segunda-feira, 29 de junho de 2020

livrinhos de junho

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finalmente, após um longo e tenebroso inverno outono, chegou o fatídico mês, aquele que eu pensei que jamais chegaria. confesso que eu tava contando os segundos pra poder dizer que: EU TERMINEI OS MISERÁVEIS, meuza migos!

antes de falar do livro em si, deixa eu contar a via sacra que foi ler esse bonitinho e terminar a leitura ainda no mês de junho... senta que lá vem história ^^

assim... eu comecei em março, quando a quarentena passou a existir. achei que era a melhor - senão a única - oportunidade que eu teria pra efetivamente conseguir ler esse livro na edição física, que é a que eu tenho em casa. é IMPOSSÍVEL levar um livro de 1510 páginas na mochila, né? e eu sou (ou era) do time que só lê no transporte público ou na hora de almoço no trabalho, então eu olhava pra ele na minha estante e ficava me perguntando QUANDO eu conseguiria encaixar um negócio desse na minha rotina já muito bem estabelecida.

pois agarrei a oportunidade que o coronavairus me deu e peguei pra ler achando que eu ia arrasar, ia ler durante todo o meu tempo livre e sem dúvida nenhuma terminaria em um mês e pouco, no máximo dois. mas no alto da minha inocência de jovem sonhadora eu não considerei um zilhão de fatores, principalmente o fato de que nós ESTAMOS VIVENDO NO MEIO DE UMA PANDEMIA, pelo amor de deus. eu não tive estrutura pra ler um livro denso, que trata de um assunto sério, com a mesma frequência que eu leio normalmente. tanto é que passei o mês de maio inteirinho com ele pegando poeira em cima da minha cômoda, não abri o livro uma vez sequer...

daí me senti culpada, porque afinal de contas eu sou doida e me cobro a respeito de coisas que não fazem o menor sentido. então eu decidi que correria atrás do prejuízo e terminaria o livro em junho, simples assim, sem choro nem vela.

no dia 1º de junho eu estava na página 450. considerando meu ritmo de leitura nesse livro específico e a minha disposição pra essa história, eu também decidi que não ia dar pra ler nenhum outro esse mês. não ia dar pra intercalar com livrinhos mais leves como eu fiz nos meses anteriores, simplesmente porque eu não ia querer voltar pra esse, igualzinho aconteceu no mês de maio ^^ kkkk

pra conseguir terminar, eu tinha que ler 35 páginas por dia. pensei "poxa, tá tranquilo! já terminei livro de 200 páginas num dia só, agora eu vou arrasar sem dúvida!". realmente, em alguns dias eu li 60, 70 páginas, mas em outros eu sofria pra chegar em 20... foi uma leitura cheia de altos e baixos, digamos assim. mas o que importa é que eu cumpri minha meta!!!

e agora, sem mais delongas, vamos às considerações sobre esse livrinho tranquilo que deve pesar uns 10 kg no mínimo: 

Os miseráveis - Victor Hugo (1862)


(um breve parêntese: gente, que difícil resumir esse livro do jeito que eu sempre faço! escrevi e apaguei várias vezes e nada ficou bom... vou dar o meu melhor aqui e se você não entender nada ou se achar que tá insuficiente, descurpe mas é o que tem pra hoje! kk)

a história se passa entre 1815 e 1830 e pouco. a gente acompanha a trajetória do jean valjean, um homem pobre que passou uns 20 anos preso por roubar comida e depois acabou virando um foragido da polícia, teve que mudar de nome, se esconder etc. como consequência, também acabamos acompanhando as pessoas que, de alguma forma, cruzaram o caminho dele: o inspetor de polícia que é o maior inimigo do cara, a criança que ele cria como filha, o futuro marido dessa filha e por aí vai. no meio dessa narrativa, também tem umas passagens sobre a história de paris, umas pitadas de critica social, umas digressões que parecem meio sem pé nem cabeça mas depois acabam se explicando... afinal de contas, 1510 páginas, né? haja coisa pra contar.

gostei do livro e me impressionei todas as vezes em que as coisas se amarraram tão bem, mesmo que uma passagem parecesse completamente solta e aleatória. tudo tinha uma razão de ser, mas talvez isso só se explicasse duzentas páginas depois. por exemplo: victinho nos presenteou com, sei lá, 70 páginas sobre a batalha de waterloo. e tudo isso só pra falar, lá no final dessas páginas todas, que o personagem x salvou a vida do pai do personagem y. só que nesse momento da narrativa você nem sabe que o cara é pai do outro, muito menos que isso vai ter uma influência na história. então eu li tudo aquilo me perguntando POR QUÊ, VICTOR? e depois, quando isso teve uma influência enorme no desdobramento dos fatos, eu fiquei assim: 🤯

mas não nego que achei um saco essa pausa na narrativa pra falar da batalha, que se passou anos antes e, a princípio, não tinha nada a ver com o enredo... aliás, por causa desses desvios longos na história eu não consegui amar o livro. gente, pelo amor de deus, victor hugo gastou pra lá de cinquenta páginas falando sobre esgoto. divagando sobre o tema, fazendo metáforas e também explicando como era o sistema de esgoto de paris. beleza, em seguida realmente rola uma cena importante de dois personagens que se salvam fugindo pelo esgoto, mas sinceramente... quem aguenta, sabe?

também rola um dramalhão danado, as personagens têm sentimentos aflorados, tudo é um desespero. o mocinho ameaça se matar porque a namorada vai se mudar, o pai definha porque tá com saudade da filha, o cara entra em parafuso e perde o prumo porque fica em dúvida a respeito de algo que sempre foi uma certeza, essas coisas. é uma intensidade sem fim.

meu personagem preferido foi, sem dúvida, o gavroche. um menino criado na rua, por conta própria, que aprendeu a se virar sozinho pra tudo, porque os pais são falidos e não conseguem se importar com mais essa boca pra alimentar. ele tem muitas cenas ótimas, uns diálogos muito bons. é especialzinho demais. <3

terminei o livro com vontade de rever o filme (fiquei viciadíssima na trilha sonora quando lançou) e pretendo fazer isso assim que eu sentir saudade e ficar afim de voltar pra essa história - porque ela é bem boa, mas não pretendo reler esse livro jamé :P kk achei que foi uma experiência bem válida e dá aquela inflada no ego poder falar que já li esse aqui (não nego), mas não sei se recomendo a leitura. não me entendam mal, eu recomendo demais que se conheça a história!! mas né... 1500+ páginas, sabe... sem tempo, irmão.


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em números, resumão do mês:

 livros terminados 1 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 1 literatura estrangeira (da frança)

 livros lidos no kindle 0 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 0 x 1 autores homens

 releituras 0 x 1 livros novos

Um comentário:

  1. Olá 😋
    Eu tenho um problema sério com livros grandes... Eu tenho medo deles. A única autora que me faz ler páginas e páginas é Marian Keyes. Seguro os tijolões que ela escreve com o maior prazer hahaha
    Tu é uma guerreira, mulher. Se eu tivesse deixado um livro desses de lado, continuava a leitura nunca mais. Rs
    Parabéns por persistir!
    Beijos 😗

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