sábado, 31 de março de 2018

livrinhos de março

YAY, fim da "maratona" de verão! pra acompanhar os livros/categorias dos meses anteriores, dá uma olhadinha nos posts de janeiro e fevereiro. tá tudo aqui no link do registro de leituras ;)

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Neuromancer - William Gisbon (1984)


gente do céu. por onde eu começo a falar disso aqui? hahahahaha eu me arrastei por VINTE DIAS pra terminar esse livro, pelo amor da deusa!!! em to-das as listas de “melhores livros de ficção científica” que eu vejo, neuromancer tá indicado. aí lá fui eu toda pimpona me aventurar por esse universo cyberpunk e: QUE DESESPERO NÃO ENTENDI NADA. tipo, a história eu entendi, achei legal até, mas às vezes eu lia páginas e páginas sem conseguir visualizar O QUE as personagens estavam fazendo hahahaha quis desistir da leitura várias vezes, mas persisti porque eu sou doida, simples assim ^^ AH, uma coisa: o que me ajudou a formar algumas imagens do livro na cabeça foi ter assistido altered carbon antes (série da netflix). eu senti q a série se baseou MUITO no universo de neuromancer e sinceramente isso foi bem útil pra mim. apesar de eu praticamente não ter entendido nada do que tava acontecendo por lá também, mas beleza né segue o baile vamo pro próximo livro hehe ¯\_(ツ)_/¯
(categoria 2 do desafio: ler um livro comprado em uma promoção ✔)


Go tell it on the mountain - James Baldwin (1951)


favorito do mês!
mais um livro em inglês pra minha aula de literatura canônica! aliás, dei uma procurada rapidinha e não encontrei uma versão em português desse aqui.. então, se alguém se interessar em ler, infelizmente tem que ser em língua estrangeira mesmo :/ essa leitura me deixou confusa quanto a gostar ou não do livro. deixa eu explicar: o livro é muito bem escrito, então é gostoso de ler, mas o tema principal é religião. e isso significa que eu não entendia as referências e não conseguia entrar muito nas cenas de oração na igreja, por exemplo. mas aí isso é um problema meu enquanto leitora e não do livro em si, né? a leitura é boa, mas eu definitivamente não sou o público alvo hahah
(categoria 3 do desafio: ler um livro que, aparentemente, só você conhece ✔)


Frankenstein, ou o Prometeu moderno - Mary Shelley (1818)


eu decidi comprar esse livro por dois motivos: 1) é um baita clássico da literatura de língua inglesa, então preciso disso pra minha formação 2) É A EDIÇÃO MAIS LINDA DO MUNDO INTEIRO e eu achei por um preço super bom hehehe mas gente, assim.. eu tenho pa-vor de toda e qualquer coisa, então nunca na vida me imaginei lendo um livrão de terror. ainda mais esse, que tem imagens bizarras de pedaços do corpo humano etc só que: O LIVRO NÃO DÁ MEDO NENHUM, minha vida foi uma mentira!!! inclusive dá até uma preguicinha, afinal de contas romantismo né mores? tem capítulos e mais capítulos do tal monstro de frankenstein narrando como foi a vida dele observando os humanos, por exemplo. é uma leitura beeem lenta. a compra ainda valeu a pena porque o livro é maravilhoso, mas olha: zZzz...
(categoria 4 do desafio: ler um livro que você sempre teve medo de ler ✔)


A metamorfose - Franz Kafka (1915)


fechei o mês com esse livrinho curtíssimo, que dá pra ler de uma vez, porém com o seguinte sentimento: QUE PORRA É ESSA, meus amigos? hahahaha eu entendo que essa história tenha sido uma coisa impressionante quando foi lançada, entendo os méritos do autor e tudo mais. mas assim.. que loucura, gente. e que final mais desgraçado, não acreditei quando terminei de ler hahaha fiquei descaralhada das ideia, simples assim. eu sabia qual era o resumão da história, afinal de contas todo ser humano sabe, mas não fazia ideia de como esses fatos se desenrolavam. acho que o fato de o livro ser tão importante etc me fez criar expectativa e aí, quando li, achei bem fuén. mas tudo bem, acontece, né?
(categoria 12 do desafio: ler um livro por indicação de booktuber ✔) 

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 4 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 0 x 4 literatura estrangeira (2 dos eua, 1 da inglaterra e 1 da república tcheca)

 livros lidos no kindle 2 x 2 livros físicos

 autoras mulheres 1 x 3 autores homens

 releituras 0 x 4 livros novos

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até agora, março foi o mês mais fraquinho do ano. tanto que eu nem amei o livro favorito, olha só que tristeza. mas é isso, né? nem sempre a gente acerta. que em abril eu tenha mais sorte! 

