domingo, 30 de dezembro de 2018

livrinhos de dezembro

pra acompanhar os posts anteriores, é só clicar aqui 😄


◇ ◇ ◇

Grandes mulheres que mudaram o mundo - Kate Pankhurst (2016)


vocês sabem lidar com livro infantojuvenil que exalta mulheres? pois eu definitivamente não ♡ esse aqui traz um resuminho dos feitos de mulheres de várias nacionalidades, de amelia earhart a chiquinha gonzaga (sim, tem brasileira na lista!), e serve pra mostrar pras meninas que elas podem fazer o que quiserem e que devem ir atrás de todo e qualquer sonho que tiverem! também serve pros meninos verem que mulheres são incríveis e pros adultos aprenderem coisas novas. inclusive tem mulher aí nessa lista que eu nunca tinha nem ouvido falar. e como se tudo isso fosse pouco, as ilustrações são lindas!!! esse é daqueles livrinhos que merecem um lugar em todas as estantes do mundo :)


Pétala - Olívia Pilar (2018)


eu não conhecia a olívia, mas a solaine chioro (autora de "a rosa de isabela", que eu li em novembro) recomendou os livros dela nesse vídeo do canal da mayra. esse aqui é um conto, tem umas 35 páginas, e é pra ler de uma vez só e terminar com sorrisinho no rosto. é a história de um casal de moças bissexuais e, de certa forma, discute o que é um relacionamento, aceitação, liberdade e escolhas. é curtinho, mas é bonito. :) pra quem se interessar, tem no kindle unlimited!


Todas as cores do natal - 
Alliah, Bárbara Morais, Lucas Rocha, Mareska Cruz e Vitor Martins (2017)


pra quem não gosta de coletânea de contos, até que eu li bastante desse tipo de livro em 2018, né? ¯\_(ツ)_/¯ aqui são cinco histórias, todas com personagens lgbtq+ e, de alguma forma, relacionadas ao natal. eu fico mais confortável quando todos os contos da coletânea se passam no mesmo universo, ou pelo menos se existe alguma coesão entre eles. isso não acontece aqui, já que cada autor teve a liberdade de criar a história que bem entendesse. como o primeiro conto é bem realista, esse foi o parâmetro que eu estabeleci pro livro e, por isso, não consegui me deixar levar muito pelos contos mais fantasiosos (o conto "entremarés" me deixou incomodada, porque a construção da história era MUITO confusa e nada fazia muito sentido, mas depois de ler eu fui atrás de conhecer o autor e acho que a proposta era essa mesmo! hehe). eu gostei do livro, foi uma leitura gostosinha e as histórias foram bonitas, cada uma do seu jeitinho. não sou exatamente fã do natal, acho que é uma data simplesmente ok, mas o clima natalino deu um charme a mais pra essas narrativas ♡


Ao vencedor as batatas - Roberto Schwarz (1977) 


quando eu cursei um semestre sobre machado de assis na faculdade, a gente teve que ler alguns ensaios desse livro, que é de teoria literária. eu quis muito ler o livro inteiro, machado é o amor da minha vida e a análise do roberto schwarz é incrível, daí eu comprei e obviamente fiquei com preguiça de ler e enrolei por mais de um ano até criar vergonha na cara hahaha é aquilo, né, mores: é um textão teórico que analisa, como diz o próprio livro, "a forma literária e o processo social nos inícios do romance brasileiro", a partir de josé de alencar até chegar efetivamente no machado. não é uma leitura gostosinha, óbvio. é um texto denso, que discute a história do brasil e a contradição de se querer adotar os ideais liberais europeus num país escravista, além de analisar a produção textual do alencar e do machado, mostrando como esses autores retratavam a sociedade brasileira nas suas obras etc. eu não posso dizer que amei, porque esse termo é muito forte pra ser empregado aqui, mas é um livro importantíssimo pra quem quer estudar literatura brasileira!!!


