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segunda-feira, 30 de novembro de 2020
livrinhos de novembro
sábado, 21 de novembro de 2020
a boa filha a casa torna
4. escreva sobre sua família.
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
escritório, o retorno
desde que o brasil parou por causa da pandemia e a empresa onde eu trabalho decretou sistema de home office pra todo mundo, lá na metade de março, eu não tinha mais andado de transporte público. sequer sabia onde tava meu bilhete único, já que não existia a menor possibilidade de eu entrar num ônibus com janela que não abre no meio de uma crise sanitária.
além disso, também fazia sete meses que eu não tinha contato direto, pessoalmente, por horas seguidas, com nenhum outro ser humano que não fosse da minha família. o máximo de interação que eu tive com as pessoas nesse tempo foi dar bom dia, boa tarde e boa noite pros porteiros, pros caixas do mercado, pros entregadores...
mas essa realidade mudou agora no fim de outubro, quando tive que trabalhar presencialmente no escritório da empresa por uma semana.
alguns setores saíram do home office lá em julho, num sistema de rodízio, com as pessoas indo só alguns dias da semana. mas minha equipe continuava firme e forte no trabalho remoto. inclusive ficou combinado que o meu setor seria o último a voltar de vez, só quando não houvesse mais nenhum tipo de restrição do governo.
até que a empresa resolveu contratar estagiários e os planos mudaram um tantinho.
foi decidido que três tradutoras, eu inclusa, teriam um estagiário pra ajudar, pra trabalhar juntinho e dar o suporte necessário quando a carga de trabalho ultrapassasse limites normais - o que acontece com uma frequência mais alta do que seria considerado saudável, já que tem dia que o meu namorado precisa me lembrar de parar de trabalhar pra ir ao banheiro ou beber água. enfim.
nós participamos do processo seletivo dessas pessoinhas e, então, também ficamos responsáveis pelo treinamento delas. considerando a complexidade do trabalho e a quantidade de coisa que precisaríamos ensinar, seria absolutamente inviável fazer esse treinamento estilo ead. pra dar certo e evitar os erros do passado (quando os estagiários não tinham a preparação adequada e, obviamente, não davam conta do trabalho), foi decidido que nós três, agraciadas com a ajuda extra das estagiárias, nos revezaríamos indo até a empresa pra conduzir pessoalmente esse período de capacitação.
fiquei um pouco desesperada quando soube que precisaria ir. a ideia de encarar o metrô no meio da pandemia e passar oito horas por dia dividindo meu espaço com outras pessoas me deixou de estômago revirado. sem contar que eu mal sei direito o que tô fazendo no trabalho, vivo pedindo ajuda, imagina treinar uma pessoa do zero, pelo amor de deus!!! mas ninguém me perguntou se eu tava de acordo, simplesmente fui avisada que o esquema seria esse e ponto final. é claro que não sou doida e aprecio demais minha carteira assinada pois tenho contas a pagar, então eu teria falado sim de qualquer forma...
quando chegou o dia, engoli o pavor, respirei fundo embaixo da máscara e só fui. acho mais fácil lidar com essas coisas como se eu não tivesse escolha.
agora meu caminho de casa até o trabalho consiste em andar 1 km numa subida íngreme e desnivelada, pegar o metrô e descer dali duas estações. se tudo correr bem, em menos de 30 min tô batendo o ponto no escritório. tirando o coração descompassado de nervoso, a única coisa que atrapalhou meu percurso foi o fato de que meu pé torcido ainda não tá 100%. e em alguns dias choveu. mas os cinco minutos dentro do vagão não foram o suficiente pra atacar a ansiedade e eu cismar que peguei covid, então menos mal.
chegando no escritório, eu descobri que, por incrível que pareça, eu tava com saudade de trabalhar com pessoas ao meu redor. mesmo que o barulho desconcentre e eu produza mais estando na minha casa, é uma sensação gostosa se sentir parte da equipe de verdade. as coisas fluem mais fácil quando você pode simplesmente encostar na mesa de alguém pra tirar uma dúvida, sem precisar fazer chamada de vídeo ou mandar 15 mensagens até tudo se esclarecer. e não me senti tão sufocada quanto pensei que me sentiria, porque só tinha eu na minha área, então o distanciamento foi cumprido com sucesso.
