sexta-feira, 19 de agosto de 2016

quem me dera poder escolher

é difícil sentir o estômago revirando e pegando fogo, como se houvesse ali um vulcão em erupção, só porque alguém se atrasou e te deixou esperando por pouco mais de uma hora. é difícil sentir o coração batendo descompassado, a respiração acelerada e o oxigênio quase não dando conta de encher o pulmão só porque você precisa fazer uma ligação pra alguém que não conhece. é difícil sentir vontade de vomitar de nervoso e ficar com o rosto quente e vermelho tal qual um pimentão só porque você levantou a mão durante a aula pra fazer uma pergunta pro professor. é difícil esperar pra almoçar só depois das 14h30, mesmo sentindo fome desde às 13h00, só porque dividir mesa com desconhecidos (ou semi-conhecidos) no refeitório do trabalho te deixa apavorado, então você espera até esvaziar.

pior ainda é explicar essas coisas pra quem não sente da mesma forma, quem não entende o que acontece com você, com a sua mente e com o seu corpo em situações normalmente consideradas corriqueiras e quem não faz nenhum esforço pra tentar compreender, pra tentar se colocar um tantinho no seu lugar, por cinco minutos que seja.

pior ainda é ter de falar que esse tipo de coisa é incontrolável, que não é intencional, que a crise chega quando quer chegar e que não é por opção sua, que não foi você quem quis assim.

nem eu que sou trouxa escolheria sofrer desse jeito por coisa pouca, caso houvesse a opção de ser diferente.

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