Uma professora muito maluquinha - Ziraldo (1995)


eu era completamente apaixonada por esse livro quando criança!!!! já li umas 395x, aproximadamente. quando eu tinha meus 8 anos, na escola, a gente podia escolher um livro pra levar pra casa de fim de semana. eu queria esse todas as vezes, de tanto que gostava. eu achava incrível a história, a professora e, mais do que tudo, o jeito como o livro era estruturado (tem até uma mensagem codificada no meio da narrativa!!). reli agora pela primeira vez depois de crescida e voltei a ficar encantada com ele (deixando de lado os absurdos que eram considerados normais nos anos 90, né?). certeza que esse livrinho contribuiu muito pra fazer crescer a minha vontade de ser professora ;)


Hilda e o troll - Luke Pearson (2010)


fiquei tão feliz quando vi essa belezinha na estante da biblioteca do meu bairro!!! eu não conhecia os quadrinhos da hilda, fiquei sabendo da existência deles por causa da série da netflix (que eu não apenas amei como recomendo muito). em relação ao livro, ele é LINDO. os desenhos, as cores, a folha de guarda, os rascunhos no final.. mas fiquei com a impressão de que eu só entendi a história porque vi a série antes. parece que falta coisa pra gente efetivamente ter uma narrativa com começo, meio e fim. é como se a gente visse alguns flashes da história e tivesse que usar a imaginação pra juntar tudo aquilo hahah mas isso não significa que eu não queira ler os outros também, porque é muito bonitinho e eu amo essa personagem <3


Capitães da areia - Jorge Amado (1937)


favorito do mês!
tentei ler esse livro lá em 2012, quando eu tava no último ano do ensino médio, mas não consegui passar das cartas à redação que aparecem no começo da história. dessa vez, fui fisgada pela leitura logo no comecinho. me envolvi com a escrita, com a história e com as personagens. fiquei com raiva, me comovi, quis matar algumas das crianças e abraçar apertadíssimo o professor e o joão grande, que são os meus xodós. o livro é muito bonito, mas também é pesadíssimo. é sempre importante dar o alerta de gatilho: tem muita violência e cena de estupro. é um livro que faz a gente ter um zilhão de sentimentos conflitantes e considerar os vários lados de todas as situações, não dá pra ler e ficar apático (inclusive se você ler e não sentir nada saiba que cê já morreu por dentro, sinceramente). jorgito discutiu a questão da desigualdade social botando o dedo em todas as feridas possíveis! estado, igreja, os burguês safado... o cara não perdoou ninguém. só o que eu tenho a dizer é: literatura brasileira é tudo, mores <3


Melancia - Marian Keyes (1995)


encerrei o ano com esse calhamaço que foi, ao mesmo tempo, uma leitura gostosinha e um show de horrores ^^ o livro é dos anos 90, né. então por mais que a intenção tenha sido boa, que a autora tenha mirado no empoderamento feminino etc, ele tá recheado de close errado. é chuva de machismo, gordofobia, competição feminina, vários preconceitos aqui e ali... é um erro atrás do outro, basicamente. mas eu não consegui largar a leitura, porque queria muito saber como essa história maluca ia terminar. aliás, quis pegar o marido da personagem principal e arrancar o fígado dele com as minhas próprias mãos, de tanta raiva que eu senti desse homem. eu queria muito ter gostado, porque sempre tive expectativas altas pra esses livros das irmãs walsh, mas não sei se tenho condição de ler os outros. bom, pelo menos valeu como entretenimento e, principalmente, pra eu poder dizer que o melancia eu já li :P 

◇ ◇ ◇

em números, resumão do mês:

 livros terminados 8 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 5 x 3 literatura estrangeira (2 da inglaterra e 1 da irlanda)

 livros lidos no kindle 3 x 5 livros físicos

 autoras mulheres 5 x 7 autores homens (são mais autores do que livros porque "todas as cores do natal" foi escrito por 5 pessoas diferentes)

 releituras 1 x 7 livros novos (eu não considero "capitães da areia" uma releitura porque da primeira vez eu não passei das primeiras 20 páginas hahaha)

________

dezembro foi disparado o mês com o maior número de livros lidos em 2018! mas sejamos sinceros: fica fácil ler 8 livros se metade deles foram leituras curtas, pra começar e terminar de uma vez só, né? ¯\_(ツ)_/¯ janeiro já tá quase aí (sereno, confiante e cheio de si ♪), daí eu volto com o famigerado e tão esperado (por mim mesma hahaha) balanço das leituras do ano!



até lá! 😘

sábado, 22 de dezembro de 2018

stuck on a roller coaster

e 2018, hein, mores? que ano esquisito.