quanto ao treinamento, finalmente conheci as estagiárias pessoalmente. três bonitinhas, quero ser amiga de todas! :) meus métodos não são os mais ortodoxos, ensino tudo no freestyle, nem sempre consigo seguir o que planejei, mas foi bom demais relembrar meus tempos de teacher. me sinto realizada de verdade quando percebo que consegui passar o conhecimento pra frente e que a pessoa instruída se sente à vontade o suficiente pra me abordar e tirar dúvidas, mostrar o trabalho, questionar. e me sinto mais realizada ainda de saber que tô evitando repetir os erros cometidos durante o meu treinamento. nada de deixar a pessoa nova no escuro, sem ter fonte pra consultar, sem ter espaço pra pedir ajuda. minha missão pessoal nessa empresa é, além de fazer um bom trabalho, tornar o ambiente mais acolhedor. às vezes acho que minha contribuição maior é essa, inclusive.
na semana do dia 16 vou ter que ir de novo. dessa vez, com menos frio no estômago e um pouco mais feliz: a gente vai ter o feriado do dia 20 de novembro, minha semana por lá será mais curta 🥳
sábado, 31 de outubro de 2020
livrinhos de outubro
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ps: jorge amado que me perdoe, mas me diverti muito mais lendo o 4º livro de crepúsculo, então o posto de favorito do mês não podia ser diferente! kkkkk
sábado, 3 de outubro de 2020
a saga do armário de cozinha
quando o consagrado e eu resolvemos nos mudar, a gente só tinha uma tv, um guarda-roupa, uma cômoda, duas escrivaninhas e duas mesinhas de cabeceira (que serviram como nossas mesas pras refeições por um bom tempo, inclusive). ou seja, precisávamos comprar todos os outros móveis e eletrodomésticos. juntamos os nossos dinheiros com uma quantia que ganhamos de presente do pai do boy e começamos a pesquisar nossas futuras compras.
já com a chave do apartamento em mãos, depois de medir os cômodos todos, decidimos mais ou menos onde ficaria cada móvel/eletrodoméstico. a situação financeira não era tão ruim, mas ninguém é besta de gastar dinheiro à toa, pelo amor de deus. então nosso objetivo era encontrar coisas bonitas, de qualidade e que coubessem no bolso. de preferência economizando em alguma coisa menos crítica pra poder gastar mais com outra coisa mais importante :P aí a mãe do boy resolveu dar o armário de cozinha pra gente. a escolha seria nossa, ela só entraria com o dinheiro. SHOW.
procuramos em algumas lojas mais populares e o prazo de entrega era 45 dias úteis. absolutamente inviável ficar essa infinidade de tempo vivendo numa casa sem um armário na cozinha!!! até que achamos um que era um tantinho mais caro, porém: 1) não custava os olhos da cara, 2) era do tamanho que a gente precisava, 3) o prazo de entrega era normal. compramos! chegou em duas semanas, mais ou menos. (e já foi um caos pra organizar as coisas, imagina se tivesse demorado dois meses...)
só que a fábrica do famigerado armário não tem equipe de montagem, eles só entregam e você que se vire pra colocar o seu móvel de pé. já que não conhecemos ninguém da região, conversamos com o zelador do prédio e ele indicou um cara que costuma fazer serviços aqui. pois bem. marcamos pra ele vir numa segunda feira, bem cedinho, torcendo pro barulho da montagem não atrapalhar demais o tal do home office! eis que o homem chegou sozinho, só com uma única chave de fenda e um martelo na mão. sem ajudante, sem caixa de ferramentas, não tinha nem uma parafusadeira. mas quem entende dessas coisas é ele, né? devia saber o que tava fazendo. se o cara precisasse de ajuda pra alguma coisa, o leo tava ali. não que ele pudesse se ausentar muito da frente do computador, mas uns minutinhos longe do trabalho não fariam tão mal assim... :P
o cara começou espalhando as peças pelo chão da cozinha, meio sem critério, só foi colocando tudo visível na frente dele pra poder mexer com mais facilidade. como eu tava com prazo apertado pra uma entrega no trabalho, não vi nada disso ao vivo, mas tava escutando de lá do escritório. daí o moço disse que tinha peça faltando, que a gente precisava ligar na fábrica cobrando essas partes que não haviam sido enviadas. o consagrado respondeu que devia estar na caixa que o cara ainda não tinha terminado de esvaziar. depois de uns 5 minutos de "tá faltando peça" "deve estar ali", o cara resolveu conferir a tal da caixa: tava tudo lá mesmo, só esperando ele olhar. parei de prestar atenção nessa loucura que tava rolando na cozinha e me concentrei no trabalho, mas fiquei com uma sensação esquisita, sentindo que as coisas não iam acabar tão bem.
