quarta-feira, 30 de setembro de 2020

livrinhos de setembro

 pra acompanhar os posts anteriores, é só clicar aqui 😄



◇ ◇ ◇


As coisas como elas são - Laurie Frankel (2017)


✩ favorito do mês! ✩
eu amei essa capa!! 🤧 aqui, um casal tem 5 filhos homens e o mais novo deles, na verdade, é uma menina trans. é sobre a história dessa criança, claro, mas também dos familiares dela, que se reajustam pra tornar a vida da menininha mais fácil. ai, o livro é lindo! acontecem umas coisas meio nada a ver (tipo a mãe e a menina irem pra tailândia), mas achei muito bonita a trajetória de todas as personagens e a forma como a autora tratou o tema. vi uma galera falando que não gostou porque 1) o livro é feliz demais, ninguém sofre de verdade; e 2) a escrita é cansativa e prolixa. pois eu gostei justamente por ter essa perspectiva positiva!! a família acolhe a criança em todos os momentos (o que deveria ser a regra, e não a ficção absurda), as situações ruins se resolvem, as personagens são sensíveis umas com as outras... é muito bonito! mas não sei se uma pessoa trans se incomodaria, só vi gente cis comentando. e quanto à escrita, não senti nada disso. então, ponto pra tradutora que aparentemente melhorou o original nesse quesito! enfim, gostei bastante do livro. deu um quentinho no coração e me deixou com lagriminha nos olhos várias vezes, do jeitinho que eu gosto ♡


Eclipse - Stephenie Meyer (2007)


continuando a saga de ler essa série de gosto duvidoso depois de véia... 🤪 bella e edward estão mais juntos do que nunca, num relacionamento bizarro, enquanto jacob sofre tentando conquistar o coração dessa menina. em paralelo, um bando de vampiro "jovem" tá solto atacando as pessoas e os cullen e os lobisomens se unem pra acabar com essa palhaçada e proteger a vida da frágil humana que cismou em virar vampira, é isto. eu fiquei um tempão tentando decidir qual nota dar pra esse livro no goodreads, porque eu gostei de ler. não foi intragável igual o 2, eu me diverti! gostei de acompanhar de novo os lobisomens, de conhecer mais do passado das personagens, e ri demais com o plot da bella desesperada querendo >transar< antes de se transformar, pelo amor de deus! mas é tudo problemático DEMAIS. é todo mundo maluco e abusivo, não tem ninguém que se salve. jacob achou por bem fazer chantagem emocional e agarrar a menina à força, sabe? chega a dar raiva mesmo. sem contar que é tudo uma breguice sem fim, mas isso já tava estabelecido desde o primeiro livro. fico me perguntando se eu teria gostado desses absurdos se tivesse lido com 14 anos... enfim, não vejo a hora de terminar essa série!! kkkk (dedico esse aqui à tati, do limonada. um beijo, miga!)


Não leve a vida tão a sério - Hugh Prather (2006)


livrinho curto de autoajuda que ganhei do meu pai lá em 2013, numa época em que eu tava maluca das ideias por causa da ansiedade e tava tudo meio sofrido. lembro que abri pra ler meio relutante e no fim das contas foi uma leitura boa, que me ajudou a por a cabeça no lugar. eu não lembrava NADA do livro, mas guardava a experiência num lugarzinho especial no coração. daí resolvi reler agora just because e, no geral, achei tudo meio ruim kkkk a mensagem principal é que é impossível controlar tudo, então a gente precisa abrir mão disso pra ser feliz. realmente dá pra tirar coisas boas dessa leitura, mas pra isso a gente precisa abstrair uma boa quantidade de passagens meio sem sentido ou meio problemáticas... lá atrás foi bom, agora eu só terminei de ler porque é bem curtinho kk ah, ele propõe uns exercícios também, que em tese servem pra gente deixar pra trás memórias/pensamentos ruins e abrir espaço pra coisas novas e mais positivas. obviamente ignorei todos. ¯\_(ツ)_/¯  


Um conto de natal - Charles Dickens (1843)


primeira vez na vida que eu entro em contato com essa história, nunca nem vi as adaptações, e resolvi fazer isso justo >em setembro< porque eu perdi o rumo da minha vida, simples assim 😁 kkkk se você também tá por fora dessa, deixa que eu te conto o resuminho: um véio avarento, amargo e insuportável recebe a visita dos três fantasmas do natal e, depois disso, aprende a dar valor pros outros e se torna uma pessoa melhor e generosa. como era de se esperar, é uma gracinha! tem aquele tom típico das histórias com lição de moral pra ensinar a gente a ser menos babaca. é curtinho, fácil de ler e me deixou com vontade de ver o filme da disney haha eu gostei bastante, mas não me apaixonei a ponto de entender as pessoas que releem essa história todo natal... porém não julgo, acho mais é que a gente tem que se agarrar no que faz bem mesmo! ah, também é minha primeira vez lendo dickens!! achei que foi um começo muito bom :)

◇ ◇ ◇


em números, resumão do mês:

 livros terminados 4 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 4 literatura estrangeira (3 dos eua e 1 da inglaterra)

 livros lidos no kindle 3 x 1 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 2 autores homens

 releituras 1 x 3 livros novos

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

adulta, eu?

digo com tranquilidade e sem o menor medo de ser feliz que eu sou uma das pessoas mais mimadas que eu conheço.

