as pessoas entram na nossa vida com diversos propósitos, alguns bem claros, outros mais misteriosos, alguns ficam por uma eternidade, outros vão embora depois de pouquíssimo tempo... enfim, cada história é diferente, mas se a gente prestar atenção, todas elas têm sua importância. e foi pensando nisso que eu percebi o quanto uma pessoa supostamente aleatória, que não causa nenhum impacto realmente marcante no meu dia a dia, entrou na minha vida com uma missão importantíssima: me ensinar que é essencial dar uma segunda chance pros outros.
conheci esse ser humano não lembro quando, não lembro como. só sei que foi por intermédio de amigos em comum. logo de cara, achei esquisito. um jeitinho problemático, insuportável, que não me descia de forma alguma. eu olhava pra pessoa e só conseguia pensar "qual a necessidade disso, hein?", não via muita razão pra continuar ali, interagindo. era muita presunção, muito "eu sou a melhor pessoa do planeta e vocês, reles mortais, devem se curvar a mim". ou pelo menos era assim que eu enxergava...
a nossa convivência nunca foi muita, mas o número de amigos em comum só crescia - não dava pra fugir, então aceitei. aos poucos, fui vendo um outro lado. mas bem aos poucos mesmo, o processo foi bem demorado. por muito tempo, eu senti bastante antipatia. achava que aquela postura não era real, que era tudo fingimento, um personagem. depois, isso me fez pensar que se eu tinha antipatia pelo personagem, então talvez eu fosse gostar da pessoa real, aquela por baixo dos panos. e foi o que aconteceu, mesmo.
algumas situações aleatórias nos aproximaram, nós acabamos conversando sozinhos, sem ter ninguém por perto, e eu vi que o ser humano por trás daquela máscara de arrogância era uma pessoa muito legal. uma pessoa completamente diferente do que eu imaginava. uma pessoa que merecia uma segunda chance, por mais que eu sempre sinta uma certa dificuldade em fazer isso.
hoje em dia não somos próximos, inclusive estamos longe disso, mas quando a gente se encontra é sempre uma coisa boa. fiquei feliz por ter queimado a língua! toda aquela empáfia da pessoa se transformou num poço de carinho e simpatia, hoje dá pra ver nitidamente o quanto eu me enganei (mas a culpa não é só minha não, já que a carapaça grossa e arrogante realmente esteve lá durante muito tempo).
já disse pra essa pessoa cara a cara que não era muito fã dela, mas também disse cara a cara que minha opinião mudou completamente. descobrir a verdade por trás do véu foi uma surpresa e tanto! :)
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