encurtando a história, depois de duas horas ali e não tendo completado nem três passos do manual, o cara DESISTIU E FOI EMBORA. ele chamou o boy e basicamente falou "foi mal, não vai dar pra mim". e aí ele vazou, deixando tudo espalhado pela cozinha e pelo corredor. a gente não sabia nem como reagir, então obviamente tivemos uma crise de riso. e aí ficamos com aquela encrenca na mão.
o cara era nossa única indicação, não tínhamos pra onde correr. falamos de novo com o zelador e ele não tinha mais ninguém pra sugerir. então o consagrado resolveu que ele mesmo iria encarar essa empreitada. ainda que o manual pra montar o móvel tivesse QUARENTA E CINCO passos pra seguir. ainda que um cara que disse "marcenaria é o meu forte" tivesse desistido de montar. ainda que eu fosse a única pessoa disponível pra ajudar na montagem. ainda que ele só tivesse poucas horas por dia pra se dedicar a essa atividade e que não pudesse fazer barulho depois das 18h. apesar de todos os apesares, ele achou que essa era uma boa ideia. e foi mesmo.
essa brincadeira de montar o armário durou quase uma semana. eu achei tudo muito divertido, mas isso porque eu praticamente não fiz nada. pra mim o manual era impossível de entender (se eu fosse o cara que veio aqui, teria desistido muito mais cedo), então eu basicamente ajudava segurando coisas, apertando uns parafusos, procurando peças, dando apoio moral... mas o boy tava empenhadíssimo. o bichinho sofreu, fez um esforço danado, mas conseguiu: montou um armário de cozinha sozinho! se você perguntar, ele vai dizer que eu ajudei, mas todos sabemos que só o que eu fiz foi ficar ali do lado. no sábado, meu cunhado veio aqui pra ajudar o leo a pregar o armário na parede - e trazer a furadeira, porque não tínhamos uma ainda. mas como essa missão foi concluída com sucesso, é claro que o boy não apenas já comprou uma, como já montou/pregou várias outras coisas.
esse armário é meu item preferido da casa inteira. é especialzinho demais saber que ele só tá ali, em pé, prontinho, por causa do meu digníssimo. :)
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
livrinhos de setembro
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quinta-feira, 3 de setembro de 2020
adulta, eu?
digo com tranquilidade e sem o menor medo de ser feliz que eu sou uma das pessoas mais mimadas que eu conheço.
claro que já ouvi uns nãos nessa vida, mas sempre tive liberdade pra fazer, falar e pedir tudo. e sempre fui mais livre ainda pra não fazer o que eu não tava afim, o que eu acho que é mais especial. além disso, meus pais sempre fizeram por mim tudo o que eles podiam. desde ficar na janela me esperando quando eu voltava do trabalho à noite até passar no mercado só porque eu comentei que tava com vontade de comer alguma coisa específica, os mimos são muito diversos. agora, aos 25 anos, já pagando o meu próprio aluguel, continuo sendo a mesma filhinha de papai (e de mamãe, óbvio) que eu sempre fui.
pois bem.
eis que um dia dessa semana eu estava voltando do mercado a pé, com sacola na mão, acompanhada pelo meu digníssimo, quando pisei em falso num degrau despropositado na calçada e me estabaquei no chão. uma coisa assim meio regina duarte mesmo, mas sem ser por motivos de celular. olhei pro lado quando passamos por um salão de cabeleireiro e PLÓFT. não vi o degrau, torci o pé, cai bonito. aliás, pode ser até que eu quebrasse uns dentes se o boy não tivesse ali do lado pra me segurar na hora.
