domingo, 30 de maio de 2021

livrinhos de maio

     pra acompanhar os posts anteriores, é só clicar aqui 😄


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Azul cobalto - Maria Teresa Horta (2014)


coletânea de contos mais ou menos interligados (mas não exatamente) que, cada um do seu jeito, têm a mulher como figura principal. é uma prosa muito poética, são histórias fortes e bonitas, mas que causam estranhamento no leitor. ah, também tem bastante erotismo, nem sempre de um jeito sutil - fica aí o recado caso isso te incomode! pelo que eu vi numa pesquisa rápida, é uma ficção meio autobiográfica. são histórias ficcionais que têm como inspiração certos acontecimentos da vida da autora, principalmente na infância. rola bastante passagem de relacionamento esquisito entre mãe e filha, algumas coisas chegam a ser meio incômodas até. gostei bastante da escrita, mas não amei tanto o livro em si. de qualquer forma, fiquei com vontade de ler outras coisas da autora! peguei esse aqui no bsp digital :) 


Zikora - Chimamanda Ngozi Adichie (2020)


não sabia da existência desse livro nem dessa coleção (?) de histórias originais da amazon!! aliás, tá disponível no kindle unlimited. se você lê em inglês, aproveita! como tudo o que a chimamanda escreve, é muito bom! esse conto começa com a zikora, uma mulher nigeriana, em trabalho de parto no hospital. ao longo da narrativa a gente descobre um pouco do passado da personagem: a relação conflituosa que ela tem com a mãe, a situação da família dela, o pai dessa criança que tá pra nascer que resolveu que não queria ser pai e abandonou a namorada grávida e por aí vai... o conto poderia tranquilamente ser um romanção de 400 páginas, a história tem material pra isso, é até uma pena que seja tão curto. dá vontade de saber mais, de ver como as coisas evoluíram. amo chimamanda e tudo o que ela escreve ♡ 


O sorriso do leão - Leonardo Garzaro (2020)


 favorito do mês! 
esse aqui foi indicação da mell, do canal literature-se. é um infantojuvenil brasileiro e incrível!! os personagens principais são um casal de irmãos gêmeos de 12 anos, fred e valentina, que fazem parte de uma família peculiar. de sobrenome "valente", eles são conhecidos pela coragem, por terem realizado feitos extraordinários e, também, pela esquisitice. mas fred é medroso e não se sente parte da família de verdade. até que ocorre um mistério envolvendo o tio deles e os gêmeos saem numa missão pra desvendar o que aconteceu e resgatar esse tio. é uma aventura super divertida, as personagens têm traços de personalidade muito específicos, o que torna algumas passagens bem engraçadinhas, e o mistério é envolvente de verdade. ah, e quando a história "justifica" o nome do livro também é ótimo! sem contar que uma característica marcante da família valente é que eles sempre repetem as mesmas histórias, coisa que acontece na minha familinha também, aí rolou essa identificação ♡ gostei muito, fica de recomendação pra xóvens e adultos! 


Jane Eyre - Charlotte Brontë (1847)


peguei esse aqui animada e disposta a tentar, mas sem a menor expectativa de gostar do livro, e realmente... que saga pra terminar essa leitura! pelo amor, a primeira coisa interessante foi acontecer só lá pros 30% do livro, sabe? até aí eu já tinha pensado em desistir 200 vezes. aí na metade ficou legal, me envolvi, mas depois passou a parte intrigante e eu terminei de ler na força do ódio. pra quem não sabe do que se trata, resumindo de forma bem tosca: é a história da jane, desde que ela era criança até a vida adulta. sem relações com ninguém da família, ela acaba indo estudar num internato, vira professora particular, se apaixona e é isso. daí tem muito drama, umas passagens chatíssimas sobre cristianismo, as descrições são imensas... achei bem arrastado. pelo lado bom, rola um mistério legal de acompanhar e é fácil de gostar da jane, que é uma menina bem independente e tem posicionamentos fortes e impressionantes pra época. fiquei com preguiça do livro, fiz leitura dinâmica em vários momentos, mas não odiei. só tive certeza de que esse tipo de romance não é pra mim de jeito nenhum :P


AmoreZ - Regiane Folter (2020)


esse aqui é uma coletânea de histórias (algumas com cara de conto, outras com cara de crônica) bem curtinhas, tipo de 1 a 3 páginas, que falam de amor de forma geral. amor romântico, amor próprio, saudade do passado, relacionamento que deu errado, bicho de estimação... enfim, o sentimento aparece de várias formas. pra mim, teve bastante texto mais "leve", uns com cara de textão de legenda no instagram e um ou outro que realmente me impactaram e foram mais emocionantes. peguei de graça na amazon e li porque precisava de alguma coisa tranquilinha no meio de jane eyre pra me distrair kkk é bem curto, então li tudo de uma vez, e foi ok. não amei, mas cumpriu o propósito!


