sexta-feira, 30 de maio de 2014

boyish girl

quando eu tinha uns 6 anos, eu cismei que queria ser um menino. na maioria das fotos dessa época, eu tô usando um boné do meu irmão e fazendo a pose mais masculina que eu sabia fazer - com os braços cruzados e cara de mau. meu patinete era verde. eu assistia desenhos de luta e até um de futebol.
não sei bem o motivo disso, mas vou arriscar um palpite.. talvez fosse porque ser menino era mais fácil. as mães dos meus amigos não andavam atrás deles mandando eles pentearem os cabelos. ninguém falava pros meninos sentarem de pernas fechadas porque as calcinhas deles estavam aparecendo. eles podiam se dar ao luxo de correrem e ficarem todos suados e sujos, ninguém ia reclamar. no máximo nós, meninas, sentiríamos nojo (porque convenhamos que ninguém merece sentar do lado do coleguinha todo zuado desse jeito).

hoje em dia eu ainda não sou lá das mais femininas. tô sempre de calça jeans e tênis. uso camisetas do meu namorado. só uso saia quando a ocasião é muito especial (ou quando eu sinto vontade, dá licença?). juro que houve uma época, há uns anos, em que eu tinha medo de sair na rua e ser confundida com um menino por não ter o corpo cheio das curvas e não estar usando roupa rosa e com glitter, por exemplo. 

digamos que atualmente eu mantenha toda a minha feminilidade "à mostra" nos meus esmaltes lindíssimos e nos batons coloridos que eu (dificilmente) uso. e isso já é bem mais do que o suficiente pra eu ser uma menininha toda meiga e princesa quando eu quero ser, tá? :)

terça-feira, 27 de maio de 2014

uma a menos no jardim

o eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar. de repente, sem querer, ele acabou percebendo o tamanho da burrada que havia feito. então o desespero foi crescendo dentro dele e a única reação possível pro eduardo naquele momento era continuar embaixo das cobertas, fechar os olhos novamente e tentar acreditar que tudo não passava de um pesadelo muitíssimo parecido com a realidade.
o problema é que aquilo era real. todos os pensamentos amedrontados e os sentimentos agitados do eduardo estavam cada vez maiores por causa de algo que de fato havia ocorrido. criando um fiozinho de coragem, ele levantou da cama e foi caminhando lentamente até a sala de sua casa. ao olhar pro lado direito, próximo à janela, seu mundo caiu. essa foi a confirmação de que ele estava realmente perdido e sozinho a partir daquele momento. 

eduardo esqueceu de regar a sua flor, porque acreditava cuidar dela bem o suficiente. sua inocência (ou falta de carinho?) fez com que ele fosse negligente em relação ao que ele amava. quando ele se deu conta, sua margarida havia murchado e morrido. a flor tinha deixado ele pra trás, pra sempre. ela, que antes era cheirosa e cheia de cor, estava agora sem vida nenhuma. 
pra quem olha de fora, isso pode não ser nada demais, pode ser uma coisa boba e corriqueira. mas o que acontece é que o eduardo não sabia viver sem a sua margarida. e nem ele tinha se dado conta disso antes.

boa sorte, eduardo. espero que um dia você saia dessa. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

gosto mais dos meus livros do que de você

eu acho que posso dizer a frase acima pra praticamente todas as pessoas do mundo, com exceção de umas cinco, no máximo. e por "meus livros" eu não falo apenas dos que eu possuo na estante do meu quarto, mas de todos aqueles que eu já li e gostei, sendo meus de fato ou não.

literatura é uma coisa louca. e eu não sei nem explicar direito o que eu quero dizer com isso. só sei que se todo mundo compartilhasse comigo esse amor pelos livros (e pelas histórias contidas neles), seria todo mundo muito mais feliz!
não entendo gente que não gosta de ler. acredito que quem diz isso é porque nunca encontrou um livro pra chamar de seu, um livro que te prende e te transporta pra outro lugar - no caso, pra dentro dele. quando isso acontece, é impossível você não sentir vontade de sair lendo mais outros milhares pra tentar passar por essa sensação de novo. se a história que você tá lendo é envolvente de verdade, quando você menos perceber o mundo real "se apaga" e você para de prestar atenção no que tá ao seu redor. você só consegue focar no livro. seus personagens, sua trama, sua narrativa. e você não consegue mais parar de ler. fica ansioso pra chegar no final, pra saber o que acontece, pra tirar todas as suas dúvidas a respeito da história. mas também não quer continuar, porque sabe que uma hora aquilo vai acabar. e você gosta tanto que não quer que acabe...