além da dor, que não foi pouca, levei um baita susto e minha pressão caiu. ignorei as recomendações sanitárias em tempos de coronavírus e sentei na calçada, eu não tinha condições de continuar em pé. coloquei a cabeça pra baixo, no meio dos joelhos, e tentei normalizar a respiração enquanto pensava "tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado tomara que não tenha quebrado". ficamos ali por uns bons minutos, até que eu conseguisse me recuperar pra continuar o trajeto até em casa. por sorte, já estávamos na esquina da nossa rua. do ponto onde nós paramos até a entrada do prédio deve ter, no máximo, uns 150 metros.
quando achei que já dava pra tentar seguir em frente, me escorei no namorado e andamos uns poucos passos até a minha vista escurecer de novo. tava doendo bastante pra pisar e minha pressão tinha voltado a me deixar na mão, então pedi pra parar e voltei a sentar na calçada. nesse ponto, além de torcer pra não ter quebrado nada, também tava torcendo pra ninguém com coronavírus ter cuspido justo ali onde eu sentei... repetimos ainda mais uma vez esse processo de sentar + colocar a cabeça entre os joelhos + continuar andando, até que finalmente chegamos em casa.
sentei na cadeira da sala, conferi o nível do inchaço do pé e, como boa adulta que sou, liguei pra minha mãe. aliás, minha vontade era de ter ligado lá do meio da rua mesmo! queria ter pedido o resgate pros meus pais na hora que me estatelei, mas o boy não gostou dessa ideia. e ele estava certíssimo, porque a casa dos meus pais fica do outro lado da cidade, então isso não fazia sentido nenhum (e possivelmente meu pai teria vindo me resgatar, ainda por cima). mas pra mim, na posição de filha mais mimada do mundo, era a única alternativa possível naquele momento de dor feat. sofrimento feat. não sei o que fazer por favor alguém me salva.
no telefone, enquanto o digníssimo colocava gelo no meu pé, contei pros meus pais o que tinha acontecido. recebi dicas de cuidados (papai jogava futebol e vivia contundido) e, depois do tchau, ouvi os dois falando antes de desligar "mas ela é muito medrosa, né? essa menina não dá" kkkkk sim, infelizmente muito medrosa mesmo, não pude nem discordar. mas não temos carro, estamos no meio de uma pandemia e hospital era o último lugar onde eu gostaria de ir nesse momento. o estômago chegou a embrulhar só de pensar.
no fim das contas, aparentemente não quebrou mesmo. ficou muito inchado, completamente roxo e dolorido demais pra pisar no chão normalmente, então durante minha recuperação passei a maior parte do tempo com o pé bem paradinho, apoiado pra cima, evitando ao máximo piorar a situação. mas nada que gelo, pomada, analgésico e cuidados especiais do namorado não tenham resolvido!
lembrei que quando eu era mais nova, com uns 12 anos mais ou menos, eu jurava de pé junto que aos 25 a minha vida estaria 100% resolvida e eu já poderia ter filhos, porque sem sombra de dúvidas eu estaria muito bem casada, teria um emprego incrível com um salário ótimo e obviamente me sentiria realizada em tudo.
agora que cheguei nessa idade eu vejo que, por mais que eu não esteja tão mal assim, estou absolutamente longe de ter tudo nos trilhos. deus me livre e guarde de ter um filho agora. ainda não consigo nem lidar sozinha* com um pé torcido, imagina criar outro ser humano?????? aliás, será que os meus pais já sabem lidar de verdade com os problemas deles ou só fingem muito bem pra acalmar o meu coração????
se eles estiverem fingindo, espero que eu também minta assim tão bem quando chegar a minha hora de ser chamada de mãe.
