigerado boy, e comi uma coisa ou outra. fiquei ali por uns cinco minutos só, não sabia quanto tempo eu tinha pra ficar fora da sala sem o professor me dar bronca depois. na hora nós nem chegamos a conversar muito, mas nesse mesmo dia, de tarde, ele me adicionou no finado orkut. trocamos umas mensagens e passamos a conversar no msn. depois de uns dias também já estávamos trocando sms pelo celular. pois passei o mês inteiro de férias conversando com ele o tempo todo e, quando eu dei por mim, já tava apaixonada.

aí as aulas voltaram, a gente se reencontrou pessoalmente e chegou o fatídico dia de finalmente beijar a boca do menino que eu gostava. pra nossa sorte (assim não tivemos que planejar muito), teria um jogo de futebol da nossa escola contra uma outra do mesmo bairro numa quadra pertinho de onde a gente estudava, dava pra irmos a pé. fomos em bando, vários adolescentes juntos animadíssimos com o fato de os nossos amigos jogarem dali a pouco. e eu com o maior frio na barriga porque meu deus do céu eu ia beijar a boca do menino que eu gostava!!!!!

e é claro que foi tudo meio esquisito, eu fiquei super nervosa, mas não foi ruim não. beijar pela primeira vez alguém de quem eu gostava de verdade foi uma experiência tão gostosinha! valeu a pena esperar, fiquei bem feliz na época e é uma lembrança boa que me deixa de coração quentinho hoje. e depois não é que eu e o belezinha acabamos sendo um casalzinho por um tempo considerável? em meio a várias idas e vindas, alguns meses separados e ficando com outras pessoas aqui e ali, passaram-se uns dois anos desde esse primeiro até o último beijo que a gente deu.

perdemos o contato de vez há mil anos, mas às vezes rola uma troca de likes nas fotos um do outro no instagram. a modernidade, né, meninas? :)

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