não foi exatamente ruim, mas teve muito momento baixo. por outro lado, não teve lá tantos altos assim, então não sei porque me fica essa impressão de que, no fundo, até que foi bom. acho que só pelo fato de não ter sido horrível eu já considero o saldo positivo. será que finalmente tô aprendendo a enxergar o copo meio cheio? ¯\_(ツ)_/¯

se eu tivesse que definir, diria que, mais do que tudo, esse foi um ano de encerramento de ciclos (uns mais felizes do que outros).

perdi minha avó. me formei na faculdade antes do tempo esperado e com notas muito boas. fiquei vários meses desempregada. trabalhei de casa por conta própria. arrumei meu primeiro emprego com carteira assinada. li vários livros bons. quase não chorei. tive menos crises de ansiedade, mas vivi por um bom tempo com o pensamento no futuro, sem conseguir efetivamente aproveitar o que o presente me oferecia. me senti inútil e despreparada em diversos momentos. não me arrependi de nenhuma das escolhas que fiz, mas questionei todas elas quando já não dava mais tempo de voltar atrás. me distanciei de pessoas que eu gosto, mas também me reaproximei de pessoas que tavam distantes e me fazem bem. escrevi com mais frequência. abandonei vários textos de ficção que eu comecei a escrever porque travei e não sabia mais o que fazer com eles (pode ser que uma hora eu termine, quem sabe...). consegui estabelecer uma rotina de exercícios físicos e minha autoestima cresceu. não cumpri a >única< meta de ano novo que eu tinha pra 2018. perdi toda e qualquer esperança em relação à sociedade brasileira, que se revelou ainda pior do que eu pensava. etc etc etc. 


eu tenho a impressão de que minha vida adulta tá começando só agora, que tô finalmente formada e dando início à minha carreira de verdade, como se todo esse tempo que veio antes tivesse sido só um teste, um período de adaptação pra eu me ajustar. tô com expectativas pros anos seguintes, não paro de fazer um zilhão de planos. mas daquele meu jeitinho: com os dois pés no chão, torcendo pra tudo dar certo, mas sem me decepcionar muito caso os sonhos não se tornem realidade.

pra 2019 eu só quero continuar fazendo tudo o que tá dando certo e parar de fazer o que não funciona tão bem assim. só isso. vamos viver sem grandes pretensões além de ser feliz. acho que tá bom, né? tomara que daqui um ano eu volte e diga que as coisas foram melhores do que eu poderia imaginar. :)

espero que, apesar de todos os altos e baixos que sempre se fazem presentes, o ano de vocês também tenha pendido pro lado positivo da balança. e desejo mesmo, de coração, que todo mundo seja cada vez mais feliz!

vem, 2019! (mas vem com carinho, não precisa chegar com os dois pés no peito não, tá? grata desde já.)


______

o post tá com cara de despedida, como se eu só fosse aparecer aqui de novo no ano que vem, mas juro que ainda volto daqui uma semaninha pra mostrar as leituras de dezembro! ;)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

beletrista

gente... EU ME FORMEI.

minha última aula foi em junho, porque teve greve na faculdade, mas em julho eu terminei de entregar todos os trabalhos finais e muito tempo depois, só em setembro, eu finalmente assinei minha colação de grau.

fiquei muito tempo pensando que eu deveria escrever sobre isso, porque foi um pedaço imenso da minha vida e porque eu não perdia tempo pra vir aqui falar mal do curso, dos colegas, dos professores etc. mas eu travei. comecei vários textos, mas larguei todos pela metade. eu não tava conseguindo me expressar, não sabia muito bem o que dizer.

mas basicamente é isso: depois de 09 semestres (um a menos do que o tempo padrão!) eu finalmente posso dizer em alto e bom som que sou graduada em letras pela usp, com habilitação dupla em português e inglês.

eu escolhi esse curso porque não sabia o que queria fazer da vida (agora eu acho que tô começando a descobrir). na escola, eu via meus amigos falando com certeza que queriam ser advogados, engenheiros, arquitetos, médicos... e eu só conseguia pensar "mas COMO você já sabe disso se a gente só tem 16 anos????". me senti pressionada a escolher, comecei a achar que o problema tava em mim, que talvez não levasse o meu futuro tão a sério ou sei lá.