______________
* falei pros meus pais no telefone que não sabia o que fazer pra me virar sozinha pós acidente e a primeira coisa que meu pai falou foi "ué, mas cadê o leo?". e a primeira coisa que o boy fez foi me perguntar "ué, mas e eu?". expliquei para todos que, naquele contexto, "sozinha" queria dizer "sem meus pais ou quaisquer outros adultos responsáveis que poderiam tomar conta da minha vida e decidir coisas importantes por mim". ¯\_(ツ)_/¯
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
livrinhos de agosto
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sábado, 22 de agosto de 2020
home, sweet, home
no começo de agosto, saí da casa dos meus pais e passei a morar com o boy.
a gente namora há quase sete anos, já faz um tempão que falamos de morar juntos, mas nunca era a hora certa. "nossos salários não são bons o suficiente, podemos esperar mais um pouco, o imóvel precisa obrigatoriamente ficar num lugar assim ou assado", etc etc etc. porém agora, no meio de uma pandemia, depois de vários meses sem nos encontrarmos, decidimos encarar de frente essa próxima etapa. finalmente juntamos as escovas de dente.
viemos parar do outro lado da cidade, num bairro gostosinho e perto de tudo, numa rua sem saída e super tranquila! o apto não é grande e tá meio mal cuidado, mas era o que cabia no bolso. e vai ficar bonitinho (aliás, já tá ficando!), a gente só precisa se esforçar um pouco pra isso hehe
por aqui, as coisas estão tomando forma aos poucos. compra um eletrodoméstico aqui, um móvel ali, um negocinho acolá... agora até que já temos bastante coisa, mas chegamos só com fogão e geladeira na cozinha (gente, que caro geladeira, né? eu hein), nossas escrivaninhas pra gente conseguir trabalhar, duas cadeiras usadas dessas universitárias que meu pai arrumou e uns móveis que eu trouxe do meu quarto.
aliás, o boy e meu pai que desmontaram meu guarda-roupa pra transportar até aqui. pra montar, os dois contaram com a ajuda do meu cunhado. eu desacreditei do sucesso dessa empreitada, mas deu tão certo que até me surpreendi. não ficou 100%, até porque o bichinho já não era da melhor qualidade, mas ficou o melhor possível :)
passamos os primeiros cinco dias dormindo num colchão de solteiro no chão, esperando o novo chegar. o plano era dormir num inflável de casal, mas não rolou - tava sem a tampa que fecha o buraco por onde enche de ar. por sorte trouxemos esse aí de plano b, que na verdade era pra servir como sofá. e por mais sorte ainda tava um frio lascado nesses dias, porque seria inviável dormir tão juntinhos se tivesse calor. depois que o colchão de casal chegou a qualidade do sono melhorou de forma incalculável, mas ainda faltava a cama - que só chegou uma semana depois do colchão. se quiséssemos receber os dois juntos, só 14 dias depois da nossa chegada na casinha nova. melhor dormir no colchão de casal, mesmo no chão, do que passar duas semanas dividindo o colchãozinho que a gente trouxe.
demoramos um pouco pra ter o armário da cozinha (vou contar essa saga em outro post), então usamos umas caixas pra fazer uma despensa improvisada. cozinhar tava sendo um desafio. além de não termos espaço pra apoiar as coisas, também passamos alguns dias sem panelas, sobrevivendo com duas frigideiras e a panela de pressão. enquanto isso, como a sala tava vazia (só compramos sofá, mesa e cadeiras no fim de semana passado), ela foi eleita o cômodo oficial da bagunça. tudo o que ainda não tinha lugar definido ficava jogado por lá. tava um caos, meio desesperador mesmo, mas ainda assim dava um quentinho no coração de saber que aquela bagunça toda ficava na nossa casinha.
tá sendo incrível essa experiência de viver sob o mesmo teto que a minha pessoa preferida no mundo.
claro que sinto saudade de quando eu acordava e meu pai já tinha feito o café (e eu gastava bem menos dinheiro), mas dormir e acordar todo dia ao lado desse cara tá fazendo valer a pena demais os perrengues chiques que a gente passa todo dia!