quarta-feira, 28 de março de 2018

bodas de papel

esse mês eu completei 01 ano de casamento com a melhor invenção da humanidade: o coletor menstrual.

eu não lembro quando e/ou como eu conheci essa belezinha, provavelmente no vídeo da joutjout, mas relutei bastante até finalmente criar coragem pra comprar o bendito copinho. ô gente, mas esse negócio foi o maior divisor de águas da minha vida! minha relação com a menstruação mudou completamente depois que eu larguei mão dos absorventes e passei a usar o coletor. ELE É A MELHOR COISA DO MUNDO.

cresci ouvindo a minha mãe tentando me convencer de que menstruar era incrível. "você tem útero, isso faz parte de quem você é e é uma coisa linda. uma vez por mês você se torna ainda mais mulher, tem que saber aproveitar, é um ciclo muito poderoso do nosso corpo" e blabla. eu achava o discurso lindo, mas era incapaz de entender a parte boa sendo que, durante quase uma semana, eu sentia um incômodo tão grande. cólica, mudança de humor, inchaço e todo o resto do combo é horrível, mas pra mim a pior parte sempre foi o absorvente. coceira, calor, falta de higiene, desconforto. além de ser caro e péssimo pro meio ambiente, não podemos esquecer desse detalhe.

até que eu fui convencida a comprar o coletor menstrual e tudo isso absolutamente SUMIU.

assim... a primeira vez que eu usei foi um caos. quis desistir, chorei, mandei mil mensagens desesperadas pro namorado falando que foi um erro ter gastado tantos reais com um negócio que eu não era capaz nem de colocar, etc etc etc. até que eu finalmente consegui colocar direito, sem sentir dor, sem ficar com aquele incômodo tipo cólica e achei que seria tudo um sucesso. pena que na verdade tava tudo torto e eu descobri isso da pior maneira possível: tendo que trocar de roupa ¯\_(ツ)_/¯

mas tudo bem, a esperança é a última que morre e coisa e tal. tentei de novo, apavorada, achando que nunca ia conseguir usar esse troço de verdade. só que aí realmente deu certo e, desde então, há um ano, nunca mais usei absorvente nessa vida :D



e tenho uma história de sucesso que eu faço questão de contar pra absolutamente todas as pessoas, de tão maravilhosa que é: o dia em que eu fui pra um parque aquático usando o copinho.

só pra começar, eu tava no segundo dia de menstruação. no meu caso, é quando o fluxo desce com maior intensidade... pois bem. coloquei meu copinho, vesti meu biquíni e fui com a cara e com a coragem em absolutamente todos os toboáguas daquele lugar (menos aquele maluco que tem queda de quase 90º, porque não sou obrigada). fui algumas vezes ao banheiro pra esvaziar o coletor só por precaução, mas foi como se eu não tivesse usando nada. não me incomodou em nenhum momento, não vazou nem 01 gota, não atrapalhou em nada o meu dia de diversão. FOI INCRÍVEL, quero repetir essa experiência pra ontem!!!

e é isso, meninas.

sei que nem todo mundo se adapta ao coletor menstrual, mas pra mim foi apenas a melhor coisa que poderia ter me acontecido. se alguma de vocês ainda não usa, sério: dá uma chance pra esse bonitinho. pode ser que a história de amor entre vocês seja tão maravilhosa quanto a minha! ;)

terça-feira, 20 de março de 2018

88 anos, 8 meses e 14 dias


dona cida nasceu em 1929, lá no começo do século passado, e se despediu da gente há menos de uma semana.

filha de imigrantes italianos, nascida e criada em fazenda no interior do estado de são paulo, veio morar na capital e, aqui, conheceu o futuro marido: um alagoano descendente de negros e índios, um ano mais novo que ela. juntos, eles tiveram quatro filhos. um deles, o mais velho, é o meu pai. 

e isso é basicamente tudo o que eu sei sobre a história dela. 

minha avó me contou quando e como conheceu o meu avô, mas eu não sei quando eles se casaram. não sei se foi por "amor à primeira vista", se foi por pressão familiar, se foi porque os dois conversaram e decidiram que era a melhor das opções. ela nunca foi de falar muito sobre a própria vida. às vezes, no meio de alguma conversa, ela me contava casos aleatórios sobre eles, mas nunca em quantidade suficiente pra eu conseguir montar uma linha do tempo, por exemplo. dona cida era fechada demais, não se dava ao luxo de falar mais do que devia. não sei do que ela trabalhou, não sei quais planos ela tinha feito quando era menina, não sei sequer qual era a cor preferida da minha avó - mas associo a ela um tom bonito de azul claro, meio céu, meio piscina: a cor dos olhos dela.