fui pelo caminho mais óbvio: pensei nas matérias que eu gostava de estudar, vi em quais delas o meu desempenho era melhor e corri pro guia do estudante pra ver se me surgia uma luz no fim do túnel. no fim das contas, entrei na letras porque cismei que queria trabalhar com tradução. dei uma olhada na grade do curso e não entendi nem metade das matérias, mas achei que tava tudo bem. ia continuar estudando umas coisas que eu gostava e é isso, tava ótimo.

primeiro semestre e eu já tava querendo me esconder num buraco porque PELO AMOR DE DEUS NÃO É POSSÍVEL QUE É ISSO AQUI, socorro, alguém me ajuda etc. eram só quatro matérias: uma sobre ilíada e odisseia (eu nem sabia o que era isso), outra sobre linguística (eu também não tinha a menor ideia), a outra falava sobre a origem da língua portuguesa desde o protoindo-europeu (o quê?????) e sobre variação e preconceito linguístico, e a última era sobre poesia (que tinha tudo pra ser possível, estudar métrica, rima etc, mas o professor achou de bom tom colocar alunos recém saídos do ensino médio pra ler filósofo francês).

a carga de leitura do primeiro ano é tão grande que não tem aula de sexta feira, pro aluno dar conta de ler tudo o que os professores pedem.

eu não via a hora de começar logo a estudar gramática, mas esse dia nunca chegou. o primeiro banho de água fria com a letras veio quando eu descobri que esse tipo de coisa não fazia parte da grade curricular. aí você talvez esteja se perguntando: "mas se você não estudou gramática, você estudou o quê????". olha... muita coisa.

estudei livros clássicos gregos e latinos, muita literatura brasileira, muita literatura portuguesa, literatura americana, literatura inglesa, literatura africana de língua portuguesa e, de quebra, ainda li obras armênias, caribenhas e irlandesas. nesses quatro anos e meio eu li muitos romances, contos, poemas e peças de teatro nos dois idiomas. consequentemente, tive que ler muito texto teórico e de análise literária. e isso significa que também tive que estudar filosofia e história. cursei latim, cultura armênia, cultura italiana e pensamento da índia antiga. estudei sintaxe, morfologia, semântica, fonética e fonologia tanto em português quanto em inglês. também estudei teorias do texto e análise do discurso. cursei sociolinguística, psicolinguística e filologia. estudei teoria da tradução e tive muitas aulas práticas. fiz uma matéria de escrita criativa e, no final das contas, meu conto de ficção acabou sendo publicado na revista da faculdade (se quiser ler, tá aqui, na página 105).

por mais que eu tenha feito uma lista imensa, só dizer "os nomes" das matérias não faz jus a tudo o que eu aprendi nesse curso. estudar letras me enriqueceu muito como pessoa. tive contato com muita coisa que abriu meus olhos e me fez enxergar além do que eu conhecia. é óbvio que nem sempre eu gostava das aulas ou dos professores, mas o tanto de coisa incrível que eu estudei compensa as partes ruins.

não posso deixar de dizer que em determinado momento (talvez no segundo ano, agora já não lembro direito) eu questionei a minha escolha e pensei seriamente em sair e procurar outra coisa, mas eu tinha certeza que nenhum outro curso me faria mais feliz do que aquele. ainda que eu não soubesse o que fazer com ele depois de me formar, eu amava o que eu tava estudando. a bagagem que a letras me proporcionou é gigantesca e olha que eu não aproveitei nem metade do que a faculdade tinha pra me oferecer.

quando eu decidi que queria ser tradutora, eu não imaginava que mudaria de opinião tantas vezes a respeito da minha carreira. pensei que eu entraria na faculdade, leria uns livros, estudaria língua portuguesa e inglesa e terminaria focada em traduzir. eu não fazia ideia do tanto de coisa diferente e incrível que a letras ia me proporcionar. não foi por isso que eu escolhi fazer o curso, mas foi por isso que eu escolhi continuar até o final.

pode ser que eu tivesse mais sucesso financeiro se tivesse feito qualquer outra coisa. ou que eu tivesse mais prestígio, que as pessoas olhassem pra mim e pro meu diploma com mais respeito e admiração. mas nada disso supera o calorzinho no coração de ter concluído uma graduação riquíssima, que efetivamente me deixou realizada e orgulhosa de mim e do que eu escolhi.