em tempos normais, estaríamos aproveitando tudo o que o bairro novo tem pra oferecer - inclusive pegar metrô e descer na avenida paulista depois de três estações. por enquanto, o que a gente conhece se resume a: mercado, padaria, farmácia e a feira da rua de cima. como não dá pra passear, o que a gente tem feito é experimentar os restaurantes da região que fazem delivery. já tá sendo um bom começo ♡
sexta-feira, 31 de julho de 2020
livrinhos de julho
conheci luandino na faculdade, cursando literatura angolana. as aulas eram horríveis, mas eu gostei de tudo o que li e fiquei com vontade de conhecer mais! esse romance é construído como se fossem vários causos. o narrador conta episódios da vida das personagens e não tem exatamente um começo, meio e fim. a gente acompanha acontecimentos aleatórios da vida dessas pessoas que moram no musseque (que seria mais ou menos o equivalente angolano à favela, comunidade, algo assim), principalmente do narrador e dos amigos dele, que são crianças e adolescentes. por ter essa perspectiva mais infantil é um livro divertido, mas tem uma carga emocional bem grande e discute, mesmo que indiretamente, a questão racial. o que eu mais gostei foi da experiência de ler, não necessariamente do livro em si. gostei de entrar em contato com o português angolano, de conhecer palavras e expressões novas que fazem sentido naquela cultura, de sentir estranheza com algumas construções tão diferentes do que a gente usa no brasil... sabe? foi bonito :)
✩ favorito do mês! ✩
esse também é herança da faculdade! imprimi a xerox lá em 2015/2016 e nunca li. achei perdida aqui e aproveitei pra fazer minha primeira leitura em inglês do ano, finalmente :) essa peça é dividida em 3 atos e a história se passa dentro de uma penitenciária. resumindo bem, os detentos entram em greve de fome pedindo por melhores condições e o diretor, que é uma pessoa horrível, responde a isso trancafiando todo um pavilhão na sala das caldeiras, pra morrer ali sem ter como respirar. em paralelo a isso, uma moça começa a trabalhar ali como a nova secretária do diretor e acaba se apaixonando por um prisioneiro. ah, o título é inspirado em "ode to a nightingale", do keats (inclusive tem uma cena sobre isso). eu gostei muito, fiquei com vontade de ver a peça pra ter a experiência completa! eu recomendo bastante, mas acho que não tem tradução pro português, então fica o aviso: tem que ter bastante familiaridade com o inglês pra conseguir ler. precisei consultar o dicionário várias vezes e a oralidade tá muito marcada na fala das personagens, então acaba ficando confuso. mas vale demais a leitura!
segunda-feira, 29 de junho de 2020
livrinhos de junho
no dia 1º de junho eu estava na página 450. considerando meu ritmo de leitura nesse livro específico e a minha disposição pra essa história, eu também decidi que não ia dar pra ler nenhum outro esse mês. não ia dar pra intercalar com livrinhos mais leves como eu fiz nos meses anteriores, simplesmente porque eu não ia querer voltar pra esse, igualzinho aconteceu no mês de maio ^^ kkkk
a história se passa entre 1815 e 1830 e pouco. a gente acompanha a trajetória do jean valjean, um homem pobre que passou uns 20 anos preso por roubar comida e depois acabou virando um foragido da polícia, teve que mudar de nome, se esconder etc. como consequência, também acabamos acompanhando as pessoas que, de alguma forma, cruzaram o caminho dele: o inspetor de polícia que é o maior inimigo do cara, a criança que ele cria como filha, o futuro marido dessa filha e por aí vai. no meio dessa narrativa, também tem umas passagens sobre a história de paris, umas pitadas de critica social, umas digressões que parecem meio sem pé nem cabeça mas depois acabam se explicando... afinal de contas, 1510 páginas, né? haja coisa pra contar.
gostei do livro e me impressionei todas as vezes em que as coisas se amarraram tão bem, mesmo que uma passagem parecesse completamente solta e aleatória. tudo tinha uma razão de ser, mas talvez isso só se explicasse duzentas páginas depois. por exemplo: victinho nos presenteou com, sei lá, 70 páginas sobre a batalha de waterloo. e tudo isso só pra falar, lá no final dessas páginas todas, que o personagem x salvou a vida do pai do personagem y. só que nesse momento da narrativa você nem sabe que o cara é pai do outro, muito menos que isso vai ter uma influência na história. então eu li tudo aquilo me perguntando POR QUÊ, VICTOR? e depois, quando isso teve uma influência enorme no desdobramento dos fatos, eu fiquei assim: 🤯
mas não nego que achei um saco essa pausa na narrativa pra falar da batalha, que se passou anos antes e, a princípio, não tinha nada a ver com o enredo... aliás, por causa desses desvios longos na história eu não consegui amar o livro. gente, pelo amor de deus, victor hugo gastou pra lá de cinquenta páginas falando sobre esgoto. divagando sobre o tema, fazendo metáforas e também explicando como era o sistema de esgoto de paris. beleza, em seguida realmente rola uma cena importante de dois personagens que se salvam fugindo pelo esgoto, mas sinceramente... quem aguenta, sabe?