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em números, resumão do mês:

 livros terminados 5 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 2 x 3 literatura estrangeira (1 de portugal, 1 da nigéria e 1 da inglaterra)

 ebooks 5 x 0 livros físicos ¯\_(ツ)_/¯

 autoras do gênero feminino 4 x 1 autores do gênero masculino

 releituras 0 x 5 livros novos

 ficção 0 não ficção


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fun fact: no goodreads, dei nota 5 pro livro da chimamanda e "só" 4 pro meu favorito do mês. quem fala bastante sobre essa questão - livros que a gente gosta mais, mesmo sem dar nota máxima - é o victor, do geek freak. sempre lembro dele quando acontece isso por aqui! 

sábado, 22 de maio de 2021

perdi o timing

por mais que eu não tenha mais a disciplina, a força de vontade e o tempo necessários pra continuar atualizando esse cantinho com a frequência que eu gostaria, continuo tentando.

pode até ser um esforço pequeno, não nego, mas não larguei mão não. escrevo no meu caderninho todas as minhas ideias pra post, até começo alguns, inclusive fico pensando durante o dia no que vou escrever, aí chega na hora e: não sai nada. 

abro a página em branco decidida a postar, olho pro teclado e fico travada. já fiz muita autoanálise sobre isso, se eu fizesse terapia com certeza seria tema de sessão... como que pode eu simplesmente não conseguir fazer algo que eu QUERO fazer? qualquer mini motivo já é justificativa suficiente pra eu abandonar o rascunho pra lá e fingir que ele nunca nem existiu, mas sigo com vontade de superar esse bloqueio. até porque, ainda que eu não coloque nada no papel, continuo escrevendo dentro da minha cabeça.

principalmente quando tô tomando banho, que é sempre o meu momento preferido do dia. água bem quente (minha pele que lute), de preferência com a luz baixa e sabonete cheiroso. escrevo post, crônica, conto, carta de amor. dependendo do grau de inspiração, sai até romance calhamaço. mas não tiro nem uma mísera ideia de dentro da minha mente, fica tudo aqui, inacabado, misturado, juntando pó e teia de aranha dentro dessa cabecinha confusa e cansada.

às vezes até me arrisco a começar, escrevo um parágrafo, penso até no título! e paro de novo.

por exemplo: minha mãe faz aniversário em janeiro. esse ano a comemoração foi diferente de todas as anteriores. papai e mamãe vieram almoçar aqui em casa (privilégio demais a aniversariante ir até você, né? eu sei ♡), o cardápio foi pastel da feira da rua de cima. decoramos a parede branca da sala com fotos, pisca-pisca e bilhetinho escrito com marca-texto em folha de caderno, porque era o que tinha. foi um dia importante e eu quis muito registrar isso aqui, só que não consegui. comecei o post, mas depois de três meses sem sair do lugar eu até excluí o rascunho. já tinha passado tempo demais.

também teve a vez em que o boy e eu nos demos um fim de semana especial, inspirado no treat yo self day de parks and recreation. deixei de lado meu maior traço de personalidade (que é ser mão de vaca) e me permiti comprar coisas gostosas - e caras! - no mercado. foi uma sensação incrível e a gente se divertiu até na parte chata, higienizando e guardando as compras. me senti muito feliz, de um jeito que não me sentia há dias. quis registrar, o post tava pronto na minha cabeça, daqueles grandões em que eu dou voltas e voltas antes de efetivamente falar o que quero, mas nunca consegui criar coragem pra escrever. os dias foram passando, a euforia do momento morreu e parece que falar sobre isso perdeu o sentido. mais uma vez, perdi o timing.

isso sem falar no desafio de escrita que eu me propus a fazer, ainda que com menos rigidez do que o desafio realmente pede. comecei há mais de um ano e dá até vergonha de falar que ainda não passei do número quatro. os 30 dias de escrita evoluíram pra mais de 365... não nem sei o que falar da falta de timing desse aqui, sinceramente. e eu juro que comecei empolgada, achei mesmo que fosse dar continuidade. 

tem tanta história que eu queria contar... mesmo que ninguém leia, mesmo que depois eu pense que poderia ter escrito melhor etc. etc. etc. 

parece que ultimamente eu só consigo fazer as coisas por obrigação. tenho que trabalhar, tenho que fazer exercício, tenho que cozinhar e por aí vai. mas não tenho que escrever na internet. faço isso porque gosto, não porque preciso fazer. aí vou passando pra trás na listinha de tarefas e, quando vejo, ficou tão distante que já perdeu o propósito.

mas como sou muito disciplinada e responsável, no fim do mês eu volto aqui pra contar sobre os livros de maio. ai, ai... 🤡