apesar de toda a parte ruim, eu digo com tranquilidade que é uma delícia ser beletrista.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

tag da tag

quem é a princesinha que tá vindo responder tag literária nos 45 do segundo tempo desse ano??? eu mesma 🙋

ai, gente. sorry not sorry, não guento, preciso fazer essas coisas de vez em quando. perdoa a breguice e não desiste de mim! ;)


sem mais delongas, vamos aos itens da tal tag da TAG:


1) INÉDITOS: um livro inédito no Brasil que eu gostaria que fosse publicado por aqui
eu já ia começar falhando, porque não acompanho nadinha dessas novidades do mercado editorial então não faço ideia do que já veio, do que tá pra vir, do que não tem previsão nenhuma de chegar etc e tal, porém milagrosamente eu tenho uma resposta pra essa pergunta!!! nem eu acredito nisso, tô até emocionada hahah um livro que eu não vejo a hora de ver por aqui é record of a spaceborn few, da becky chambers. esse é o terceiro volume da série andarilha e considerando que eu fiquei completamente apaixonada pelos outros dois, já tô morrendo de vontade de ter esse bonitinho em mãos. darkside, traz logo esse livro pro brasil!!!!! ♡ (só reforçando que eu não tenho nenhum conhecimento sobre os livros que vão chegar por aqui, então se já tem uma previsão pra esse bbzinho pisar em terras brasileiras vcs me perdoem por não saber dessa informação ¯\_(ツ)_/¯)



2) CURADORIA: um livro que indico para todo mundo
aqui existem quatro respostas possíveis e como sou eu que faço as regras, citarei todos eles e ninguém pode me impedir!!! ^^ o primeiro é o sol é para todos, da harper lee. esse é um livro que eu efetivamente acho que todas as pessoas no mundo deveriam ler, porque a história é muito bonita, a escrita é maravilhosa e as chances de esse bonitinho virar um dos preferidos da vida é imensa! o segundo é luna clara e apolo onze, da adriana falcão. esse aqui é o meu amorzinho, é o livro que eu mais amo no mundo e um dos que eu mais li na vida. eu não vou me estender porque já falei dele aqui, num post de 2015. dá uma olhadinha lá! ;) o terceiro livro é vidas secas, do graciliano ramos. é disparado o meu livro clássico brasileiro preferido, a história é muito boa, a construção do livro é melhor ainda e é uma leitura absolutamente necessária. e o quarto, como não podia deixar de ser, é harry potter e a pedra filosofal, da j.k. rowling. é a porta de entrada pra esse universo mágico e incrível e todo mundo devia dar uma chance pra harry potter porque essa saga é surreal ♡



3) SVETLANA: meu vencedor do Nobel de Literatura favorito
temos aqui uma péssima exemplar de beletrista, porque até hoje eu só li livros de 06 dos ganhadores do prêmio nobel (uma das minhas metas de vida é melhorar esse número, é claro). levando em conta o que eu li, acho que minha preferida é a própria svetlana aleksiévitch, que empresta o seu nome a esse item. dos livros dela eu já li "a guerra não tem rosto de mulher" e "vozes de tchernóbil". ambos são absurdamente incríveis e eu sinto vontade de reler e de chorar só de me lembrar deles, entraram pra minha lista de favoritos da vida. os dois são muito pesados e deixam a gente com um nó na garganta do começo ao fim, mas dá vontade de engolir esses livros de tão bons!! tenho certeza que tudo o que essa mulher escreveu é incrível, quero ler todos os outros!!!



4) ANIVERSÁRIO: o melhor livro que já ganhei de presente
minha amiga fefa é a pessoa que mais me dá livros bons de presente. aliás, todas as leituras que ela me indica eu leio sem medo de ser feliz porque ela sempre acerta! sendo assim, é claro que foi ela quem me deu o melhor livro que eu já ganhei: nimona, da noelle stevenson. como eu disse aqui, esse foi o primeiro quadrinho (ou graphic novel, como você preferir) que eu gostei de verdade na minha vida. e não apenas gostei como fiquei obcecada pelo livro hehe além de tudo, esse é um bonitinho que eu queria muito ter, mas que achava caro pra comprar - principalmente porque eu não tinha muita esperança de gostar da leitura. então definitivamente foi o presente que mais me fez feliz! ♡