minha lista de livros para ler é imensa. e ela tá sempre aumentando, porque eu nunca paro de acrescentar livros nela. só que como eu sou uma pessoa esquisita, em vez de eu dar um jeito de lê-los logo, eu prefiro reler aqueles que eu já conheço e gosto. às vezes me bate uma saudade tão grande de certas histórias e de certas personagens que eu não resisto! ainda mais que a minha memória é ruim e, sendo assim, em pouco tempo eu já esqueço da maioria das coisas que se passam no livro. então quando eu releio é sempre como se eu estivesse lendo pela primeira vez. passo pelas mesmas emoções, alegrias e tristezas novamente. choro, comemoro e me irrito como se eu não soubesse que aquelas coisas iriam acontecer. olha, é uma coisa linda.

eu não troco meus livros por nada. mesmo nas épocas em que eu não estou no clima pra leitura (porque eu sou uma pessoa normal e isso acontece com todo mundo, tá?), eu me conforto só de saber que eles estão ali ao meu alcance, me esperando, querendo que eu os abra e os leia sem parar.
aliás, deixa eu terminar esse texto logo que o meu livro tá aberto aqui do meu lado e a minha personagem preferida tá clamando por atenção. <3  

terça-feira, 20 de maio de 2014

viva a arte

"minha
poesia é
o que eu
sempre
quis ser:
forte"

tava andando pela faculdade hoje e vi um cartaz colado na parede, com essa poesia aí de cima. o cartaz tá divulgando o lançamento de uma revista etc, nem sei direito do que se trata. mas fiquei pensando nisso o dia inteiro. desde às 7h20, que foi quando eu vi, até agora, que sentei aqui pra escrever alguma coisa com o objetivo de tirar esse cartaz da cabeça...

eu gostei demais disso que eu li. fiquei sorrindo sozinha enquanto repetia essas palavras mentalmente. digamos que eu tenha me identificado em partes. porque o que eu mais quero (e sempre quis) é ser forte, mas minha poesia é uma droga. e nem tenho muita pretensão de um dia ser boa, porque no fundo me falta o dom da coisa. tô mais pra prosa e tal. ^^ mas enfim
o que importa é que a poesia boa - e forte! - dos outros me inspira e me leva pra frente. me impulsiona e me fortalece. me ajuda a acalmar o peito. ou a deixar tudo ainda mais turbulento, vai saber. em todo o caso, agradeço aos poetas e aos artistas no geral. lembremos sempre que: "the earth without art is just eh" :)

sábado, 10 de maio de 2014

bicho preguiça

pela primeira vez na vida, tô saindo de casa às 6 da manhã e chegando às 7 da noite. por mais que meu corpo esteja habituado a acordar às 5h20 durante a semana, ele não está gostando nadinha dessa história de passar mais de 12 horas na rua. aí quando são 9 da noite eu já tô capotando de sono, não consigo nem raciocinar direito.

chego em casa, tomo banho, janto e desmaio na cama. que vontade de me enfiar embaixo das cobertas e não levantar dali nunca mais! ;~ nessas horas eu invejo esses bichos que hibernam. imagina que benção você se entupir de comida, ficar bem gordinho e quentinho e depois dormir por tipo 1 mês? ai, se eu pudesse...