também rola um dramalhão danado, as personagens têm sentimentos aflorados, tudo é um desespero. o mocinho ameaça se matar porque a namorada vai se mudar, o pai definha porque tá com saudade da filha, o cara entra em parafuso e perde o prumo porque fica em dúvida a respeito de algo que sempre foi uma certeza, essas coisas. é uma intensidade sem fim.
meu personagem preferido foi, sem dúvida, o gavroche. um menino criado na rua, por conta própria, que aprendeu a se virar sozinho pra tudo, porque os pais são falidos e não conseguem se importar com mais essa boca pra alimentar. ele tem muitas cenas ótimas, uns diálogos muito bons. é especialzinho demais. <3
terminei o livro com vontade de rever o filme (fiquei viciadíssima na trilha sonora quando lançou) e pretendo fazer isso assim que eu sentir saudade e ficar afim de voltar pra essa história - porque ela é bem boa, mas não pretendo reler esse livro jamé :P kk achei que foi uma experiência bem válida e dá aquela inflada no ego poder falar que já li esse aqui (não nego), mas não sei se recomendo a leitura. não me entendam mal, eu recomendo demais que se conheça a história!! mas né... 1500+ páginas, sabe... sem tempo, irmão.
domingo, 31 de maio de 2020
livrinhos de maio
esse aqui quem me deixou com vontade de ler foi o victor, do geek freak, que disse em algum vídeo que amou a atmosfera do livro (ou algo nesse sentido). é sobre um menino que ainda não se encontrou na vida, mas começa a se descobrir e se entender melhor ao escrever uma peça de teatro e se unir aos atores pra dar vida ao musical que ele criou. é realmente bem legal acompanhar essa rotina do teatro, os ensaios, as músicas e tal, mas pra mim o que valeu mesmo foi a junção de tantas personagens tão diferentes que amadurecem e mudam juntas. tem bastante representatividade também! resumindo, me cativei mais pela história pessoal de cada personagem do que pelo conjunto da obra em si, porém são personagens demais e o menino principal é meio irritante... então eu gostei, mas com ressalvas hahaha
ganhei de presente do boy esse aqui. que baita livro bom, viu? não sabia quase nada da vida dela ou dos projetos que ela criou e coordenou durante os mandatos do marido e gostei demais de conhecer a história dessa mulher!!! e também de descobrir de onde michelle veio, conhecer a família dela e a sua trajetória de menina periférica que se tornou uma advogada de sucesso e largou a carreira porque escrever contratos não era tão satisfatório pra alguém que queria abrir portas pra pessoas com menos oportunidades. miche se apaixonou por um homem que virou presidente de um país racista e horrível e, mesmo sofrendo uma pressão surreal, ela usou seu lugar de destaque pra apoiar mulheres e crianças e ser uma primeira-dama com papel ativo. sabe? :~ vale dizer que ler michelle falando das mortes de pessoas negras bem quando george floyd foi assassinado bateu lá no fundo... enfim, além de a história ser incrível, a narrativa dela é bem gostosa de ler. recomendo muito!
domingo, 24 de maio de 2020
o primeiro namoradinho
e é claro que foi tudo meio esquisito, eu fiquei super nervosa, mas não foi ruim não. beijar pela primeira vez alguém de quem eu gostava de verdade foi uma experiência tão gostosinha! valeu a pena esperar, fiquei bem feliz na época e é uma lembrança boa que me deixa de coração quentinho hoje. e depois não é que eu e o belezinha acabamos sendo um casalzinho por um tempo considerável? em meio a várias idas e vindas, alguns meses separados e ficando com outras pessoas aqui e ali, passaram-se uns dois anos desde esse primeiro até o último beijo que a gente deu.
perdemos o contato de vez há mil anos, mas às vezes rola uma troca de likes nas fotos um do outro no instagram. a modernidade, né, meninas? :)