5) AS ALEGRIAS DA MATERNIDADE: o melhor livro que já li
essa pergunta é difícil pra cacete e dá vontade de sair falando uns 347 livros, no mínimo! aqui o critério de escolha não foi se o livro era ou não o meu preferido da vida (até porque sobre isso eu já falei no tópico 2), mas sim se o negócio era surrealmente bem escrito e bem construído. sabe aqueles livrinhos que você lê e pensa "poxa, nenhum defeito"? pois bem. eu precisei pensar bastante, mas acho que dá pra dizer que é beloved, da toni morrison (em português o nome é "amada"). que machado e as suas memórias póstumas me perdoem, mas o que essa mulher conseguiu fazer nesse romance é algo que eu nunca vi na minha vida. o livro é surreal de bom, me impactou de um jeito bem profundo ♡ 



6) A BOA FILHA: o livro mais viciante que já li
como boa enaltecedora da literatura brasileira que sou, não posso deixar de responder dois irmãos, do milton hatoum. gente... essa maravilhosidade deve ter umas 300 páginas e eu li em um único dia, no carro, indo de são paulo pra santa catarina. eu não conseguia tirar os olhos do livro, fiquei absolutamente fissurada!!! esse aqui é fácil fácil a minha indicação pra quem não dá muita bola pra literatura nacional contemporânea, porque eu acho de verdade que é impossível não se apaixonar por esse livro. o negócio é viciante mesmo, a gente simplesmente >precisa< ler tudo sem parar!!!



7) UNS E OUTROS: meu conto favorito da literatura 
além de tudo o que eu li por diversão, a faculdade me fez ter contato com vários contos escritos ao redor do mundo. conheci muita coisa boa que só me fez ficar com ainda mais vontade de ler os romances daqueles autores (conto serve pra deixar a gente com um gostinho de quero mais, né? hehe). então, considerando que eu já li uma quantidade legal desse tipo de narrativa, eu posso dizer com tranquilidade que meu conto favorito, aquele que eu efetivamente sinto vontade de reler de tempos em tempos, é a menor mulher do mundo, da clarice lispector. aliás, esse é o meu texto preferido dela. essa autora é incrível, é uma preciosidade da literatura brasileira, mas não sou exatamente fã dos seus romances. não gosto muito do estilo dela, mas reconheço e bato palma pro trabalho absolutamente bem feito que ela fazia. reli o conto pra escrever sobre ele aqui e, ai, sinceramente... puta merda, clarice!!!! o texto fala sobre amor e sobre posse de um jeito meio dolorido, é bonito demais. ah, essa belezinha tá no livro "laços de família", que eu considero uma boa pra quem nunca leu nada dela mas quer começar por algo mais "fácil de digerir" ;)



8) O XARÁ: o livro mais bonito da minha estante
eu amo as edições da aleph e amo mais anida as coisas surreais que a darkside publica, é tudo muito bonito e dá vontade de ter na estante só pra ficar admirando!!! mas me diz se eu posso escolher alguma coisa que não seja da cosac, gente? aqui a resposta tá sendo influenciada por motivos de saudosismo sim, mas também porque os livros daquela caralha de editora eram muito caros, então mesmo pra comprar em promoção eu tinha que escolher direitinho pra não desperdiçar dinheiro hehe e a antologia da literatura fantástica, organizada pelo jorge luis borges, pelo adolfo bioy casares e pela silvina ocampo, é um dos livros mais especiais da minha coleção. eu comprei há um tempão e ainda não li quase nada porque eu sou ridícula, mas pretendo fazer isso em 2019, daí eu venho aqui contar a minha experiência de leitura dessa belezinha! ;)



9) ORGULHO E PRECONCEITO: um livro que eu amo e virou filme
pra não citar harry potter de novo (e também porque convenhamos que isso seria muito óbvio), eu vou escolher outros dois livrinhos que são tudo na minha vida - mas que eu ainda não assisti a nenhum dos filmes hahahaaha ¯\_(ツ)_/¯ eles são the hate u give, da angie thomas (que se chama "o ódio que você semeia" em português), e extraordinário, da r.j. palacio. são duas histórias maravilhosas que abordam questões pesadas de um jeito leve - cada um a sua maneira -, pra fazer a gente chorar e sorrir tudo ao mesmo tempo. é claro que the hate u give é muito mais pesado que o outro, mas o livro também tem partes mais amenas, pra gente dar aquele suspiro de alívio. eu não posso indicar os filmes (que pretendo assistir algum dia, eu juro!), mas os livros eu indico do fundinho do coração ♡  