apesar dessa carinha aí da foto, a dona cida nunca fez aquele estilo padrão de avó que eu via na tv. o meu sonho era ser neta da dona benta, pra comer um monte de coisa gostosa todas as tardes. dona cida só cozinhava porque comer faz parte da vida, não tinha essa de ficar fazendo bolinho pra agradar neto. lembro que uma vez fui almoçar com ela e reclamei que não queria comer o chuchu. como resposta, ouvi "você tá na minha casa, vai comer o que eu fiz. se não quiser, fica com fome". ela era grossa e mal educada como ninguém. mas não posso negar que às vezes batia uma inspiração e ela tentava encarnar a vovó bonitinha. fizemos rabanada juntas uma vez. não sei como é que conseguimos errar tanto, mas depois disso nunca mais nos arriscamos a tentar de novo. muitos anos depois, ela ainda dava risada lembrando dessa tentativa absolutamente frustrada.

ela era super irritada, não tinha paciência pra nada. vivia falando que tava com raiva das coisas, das pessoas. tudo era motivo pra mulher ficar de cara fechada. e sem precisar dizer uma palavra, ela já botava medo nos netos (ameaçava sempre com um chinelo na mão) e afugentava os vizinhos. mas por dentro ela era frágil que só. a menor das coisas já magoava a minha avó, ainda que ela tentasse ao máximo não deixar transparecer.

ela sofreu muito. guardou mágoa e rancor durante a vida inteira, se recusou a fazer os tratamentos de saúde que poderiam ter aliviado as dores que ela sentia, engoliu muito sapo enquanto foi casada... dona cida passou por tanta coisa nesses quase 90 anos que nem dava pra acreditar. lembro de olhar pra ela quando eu era pequena e pensar que a minha avó, tão alta, tão rígida, deveria ser uma fortaleza. de uns anos pra cá, ela já era só ruína.

mas ainda assim, mesmo já quase sem força nenhuma, esse ano ela ainda foi capaz de provar que o ditado popular é verdadeiro: vaso ruim não quebra. ou, pelo menos, dá mais trabalho do que o normal. aos 88 anos, lúcida mas com o corpo absolutamente debilitado, minha avó enfrentou um avc, deu um chapéu numa pneumonia e ainda lidou com outras infecções que vieram depois. eu sinceramente não pensei que ela fosse aguentar uma semana, mas ela ainda persistiu por dois meses. foi sofrido, foi ruim de ver, mas era a história dela. e ela aguentou até o final com uma força que eu não faço ideia de onde é que saía. 

dona apparecida, com 2 pês (eu achava tão chique esse nome), me deixou uma saudade tão grande que eu acho que nunca vai passar. mas eu sei que ela não via a hora de finalmente poder descansar em paz, sem sentir aquelas dores que viviam com ela há tanto tempo. por mais difícil que seja a despedida, eu sei que era egoísta demais querer que ela continuasse por aqui. já tava na hora de dizer tchau.

a vovó já foi, mas o amor e as lembranças vão ficar aqui bem guardadinhos até o fim da minha caminhada.

quinta-feira, 1 de março de 2018

livrinhos de fevereiro

o segundo mês do ano ainda faz parte da minha loucurinha da maratona de verão, que eu expliquei no post de janeiro. se você não sabe do que eu tô falando, ou se não lembra quais eram as categorias de leitura, dá uma olhadinha lá! :D (e mesmo se você lembra, olha também porque eu dei uma atualizada no post. percebi que faltavam os ~resultados parciais~ do mês hehe)

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As alegrias da maternidade - Buchi Emecheta (1979)


primeiramente: que edição linda!!!!!!!!!! eu não assino a tag, então peguei emprestado com uma amiga (fefa, melhor pessoa <3), mas confesso que até bateu uma vontadinha de assinar, viu? hahah minha parte preferida desse livro foi o título, que é quase um tapa na nossa cara. a narrativa não é muito fluida, então eu demorei um pouquinho pra realmente entrar na história, mas essa é uma leitura muito boa pra gente conhecer um pouquinho mais da realidade nigeriana. amei começar o mês fugindo da literatura dos países hegemônicos!


