domingo, 31 de março de 2019

livrinhos de março

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Jurassic Park - Michael Crichton (1990)



vi em algum lugar que o final do livro não era bom, então fiquei ressabiada e enrolei com ele na estante por uns dois anos, até que finalmente criei vergonha na cara e li. e eu não podia ter amado mais!!!!!! <3 a história é aquela que a gente já conhece, mas é contada de um jeito incrível! só não digo que é sem defeitos porque: 1) a personagem feminina (basicamente a única) é tratada de forma BEM sexista, 2) o autor criou uma das personagens mais chatas da história da literatura (uma criança insuportável que só atrapalhava tudo), 3) o personagem que tava à beira da morte ficava filosofando de uma forma 100% inverossímil, mas tirando isso eu não tenho do que reclamar. eu amei a história em si, mas o que eu mais gostei foi a forma como ela se desenvolve e vai sendo construída. e no fim das contas achei que o final foi bom sim, já que "resolveu" aquele problema e ao mesmo tempo deu margem pra uma continuação. ah, não posso comparar com o filme porque eu só vi uma vez, aos 8 anos, e MORRI de medo kk então não sei dizer se é igual, melhor ou pior. mas o livro é bem bom de verdade, quero ler o próximo!!


Assassinato no campo de golfe - Agatha Christie (1923)


como tudo na vida é um equilíbrio, depois daquele livro show de bola veio esse aqui que eu simplesmente achei uó. fico com a impressão de que eu já li os melhores da agatha, então agora tá sendo só ladeira abaixo. nesse aqui a história não é tão legal, as relações amorosas são esquisitíssimas, o poirot (que é o detetive famoso que investiga os crimes em vários livros dela) tá especialmente chato, o narrador também não ajuda... enfim. não gostei, inclusive só terminei porque a leitura é rápida, mas sinceramente tava tão meia boca que eu sequer tava interessada em saber a resolução do crime!!! 😴


Tudo o que nunca contei - Celeste Ng (2014)


✩ favorito do mês! ✩
esse livro é facilmente um dos mais tristes que eu já li na minha vida, se não for o número 1. basicamente ele aborda as relações de uma família conturbada, que são recheadas de expectativas, anseios, angústias, traumas e frustrações. a história se passa nos anos 70 e gira em torno da morte da filha de um casal inter-racial, sendo que a miscigenação não era bem vista na época e isso serve de pano de fundo pra várias das coisas ruins que acontecem. além disso, o livro também trata do sentimento de não pertencer a lugar nenhum, da falta e do excesso de atenção e afeto, da dificuldade de se impor e dizer não pros outros... ai, tem tanta coisa!! é tudo tão sensível e tão bonito que esse com certeza se tornou um dos meus livros preferidos! mas vale dizer que, justamente por ele abordar esse monte de assunto pesado, eu não recomendo pra todo mundo. acho que ele pode ser um gatilho dependendo do que você tá passando. se você tiver num momento ruim, fica longe desse bonitinho, porque ele tem capacidade pra te deixar muito pra baixo e isso não é legal. (só pra ilustrar: em uma das cenas da hannah, que é de longe a minha personagem favorita, eu fiquei TÃO triste e me deu tanta vontade de chorar - mas eu tava em público, então segurei as lágrimas - que fiquei com dor de cabeça por horas depois. é um soco no estômago atrás do outro!)


Prisioneiras - Drauzio Varella (2017)


drauzio é possivelmente a minha pessoa favorita no brasil, sou 100% fã, inclusive leio os livros dele desde criança. essa trilogia sobre o sistema carcerário deveria ser leitura obrigatória pra todos os brasileiros, entrar em contato com a realidade dessas pessoas é essencial pra gente conseguir enxergar tudo isso com mais humanidade (que é o que tá faltando pra galera do "bandido bom é bandido morto, tá com dó leva pra casa"). esse é o 3º volume da série e, como o nome indica, tem como tema as detentas do presídio feminino aqui de sp. a escrita do drauzio é incrível, você devora o livro e nem percebe que tá há 3h lendo sobre crimes e facções. conhecer as histórias dessas prisioneiras faz a gente pensar e colocar as coisas em perspectiva. é bem orange is the new black, só que com o agravante de ser tudo na vida real. e, sinceramente, o livro também fomentou a raiva que eu sinto de homens e dessa sociedade patriarcal maldita ^^ minha única ressalva é que, no meu ponto de vista, dava pra focar mais nas mulheres e, consequentemente, perder menos tempo falando sobre o carandiru (afinal de contas já existe um livro só pra ele), mas eu entendo as razões pra que ele tenha optado por falar tanto dos prisioneiros e do crime organizado fora do presídio feminino, então tudo bem. enfim, só leiam <3 (ah, só a título de curiosidade: ele conta a história de 3 prisioneiras que são do meu bairro kkkk ai ai, não tenho nem palavras pra periferia de sp....)  