eu tinha vários textos pra ler pra faculdade, mas devido ao meu soninho absurdo, fui empurrando tudo pro final de semana. agora tô aqui chorando por ter várias coisas pra fazer e estar com 0 vontade de realmente fazê-las :| se alguém se dispuser a ler um livro sobre a formação da língua portuguesa e depois me entregar um resumo, capítulo por capítulo, eu agradeço muito e pago com abraços e chocolates! ^^




ps: esse blog tá com praticamente 1000 visualizações. o número é besta, não vai mudar nadinha, mas eu fiquei tão feliz! YAY!! :') hahahaha

terça-feira, 6 de maio de 2014

as vantagens de se fazer o que gosta

como todo estudante do ensino médio, minha maior vontade era sair logo da escola e entrar na faculdade pra estudar só as matérias que eu havia, de certa forma, escolhido. em algum momento do colegial (final do segundo/começo do terceiro ano, talvez), eu decidi por qual caminho ia seguir. coloquei na cabeça o curso, a futura profissão e falei "letras, here i go" :)
aí chegou a fase pré vestibular, eu tive que estudar todas as matérias e fiquei louca. tudo bem que eu praticamente deixei física e matemática de lado (porque convenhamos que eu não sou obrigada), mas nesses meus estudos eu peguei gosto pela biologia e pela geografia e acabei por estudar mais em 3 meses do que em 3 anos (¯\_(ツ)_/¯). e eu sempre dei mais atenção pra química do que pra todas as outras matérias (com exceção de português e inglês), porque química é amor. então digamos que eu estivesse estudando muito, mas só as partes que me interessavam. e mesmo sabendo que isso provavelmente não seria o suficiente e tentando dar o meu melhor pra estudar além, eu não conseguia. focava no que me agradava e fim.
faltando 2 semanas pra segunda fase do vestibular, eu tive uma crise existencial do tamanho do universo e entrei em desespero. por algum motivo eu comecei a achar que tinha escolhido o curso errado e isso me fazia chorar que nem uma maluca... pensei em desistir, pedi ajuda pra mamãe e pros amigos que tavam passando pelo stress junto comigo e eles me ajudaram a me acalmar. eu enxerguei que na verdade eu tava é com medo de não passar, o coitado do curso nada tinha a ver com isso. mas, lá no fundinho, eu tava questionando de verdade se ele era ou não o certo pra mim.

fiz as três provas, fiquei confiante, esperei uma eternidade e descobri que tinha passado. entrei no curso empolgada, porque afinal de contas era o que eu tinha escolhido, na faculdade  ~dos sonhos~, pra estudar o que eu sempre gostei.
aíiii descobri que o curso talvez não fosse me agradar tanto assim. tava chato, tava massante, tava me irritando. passei 1 mês achando tudo uma bela porcaria e me agarrando à esperança de ver tudo mudar mais pra frente, já que os veteranos juravam de pés juntos que, apesar de sempre rolar uma vontade de desistir (pois é), o curso melhora e muito depois de um tempo.
e graças ao cosmos esse tempo chegou e já tá tudo tão melhor e tão mais lindo!!! as aulas ainda são meio confusas, alguns professores não colaboram tanto, alguns colegas de classe colaboram menos ainda. mas sentar pra estudar nunca foi tão prazeroso nessa vida! pego meus milhares de textos, as anotações, os resumos.. e passo horas lendo, relendo, escrevendo, reescrevendo. analisando, refletindo, sobrecodificando o material. eu conheço as matérias, eu entendo as matérias, eu SEI as matérias. e tô felizona por isso! :)

a letras é cheia de gente pedante, cheia de gente bancando o revolucionário, cheia de gente maluca. mas também é cheeeia de amor. e, mesmo com a parte um pouquinho desagradável, eu tô gostando muito mesmo de ser uma das (quase) 5000 pessoas que estudam naquele prédio. gostando a ponto de me animar quando o professor marca aulas extras e eu tenho que ir pra faculdade em um dia que normalmente não tem aula nenhuma. tomara que isso continue até o fim da graduação (que vai ser só em 2018. isso se tudo der certo e eu me formar no tempo certo. PQP).

segunda-feira, 5 de maio de 2014

love always corrects the chaos

eu tava cansada, ansiosa, nervosa, com medo. mil coisas pra estudar, provas pra fazer, responsabilidades nas minhas costas. e eu não sabia se daria conta de tudo, não sabia se conseguiria fazer tudo dar certo. como dizem por aí, eu tava virada do avesso. chorando sozinha sem motivo, sem paciência pra nada e querendo sumir do mundo.
aí foi só olhar pra ele, escutar a voz dele, sentir o cheirinho dele, ganhar um beijo... e meu coração se acalmou no mesmo instante. fiquei calma, tranquila e feliz. porque ele tava comigo e, sendo assim, eu não tinha mais o menor motivo pra me preocupar. ganhei abraço, ganhei carinho, ganhei cócegas. também ganhei chocolate e a gente planejou o futuro. e nós rimos antecipadamente de tão legais que foram os nossos planos.

