eu encontro todos os dias com as mesmas pessoas no ônibus. ninguém se fala, ninguém nem se cumprimenta, mas todo mundo se conhece - nem que seja só de vista, só de ônibus. as pessoas agem sempre da mesma forma, costumam sentar nos mesmos lugares, e por aí vai.
duas figuras especificamente andaram aguçando a minha curiosidade nesses últimos tempos: um casal de amigos. apesar de estarem sempre juntos, eles são totalmente diferentes. pelo menos aos meus olhos, como mera observadora à distância.
seguindo a premissa da rotina já citada lá em cima, todo dia ela faz tudo sempre igual. ele também. é impressionante como ela fala o tempo todo, sem pausas nem pra respirar. e ele fica quieto, de vez em nunca responde de forma monossilábica só pra dar prosseguimento ao assunto. ela sempre gesticula muito e nunca para de rir. ele, em contrapartida, às vezes acena com a cabeça e esboça, no máximo, um sorrisinho.
duas figuras especificamente andaram aguçando a minha curiosidade nesses últimos tempos: um casal de amigos. apesar de estarem sempre juntos, eles são totalmente diferentes. pelo menos aos meus olhos, como mera observadora à distância.
seguindo a premissa da rotina já citada lá em cima, todo dia ela faz tudo sempre igual. ele também. é impressionante como ela fala o tempo todo, sem pausas nem pra respirar. e ele fica quieto, de vez em nunca responde de forma monossilábica só pra dar prosseguimento ao assunto. ela sempre gesticula muito e nunca para de rir. ele, em contrapartida, às vezes acena com a cabeça e esboça, no máximo, um sorrisinho.
eu nunca sentei perto o suficiente pra escutar sobre o que eles conversam, sempre existem diversos bancos entre nós. mas ao longe, pela impressão que eles me passam por meio de seus semblantes, consigo perceber que ele não esconde seu descontentamento em relação àquela falação toda. e ela, coitada, nem percebe. será que é ingênua? talvez não. talvez ela esteja tão imersa em suas próprias palavras que nem se dá conta de que o outro nem ouvindo está.
às vezes ela só precisa de alguém ali do lado, balançando a cabeça de tempos em tempos, só pra não sair por aí falando sozinha. só pra não ser chamada de doida. e ele? às vezes só precisa de alguém ali do lado, quase que num monólogo, só pra não se sentir solitário. só pra ter uma companhia. (vai ver que ele é só muito educado pra dizer "ei, já chega, por favor".)
dois companheiros do dia a dia. dois opostos. tão distintos, tão distantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário