quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

super sincero

eu tenho um amigo, o polvilho, que é super sincero. num nível que chega a ser até um pouco chato pra quem tá ouvindo. num nível que eu queria ser também.
ele não esconde o que pensa ou sente. independente da situação, independente da reação alheia. talvez ele omita algumas coisas, mas se for confrontado ele com certeza vai dizer na lata o que sentir vontade.
além disso, o polvilho não curte muito contato físico. e, como é de se pressupor, ele não é lá das pessoas mais sociáveis que eu já conheci. o moço é daqueles que se você esticar os braços na direção dele pra um abraço, ele vai te olhar com cara de "aff sai daqui" e vai se afastar de você. sem dó, sem constrangimento. pelo simples fato de que ele não quer e não liga se você vai se ofender com isso. é um direito dele não ser abraçado e pronto. você que tá passando dos limites, não ele.
polvilho apertou o botão do foda-se pras relações sociais. mas ele é muito maravilhoso. sendo assim, por incrível que pareça, o cara tem muitos amigos. um dia desses, um amigo dele disse "vamos combinar o dia e o horário pra irmos juntos em tal lugar". polvilho, delicadíssimo do jeitinho que só ele sabe ser, disse de bate-pronto: "então, eu prefiro ir sozinho mesmo. se der a gente se vê por lá, mas não quero ir com vocês não". assim, sem mais nem menos, sem problema algum. MA-RA-VI-LHO-SO. eu gargalhei loucamente, achei genial a naturalidade com que ele disse isso. e mesmo que os amigos tenham feito piadas do tipo "porra, cê é o pior amigo que eu já tive, sai daqui, fdp!" ele só deu risada e reforçou a ideia de que realmente não queria companhia. aliás, ele é desses que vira pros amigos e fala "ceis já tem idade o suficiente pra fazerem as coisas sozinhos, não preciso ir junto". sabe, é muita sinceridade pra uma pessoa só.
esse menino é minha inspiração de vida. mas às vezes eu sofro com vontade de abraçar ele, porque sei que não posso. acontece, né ¯\_(ツ)_/¯ 

* chamemos o moço de polvilho por motivos de 1) não vou citar o nome dele 2) ele mora nessa cidade e esse nome é muito bom pra não ser usado ^^

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

eu sou a maré viva

eu não entendo. me esforço, tento refletir a respeito, mas parece que fica cada vez mais complicado. cada vez mais nonsense. e cada vez mais pesado também. tá tudo muito bem, all fun and games, e de repente: FUÉN, vai tudo por água abaixo. sem mais nem menos, sem nenhum tipo de aviso prévio. inesperado e rude, ardido como um tapa na cara. 
out of nowhere me surge um desespero, uma sensação de impotência e vontade de fugir pra outro planeta. medo de não dar conta, medo de estar fazendo tudo errado, medo de vacilar e perder tudo. medo de ser deixada de lado, medo de não ser tão importante quanto acho que sou, medo de quebrar a cara na primeira oportunidade. aí o olho enche de lágrima. e elas escorrem loucamente, quase uma chuva torrencial. como se não bastasse a mente ficar confusa, o corpo vai lá e reforça o momento ruim. reações alérgicas a fortes emoções. e elas tão sempre aqui presentes. às vezes ficam represadas, guardadinhas por bastante tempo. até que a maré sobe, a onda cresce e vira praticamente um tsunami. chega rápido e devasta tudo. 
mas dali 5 minutos tudo passa. as lágrimas secam, eu me recomponho e finjo que tá tudo bem. mas esse é um fingimento de verdade, é de coração. tanto que, depois da intensidade da ressaca, quando eu menos espero, fica realmente tudo em paz e o mar volta a se acalmar.