Mauricio: a história que não está no gibi - Mauricio de Sousa (2017)



eita livrinho gostoso de ler!! autobiografias são incríveis, principalmente no caso de pessoas que nem esse homem, com um zilhão de histórias pra contar. aliás, se é que isso é possível, eu amo ainda mais a turma da mônica depois de ler isso aqui <3 mauricio deu muita cabeçada até chegar onde ele tá hoje e ele não esconde os pontos em que errou. aliás, achei muito reconfortante ver um homem da idade dele (vcs sabiam que mauricio nasceu em 1935?????) falando de forma tão leve sobre as coisas pelas quais ele passou e, principalmente, se reinventando até hoje, sem ficar insistindo nessa bobagem de "antigamente tudo era melhor", mostrando pras pessoas como é importante não ficar estagnado e acompanhar as mudanças que vão acontecendo. o livro é bem bom e a história do mauricio é 10/10, recomendo bastante! mas como nem tudo são flores, vou expor aqui uma coisa que me deixou MAL: mauricio teve um filho fora do casamento aos 63 anos de idade. e ainda teve a pachorra de escrever que "isso me custou uma crise no casamento". PORRA, MAURICIO. dá vontade de meter um socão na cara dum velho safado desse, né não? ^^

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 5 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 2 x 3 literatura estrangeira (1 da inglaterra e 2 dos eua)

 livros lidos no kindle 3 x 2 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 3 autores homens

 releituras 0 x 5 livros novos

sábado, 16 de março de 2019

olha a chuva, (não) é mentira!

em pleno mês de março, meu ilustríssimo boy e eu achamos de bom tom antecipar a festa junina (aliás, acho um absurdo que esse evento maravilhoso só ocorra no meio do ano já que claramente deveria acontecer o ano inteiro).

pra falar a verdade, o que aconteceu é que nós fomos convidados pra um aniversário que seria uma festa a fantasia. a princípio eu queria ir fantasiada de algum personagem, mas nós não tivemos muito tempo hábil pra ir atrás de um look decente. como ideia de última hora, sugeri irmos com roupa de festa junina, bem casalzinho caipira mesmo. isso porque camisa xadrez todo mundo tem em casa, então dava pra se virar com o que a gente já tinha.

mas pra realmente ficar com cara de carnaval (afinal de contas, a ideia da festa era essa), a gente precisava incrementar as fantasias. saímos de tarde no dia da festa pra ir atrás de alguns ~detalhes. a princípio, um chapéu de palha pro boy, uns glitters pra mim e o que mais nós encontrássemos na hora. fomos até uma rua num bairro próximo ao nosso que é quase uma prima menorzinha da 25 de março: muita loja vendendo tranqueirinha por um preço ok, barraca pra cima e pra baixo, dá pra encontrar de tudo etc etc.

assim que entramos na primeira lojinha, o boy teve uma ideia: por que não irmos de noivinhos de festa junina?????? era um conceito tão brega que eu achei PERFEITO, aceitei na hora.

sendo assim, o que nós compramos: pro look do boy, o chapéu de palha, um girassol pra colocar na camisa, um suspensório e uma gravata borboleta. tudo muito chique (a gravata foi CINCO REAIS, veja bem a qualidade). pra mim, uma tiara de flores com um véu atrás, um mini buquê de flores de plástico e os glitters.

vê só se a gente não ficou a coisa mais lindica do mundo:


mas quem vê esses dois belos rostinhos bem plenos sequer imagina o perrengue que a gente passou até chegar aí.