10) SÓ GAROTOS: um personagem de quem eu seria amigo(a)
aqui eu poderia dar milhões de respostas diferentes, o que mais tem por aí é personagem incrível que eu queria muito que existisse na minha vida! mas achei injusto escolher alguém de outro livro que não "a longa viagem", porque pra mim o ponto alto desse livro foram os personagens. achei que seria muito fácil simplesmente falar que eu seria amiga de todos, sendo assim, tive um outro momento de reflexão decidindo entre eles (eu levei a sério, tá? hahah) e minha escolha final foi a kizzy. sendo bem sincera, ela nem é a minha preferida, mas a questão aqui não é quem eu mais gostei e sim com quem eu queria fazer uma amizade sincera e verdadeira, pra sermos best friends forever e tal. levando em conta que a amizade dela com o jenks foi uma das coisas que eu mais gostei na história, acho que essa é uma decisão inteligente da minha parte :D 



é isto, mores. façam um favor a vocês mesmos e leiam tudo o que eu citei aqui!!!! 😜


________


ps: TAG é um clube de assinatura de livros, todo mês eles mandam pros assinantes uma caixinha com um livro de edição exclusiva, além de outros itens relacionados. eu particularmente não assino porque não tenho dinheiro pra isso, mas queria porque acho show! :)

pps: pra fazer esse post valer, eu não podia só responder o nome do livro e seguir o baile, né? me obriguei a justificar minhas respostas como se em uma prova da escola eu estivesse porque esse é o meu jeitinho ^^

ppps: não foi intencional, mas quase todas as belezinhas citadas aqui são de autoras mulheres. eu vim nessa vida pra glorificar de pé a produção literária feminina!!! (e quando falei de autores homens, eram brasileiros. É ISTO!!!! <3)

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

21. literatura constrói pontes

eu faço parte do grupo de pessoas que lê livro em vez de ouvir música no transporte público. aliás, nem saio de casa com fone de ouvido, pra vocês terem uma noção. tô sempre com um livro na mochila e já me acostumei a ler em pé e com barulho em volta, se for o caso. claro que não sou doida e prefiro ler sentadinha num ônibus silencioso, mas se a história tiver boa o suficiente pra prender a minha atenção, eu consigo me concentrar no livro e esquecer o que tá acontecendo em volta.

eis que esses dias eu tava no metrô, lendo meu livrinho encostada perto da porta. percebi que tinha uma moça abordando as pessoas perto de mim. não consegui ouvir o que ela tava dizendo, mas sabia que eu seria uma das próximas. ela me chamou, eu olhei pra cima e, antes de mais nada, ela me pediu desculpa por ter atrapalhado a minha leitura. eu falei que não tinha problema e sorri. ela sorriu de volta e me pediu dinheiro. disse que precisava de 15 reais e já tinha conseguido quase 3. eu falei que provavelmente não tinha dinheiro trocado, mas ia conferir. procurei na minha mochila e pedi desculpa porque não achei nada pra contribuir (eu só ando com cartão).

daí ocorreu o seguinte diálogo:

– o que você tá lendo?
– é um livro de crítica literária (era ao vencedor as batatas, do roberto schwarz) – eu mostrei a capa pra ela.
– ah, esse eu não conheço, mas eu adoro ler!
– sério? do que você gosta?
– você já leu cem anos de solidão e o morro dos ventos uivantes
– sim, eu li os dois!
– esses são os meus preferidos.

já fiquei impactada com essa info né, esses são dois livros bem clássicos e as leituras não são "fáceis". quando percebi, já tava pensando no que poderia ter levado essa moça a precisar pedir dinheiro no metrô...

ela ainda me recomendou mais um livro, que eu infelizmente não consigo lembrar de jeito nenhum qual era, mas que eu ainda não tinha lido. o que é uma pena, porque caso eu lembrasse ele com certeza entraria pra minha lista de livros a serem lidos em 2019.

a moça se despediu, disse que precisava descer na próxima estação e me agradeceu. ela desceu do vagão sorrindo, mesmo que eu não tenha ajudado com nem 01 centavo. percebi que as pessoas à nossa volta ficaram olhando enquanto a gente conversava, acho que ficaram curiosas com o teor do diálogo. não é todo dia que a gente encontra uma pessoa pedinte recomendando um escritor ganhador do nobel de literatura!