 Outros jeitos de usar a boca - Rupi Kaur (2014)


não é segredo pra ninguém que eu fujo de poesia. e é por isso que eu só fui me dar ao luxo de ler esse livrinho agora, tanto tempo depois de ele cair na graça das pessoas. no geral, eu gostei do livro. as poesias são fortes, as ilustrações são lindas. teve poeminha ali que em quatro linhas a menina me deixou sem saber o que falar depois, de tão fundo que bateu. mas é aquilo né... continuo não gostando de poesia. ¯\_(ツ)_/¯
(categoria 6 do desafio: ler um livro com um hype antigo ✔)


↠ O sorriso da hiena - Gustavo Ávila (2017)


favorito do mês! 
aaaa!!! essa foi minha reação em mais ou menos 90% desse livro ^^ hahaha gente, é muito legal!!!!! ler os romances policiais da agatha christie é incrível e eu recomendo sempre, mas ler esse mesmo tipo de livro escrito por um brasileiro nos anos 2000 é tão incrível quanto! :D como nem tudo são flores, eu me incomodei com algumas coisinhas. nada que atrapalhe o desenvolvimento do livro, porém como boa aluna pedante de letras eu preciso fazer esse tipo de comentário hahah por exemplo: eu tive a impressão de estar lendo uma tradução. tô começando a achar que isso é meio recorrente nos autores nacionais de hoje em dia (nos jovens, pelo menos).. se você não é chato que nem eu, pode ser que isso sequer te chame a atenção. corre pra ler que vale a pena!!!! :) 
(categoria 7 do desafio: ler um livro nacional da atualidade ✔)


↠ Os contos de Beedle, o bardo - J.K. Rowling (2007)



antes de mais nada: eu queria muito boicotar a J.K. de modo geral, porque eu não tô sabendo lidar com essa mulher fazendo tanta cagada, mas eu apenas >não consigo< desperdiçar a oportunidade de voltar pro universo harry potter sempre que eu tenho a oportunidade (porém é óbvio que não gastarei um mísero centavo apoiando a continuação de animais fantásticos no cinema, né? ^^). enfim. esse livrinho é apenas 01 amor, não tem outra palavra pra definir. minha primeira releitura do ano me deixou de coração quentinho! mas é claro que só faz sentido ler esse se você tiver lido harry potter antes (e se gostar da história, claro) hahah
(categoria 11 do desafio: ler um conto ✔)


↠ Solaris - Stanislaw Lem (1961)


esse basicamente é o livro mais lindo que eu já tive em minhas mãos, simples assim. que edição INCRÍVEL!!!!! além de ter a capa dura, que já é um charme a parte, as cores são maravilhosas, o ladinho das páginas é amarelo (minha cor preferida!), esse desenho da capa continua do lado de dentro... sabe? eu fiquei emocionada real de ler um bonitinho desses em exemplar físico <3 mas a história, gente... o que dizer desse livrinho em termos de conteúdo? bem, preciso ser sincera: eu basicamente não entendi quase na-da da parte científica, não tenho conhecimento/imaginação o suficiente pra dar conta das descrições desse livro hahaha mas a parte do terror psicológico eu curti! o final eu achei meio bosta, acho que o autor criou muita expectativa em cima do negócio e depois não deu conta de resolver o problema, daí arrumou uma solução bem meia boca... enfim. tá longe de ser um dos melhores livros de ficção científica que eu já li, mas não é de todo ruim hahah
(categoria 5 do desafio: ler um livro que era pra você ter lido em 2017 ✔) (eu tava cobiçando tanto desse livro!!!!!! mas desisti de comprar por causa do valor, não tava dando pra gastar tudo aquilo. agora consegui pegar emprestado <3)


↠ The great Gatsby - F. Scott Fitzgerald (1925)


está aberta a temporada de livros em inglês pra uma das minhas matérias da faculdade (leituras do cânone, a quem interessar possa ^^). esse livrinho é releitura, mas meu primeiro contato com a história do gatsby foi há vários anos e em português, então dá pra considerar que é quase um livro novo. acho que dessa vez eu gostei mais do que antes, mas ainda assim acho bem mais ou menos. não o livro, ou a escrita do cara, mas a história mesmo.. a parte boa é que eu li tudo em dois dias, então temos aí um ponto positivo! e não posso comentar nada sobre a adaptação pro cinema porque eu não assisti ao filme (vocês sabiam que eu basicamente só vejo filmes de animação? pois bem), mas talvez seja uma alternativa possível pra quem quer saber do que se trata.. :)

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em números, resumão do mês:

livros terminados 6 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 1 x 5 literatura estrangeira (1 da nigéria, 1 da índia, 1 da inglaterra, 1 da ucrânia e 1 dos eua)

 livros lidos no kindle 3 x 3 livros físicos

 autoras mulheres 3 x 3 autores homens

 releituras 2 x 4 livros novos


no final de março eu volto! :D