saímos de casa pra ir atrás das coisas umas 15h30, 16h. tava um baita sol, mas a previsão era de chuva. supostamente isso não seria um problema, porque nossa intenção era comprar as coisas rapidinho e estar em casa de volta antes das 18h, já que a festa começava as 20h e o boy ainda queria dormir antes de irmos hahaha pois bem. umas 17h30 +- nós já tínhamos comprado tudo, estávamos na rua indo até o carro e de repente começou a cair uma TEMPESTADE. não era uma chuva normal, era uma coisa DE LOUCO. entramos numa loja pra esperar a água dar uma trégua antes de continuar o nosso percurso, só que acabamos ficando presos lá por um tempão porque a chuva simplesmente não passava.

depois de uns 40 minutos na loja a gente já tava de saco cheio e resolveu que tudo bem se molhar um pouco, porque o carro tava pertinho dali. a chuva diminuiu, criamos coragem e saímos correndo. depois de andar uns 300m, a gente teve que parar de novo porque descobrimos que ESTAVA TUDO ALAGADO E NÃO DAVA PRA GENTE CHEGAR ATÉ O CARRO hahahahaha

rolou um misto de ficar sem reação, rir de desespero e querer ligar pro meu pai pedindo socorro. até que nós vimos uma possível solução. percebemos que as pessoas que também queriam ir pro mesmo lado que a gente estavam cruzando uma avenida e dando uma volta doida pra chegar. era um caminho bem absurdo, mas era o que dava pra fazer. sendo assim, resolvemos seguir os passos dessa galera. só que nesse meio tempo a chuva não apenas se transformou novamente numa tempestade, como também começaram a cair MUITOS RAIOS bem próximos dali. tivemos que voltar correndo, porque seria muito perigoso continuar em frente no meio da trovoada, então entramos em outra loja pra esperar de novo hahahahaha

enquanto estávamos lá, o boy conseguiu pensar em outro caminho pra gente fazer, dando mais volta ainda do que aquele que nós havíamos tentado antes dos raios (sendo que pra nós chegarmos até o lugar onde o carro estava era simplesmente >atravessar uma rua<, mas ela tinha se transformado num rio). ainda tinha os relâmpagos, mas a chuva voltou a diminuir, então resolvemos que dava pra encarar - até porque a gente já tava nessa jornada há 50 minutos, nenhum dos dois aguentava mais ficar ali. demos a maior volta do mundo, inclusive entramos num terminal de ônibus só pra conseguir contornar o alagamento, até que finalmente chegamos no carro. ensopados, sujos e irritados, mas finalmente estávamos lá.

aliás, consultei agora o nosso querido amigo google maps e descobri que no momento em que nós decidimos que já estava na hora de ir embora, às 17h30, nós estávamos a apenas 500m de distância do carro. é um percurso pra ser feito em menos de 10 minutos mesmo se você andar bem devagar, mas no fim das contas levamos uma hora pra conseguir chegar lá ^^

porém a história não termina aí. 

como eu disse, o nosso plano era estar em casa umas 18h, descansar, se arrumar e ir pra festa às 20h. a coisa toda já tinha desandado total porque só conseguimos pegar o carro depois das 18h30, mas tudo ficou muito pior quando percebemos que, justamente por causa dos alagamentos, não seria tão simples assim pra chegar em casa.

pra conseguir fugir da água, nós tivemos que mudar totalmente nosso caminho e nos afastar ainda mais de casa. fomos pra outro bairro (aliás, fomos até o bairro onde seria a festa!!!), demos a maior volta da história da humanidade, pegamos um trânsito que só por deus e então, duas horas depois, chegamos em casa. mortos de fome, cansados, ainda molhados da chuva e querendo jogar tudo pro alto.

saímos de casa às 22h30, mais de duas horas depois de a festa começar. mas até aí tudo bem, porque esse dia foi tão difícil que a própria dona da festa só chegou às 21h. ¯\_(ツ)_/¯

passamos um stress danado, mas no fim das contas ficamos tão bonitinhos que compensou. mas é claro que seria ainda melhor se depois de tudo isso nós fossemos agraciados pela antecipação da festa de são joão, né não?