claro que já ouvi uns nãos nessa vida, mas sempre tive liberdade pra fazer, falar e pedir tudo. e sempre fui mais livre ainda pra não fazer o que eu não tava afim, o que eu acho que é mais especial. além disso, meus pais sempre fizeram por mim tudo o que eles podiam. desde ficar na janela me esperando quando eu voltava do trabalho à noite até passar no mercado só porque eu comentei que tava com vontade de comer alguma coisa específica, os mimos são muito diversos. agora, aos 25 anos, já pagando o meu próprio aluguel, continuo sendo a mesma filhinha de papai (e de mamãe, óbvio) que eu sempre fui.

pois bem.

eis que um dia dessa semana eu estava voltando do mercado a pé, com sacola na mão, acompanhada pelo meu digníssimo, quando pisei em falso num degrau despropositado na calçada e me estabaquei no chão. uma coisa assim meio regina duarte mesmo, mas sem ser por motivos de celular. olhei pro lado quando passamos por um salão de cabeleireiro e PLÓFT. não vi o degrau, torci o pé, cai bonito. aliás, pode ser até que eu quebrasse uns dentes se o boy não tivesse ali do lado pra me segurar na hora.

além da dor, que não foi pouca, levei um baita susto e minha pressão caiu. ignorei as recomendações sanitárias em tempos de coronavírus e sentei na calçada, eu não tinha condições de continuar em pé. coloquei a cabeça pra baixo, no meio dos joelhos, e tentei normalizar a respiração enquanto pensava "tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado". ficamos ali por uns bons minutos, até que eu conseguisse me recuperar pra continuar o trajeto até em casa. por sorte, já estávamos na esquina da nossa rua. do ponto onde nós paramos até a entrada do prédio deve ter, no máximo, uns 150 metros. 

quando achei que já dava pra tentar seguir em frente, me escorei no namorado e andamos uns poucos passos até a minha vista escurecer de novo. tava doendo bastante pra pisar e minha pressão tinha voltado a me deixar na mão, então pedi pra parar e voltei a sentar na calçada. nesse ponto, além de torcer pra não ter quebrado nada, também tava torcendo pra ninguém com coronavírus ter cuspido justo ali onde eu sentei... repetimos ainda mais uma vez esse processo de sentar + colocar a cabeça entre os joelhos + continuar andando, até que finalmente chegamos em casa.

sentei na cadeira da sala, conferi o nível do inchaço do pé e, como boa adulta que sou, liguei pra minha mãe. aliás, minha vontade era de ter ligado lá do meio da rua mesmo! queria ter pedido o resgate pros meus pais na hora que me estatelei, mas o boy não gostou dessa ideia. e ele estava certíssimo, porque a casa dos meus pais fica do outro lado da cidade, então isso não fazia sentido nenhum (e possivelmente meu pai teria vindo me resgatar, ainda por cima). mas pra mim, na posição de filha mais mimada do mundo, era a única alternativa possível naquele momento de dor feat. sofrimento feat. não sei o que fazer por favor alguém me salva.

no telefone, enquanto o digníssimo colocava gelo no meu pé, contei pros meus pais o que tinha acontecido. recebi dicas de cuidados (papai jogava futebol e vivia contundido) e, depois do tchau, ouvi os dois falando antes de desligar "mas ela é muito medrosa, né? essa menina não dá" kkkkk sim, infelizmente muito medrosa mesmo, não pude nem discordar. mas não temos carro, estamos no meio de uma pandemia e hospital era o último lugar onde eu gostaria de ir nesse momento. o estômago chegou a embrulhar só de pensar.

no fim das contas, aparentemente não quebrou mesmo. ficou muito inchado, completamente roxo e dolorido demais pra pisar no chão normalmente, então durante minha recuperação passei a maior parte do tempo com o pé bem paradinho, apoiado pra cima, evitando ao máximo piorar a situação. mas nada que gelo, pomada, analgésico e cuidados especiais do namorado não tenham resolvido!

lembrei que quando eu era mais nova, com uns 12 anos mais ou menos, eu jurava de pé junto que aos 25 a minha vida estaria 100% resolvida e eu já poderia ter filhos, porque sem sombra de dúvidas eu estaria muito bem casada, teria um emprego incrível com um salário ótimo e obviamente me sentiria realizada em tudo. 

agora que cheguei nessa idade eu vejo que, por mais que eu não esteja tão mal assim, estou absolutamente longe de ter tudo nos trilhos. deus me livre e guarde de ter um filho agora. ainda não consigo nem lidar sozinha* com um pé torcido, imagina criar outro ser humano?????? aliás, será que os meus pais já sabem lidar de verdade com os problemas deles ou só fingem muito bem pra acalmar o meu coração????

se eles estiverem fingindo, espero que eu também minta assim tão bem quando chegar a minha hora de ser chamada de mãe. 


______________

* falei pros meus pais no telefone que não sabia o que fazer pra me virar sozinha pós acidente e a primeira coisa que meu pai falou foi "ué, mas cadê o leo?". e a primeira coisa que o boy fez foi me perguntar "ué, mas e eu?". expliquei para todos que, naquele contexto, "sozinha" queria dizer "sem meus pais ou quaisquer outros adultos responsáveis que poderiam tomar conta da minha vida e decidir coisas importantes por mim". ¯\_(ツ)_/¯