quando o amor é de verdade, ele conserta tudo. ainda bem que o nosso é a parte mais bonita da minha vida. ainda bem também que eu roubei a camisa dele, assim posso imaginá-lo mais perto de mim sempre que eu sentir saudades. aliás, estou vestida com ela agora mesmo.. :') 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

don't carry the world upon your sholder

eu costumava me culpar por tudo. qualquer coisa ruim que acontecesse era, de certa forma, culpa minha. até que um dia eu percebi que: nossa senhora, como eu sou egocêntrica. eu sou 1 só e nem tenho tanta importância assim no mundo, por que raios eu seria responsável por todas as coisas? 
desde que eu me toquei do tamanho da minha insignificância (não acho que isso seja uma coisa ruim, aliás), eu parei de me martirizar por tudo. assumo a culpa quando realmente a tenho, mas quando ela não é minha, o problema também não é. 
tô parando de me preocupar com tudo antes da hora, parando de fazer tempestade em todos os copos d'água que eu encontro pelo caminho, parando de querer tomar as rédeas de todas as situações. a vida tá ficando tão mais leve e mais bonita! :)

cada um tem sua parcela de responsabilidade sobre as coisas que o cercam, cada um tem que fazer a sua parte. não quero mais ter que assumir a minha e a dos outros. não quero mais ser a única que leva tudo a sério enquanto ninguém mais dá importância pro que tá me corroendo por dentro. chega. 


"pare de se preocupar com coisas que você não pode controlar"

quinta-feira, 1 de maio de 2014

o mito da caverna de hoje em dia

estamos em 2014 e platão ainda é atual. como que pode uma coisa dessa? enfim.

sai ano, entra ano e eu ainda não consigo acreditar o quanto a nossa sociedade é individualista. e cega. claro que não 100% da população, mas um número assustadoramente grande dela com certeza é sim. 

todo mundo preso e acorrentado na caverna, de costas pra "saída", vendo as sombras projetadas na parede e acreditando piamente que aquela seja a verdade absoluta das coisas, já que se trata de sua própria realidade. sem sequer pensar que aquilo que se vê, pode não ser exatamente aquilo que é. e, de fato, não são a mesma coisa. o nosso ponto de vista dificilmente vai retratar o panorama geral e, como consequência, a gente dificilmente enxerga o todo. vemos o que nos é conveniente, o que está escancarado na nossa cara, o que nos diz respeito. e só.
no mito, um dos prisioneiros se liberta e sai da caverna. pra ele isso não é fácil, já que precisa acostumar sua visão - e sua mente - à claridade, às formas, aos objetos e, principalmente, ao sol (que simboliza a verdade verdadeira, digamos assim). aos poucos ele consegue se adaptar e passa a entender que a sua realidade de antes era falsa. 
seria lindo se as pessoas conseguissem se soltar das suas amarras, sejam elas morais, religiosas, preconceituosas ou o que for, e conseguissem perceber o quanto a coisa é maior, mais ampla. o quanto o mundo difere daquilo que elas acreditam ser verdade. o problema é que se você consegue sair da caverna e depois tenta mostrar aos ainda prisioneiros que eles estão errados e com a visão limitada, você é ridicularizado. te julgam louco, te julgam rebelde, querem te calar de qualquer forma.
mas, apesar disso, o esforço não será em vão. saia da caverna, enxergue a perspectiva total da verdadeira realidade, tente esclarecer a mente dos que não conseguem vê-la e não desista quando tentarem te parar. se agarre na possibilidade de ajudar pelo menos uma única pessoa a se ver livre das correntes. aos poucos, com persistência e fé na vida, as coisas melhoram. se cada um conseguir libertar pelo menos uma outra pessoa de dentro da caverna, quem sabe algum dia a sociedade não se torne menos egoísta, hipócrita e limitada? a esperança é a última que pode morrer num caso desses...