mas também não é todo dia que a gente efetivamente dá atenção pra pessoas em situação de vulnerabilidade social, né? quando a gente se dispõe a ouvir e a tratar os outros com o respeito que eles merecem, nós só temos a ganhar. imagina quanta gente ali naquele mesmo vagão poderia ter se beneficiado dessas dicas caso tivessem dado essa chance pra moça...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

move your body

no primeiro dia de outubro eu comecei a me exercitar. desde então, todo santo dia, de domingo a domingo, seguindo um calendário de exercícios, eu faço pelo menos 30 minutos diários. e essa nova rotina tá fazendo uma diferença tremenda na minha vida.

eu era uma pessoa sedentária, mas me consolava ao (fingir) acreditar que as caminhadas obrigatórias que eu fazia entre o ponto de ônibus e o trabalho, por exemplo, seriam suficientes pra me manter saudável. já tentei fazer atividade física algumas vezes, mas era muito difícil manter a força de vontade e simplesmente continuar com os exercícios. eu ficava com preguiça, perdia o interesse e sempre arrumava uma razão pra faltar na academia, na natação ou na dança. por mais que eu até gostasse das aulas, eu não encontrava motivação pra ir. até que eu simplesmente desistia e voltava pra minha vida sedentária, sem muito peso na consciência. é óbvio que eu sabia que não era bom pra minha saúde não fazer o mínimo de exercício físico, mas minha alimentação é bem balanceada, eu sempre fui magra e mantinha o meu peso, etc etc etc. aparentemente tava tudo bem.

até que eu comecei a engordar. eu continuei magra, mas minhas roupas não serviam mais. logo eu, que sempre fui chamada de magrela, que sempre vesti 36, não tava cabendo mais nem nas calças 38. e meu peso só aumentava, meus músculos sumiram, meu corpo ficou todo flácido. eu não me importei muito com o fator estético. claro que isso até era uma questão, porque a pressão pra gente ter o corpo perfeito tá aí, mas depois que eu aprendi que eu sou linda e maravilhosa do meu jeitinho, celulite nenhuma me fez questionar o meu valor.

mas minha autoestima continuar boa não significa que eu ainda estava saudável. minha postura tava horrível, eu passava 24h por dia com dor nas costas, meu joelho tava começando a doer, meus níveis de ansiedade tavam assustadores (2017 foi o ano das crises, mas em 2016 eu já ficava com taquicardia dentro de ônibus achando que ia morrer). eu sabia que tinha que fazer atividade física, todos os terapeutas com quem eu passava me falavam pra eu começar a me exercitar o mais rápido possível pelo amor da deusa. mas eu empurrava com a barriga e falava que não tinha tempo, que não dava pra encaixar academia no meu dia a dia porque eu saía de casa às 6h pra ir pra aula e chegava às 21h do trabalho. 

só que em julho eu me formei e saí do meu emprego, então essa desculpa já não colava mais. eu continuei enrolando por mais um tempo, juntando coragem, até que eu finalmente comecei. não foi fácil, na verdade ainda não é, mas parece que melhora um pouquinho a cada dia. eu ainda acho horrível, não gosto de sentir dor, acho que "no pain, no gain" é uma péssima máxima. mas eu tenho plena consciência de que me exercitar tá contribuindo 100% com a minha saúde, tanto física quanto mental. meus músculos tão voltando a dar as caras, eu já tô bem mais forte e resistente, minha coluna não dói mais, mas mais do que isso: minha ansiedade tá praticamente dormindo de tão tranquilinha. eu tô passando por uma fase bem complicada, não consigo focar no presente, tô com absolutamente todas as minhas energias concentradas no futuro e sei que se não tivesse me exercitando eu já estaria novamente tendo meus momentos de crise.

tem dia que eu simplesmente não quero treinar, seja por pura preguiça ou por cansaço mental. mas eu me obrigo a fazer, mesmo que com menos intensidade, porque não quero correr o risco de regredir. meu progresso tá muito bonito pra eu vacilar agora. não posso falar que não vou mais parar, que daqui a pouco eu não vou jogar tudo pro alto e voltar a ser a pessoa sedentária que eu sempre fui etc e tal. mas pelo menos agora eu tenho um tantinho a mais de motivação, afinal de contas dessa vez eu consigo perceber nitidamente o tanto que isso tá me fazendo bem.

jamais pensei que eu fosse gostar de me exercitar. saúde é tudo, mores.