quarta-feira, 25 de maio de 2016

"menina, será que você tá caxumbenta?"

domingo, quase 1 da manhã, euzinha deitada na cama com o boy:

- amor, você tá ouvindo esse barulho?
- hm, não...
- é tipo um apito, sei lá. deve ser o barulho do seu computador, do modem, algo assim...
- nossa, será que você tá ouvindo a estática dos aparelhos?? eu num tô ouvindo nada. quer desligar? 
- não, num precisa. pronto, virei do outro lado e parei de ouvir, vai saber...


segunda, entre 9 e 10 da noite, euzinha em casa conversando normalmente com a minha mãe:

- eita, meu ouvido tá coçando muito, que esquisito!!!

- nossa mãe, sabe aquela afta na minha boca? então, a bochecha, do lado de fora, tá super dolorida no mesmo lugar. que estranho...


terça, 8 e pouco da manhã, euzinha em casa entrando no quarto da minha mãe um pouco desesperada:

- mãe, lembra que ontem tava tudo dolorido? então, agora tô meio assustada, tem uma bola dura aqui no meu pescoço?????
- nossa filha, deixa eu ver! (...) ah, será que num é algum tipo de reação alérgica, por causa da rinite? pode ser, né...
- eita, será? tá tudo duro, minha cara tá meio travada, num sei???
- mas tá doendo?
- depende, dói quando eu faço alguns movimentos, sei lá, tá horrível!!!!
- de noite a gente vai pro pronto socorro se não melhorar, mas num deve ser nada, fica tranquila...


terça, durante a tarde: 

fui pro trabalho normalmente, mas senti muita dificuldade e dorrrr pra mastigar. em alguns momentos do dia, meu rosto tava tão travado que eu mal conseguia mexer o pescoço. em outros, tava bem de boinha, com um incomodo tão mínimo que eu até esquecia do alien atrás da minha orelha.


terça, 8 horas da noite: 

fui pro pronto socorro com meu pai. chegamos lá, pegamos a senha, esperamos infinitos minutos (uns 30, 40) até me chamarem pra fazer a triagem, passei pela recepção, esperei mais um pouco e logo fui chamada pra sala da médica. já tinha ouvido a possibilidade algumas vezes durante o dia, mas só na hora que ela colocou a mão no meu inchaço e disse "menina, será que você tá caxumbenta?" é que me bateu aquele desesperinho. GARGALHEI. e a médica "que isso, dona moça, tá rindo do que? caxumba é normal, cê vai ficar parecendo o kiko por alguns dias mas tá tudo tranquilo!" hahaha gente, que médica fofa! <3 ela me mandou pra outro andar no hospital, pra fazer um ultrassom e confirmar a caxumbinha. a médica era tão rainha que agilizou meu processo, me fez pular umas etapas burocráticas, enfim.. cheguei no pronto socorro 20h30, 22h30 estava eu com a confirmação da médica. 5 dias de anti-inflamatório, DEZ DIAS DE REPOUSO, evitar lugares fechados, evitar contato com grávidas e bebês, beber 2734 litros de água por minuto. e é isso. nada d+, tirando o inconveniente de estar trancada em casa, perder o feriado e NÃO PODER BEIJAR MEU NAMORADO, pra não passar doencinha pra ele (tô sem palavras pra esse último item). 

agora tenho muito tempo pra ler infinitos livros, escrever posts pro blog (será? hehe), ver séries, filmes, fazer meus trabalhos da faculdade... ninguém gosta de ficar doente, eu muito menos, mas melhor ter caxumba tomando remédio pra controlar a dor do que qualquer outra coisa mais pesada, né? mamãe me disse pra encarar pelo lado bom, aí ajuda a passar mais rápido. :)


só pra finalizar, três fun facts que eu acho importante registrar:

#1: fujo de hospital como ~o diabo foge da cruz~, mas é a segunda vez em tipo 5 meses que eu vou até esse pronto socorro e passo pela mesma área de radiologia com os mesmos atendentes (vocês lembram da famigerada crise de enxaqueca? pois é, eu lembro bem).

#2: a moça da triagem tá ali basicamente pra perguntar o motivo do paciente ter ido até o pronto socorro e tirar a pressão da pessoa, certo? pois ela tirou minha pressão 3x e o resultado deu alterado em todas. minha pressão costuma ser até um pouco baixa, fiquei assustada com o resultado super alto que tava dando. eis que a médica tirou de novo antes de eu ir embora e deu 100% ideal. quando ela descobriu que a primeira moça tirou minha pressão enquanto eu estava usando um total de 3 blusas de frio (hehe), falou "aaaah mas tá explicado, né... num era nada com você não, a moça que não soube fazer as coisas direito!". ou seja: miga da triagem, cê merece aquela estrelinha de "i dont even think you tried at all"...

#3: no dia da enxaqueca, enquanto eu tomava remédio na veia pra passar a dor, tinha um moço na minha frente com suspeita de dengue, tomando soro e vomitando até não poder mais. eis que revi esse mesmo cara enquanto esperava pra ser atendida pela médica ontem. qual a chance??? :)

terça-feira, 17 de maio de 2016

felix felicis

às vezes eu acho que você tem gosto de café quentinho numa manhã fria, que me abraça por dentro e me dá a coragem necessária pra encarar aquele dia de frente. mas há momentos em que você também tem gosto de tequila (com limão e sal, claro), e desce quente, rasgando, num gole único e impactante; capaz de deixar as minhas pernas bambas, até. pensando bem, na maior parte do tempo você tem gosto de suco de morango, mesmo - docinho na medida certa, ideal pra mim.

quando estamos juntos eu sinto uma mistura louca de sensações, todas intensas e sobrepostas. mas quando você vai embora, eu sempre fico querendo mais. não me contento nunca. independente do sabor, eu não quero parar de beber. essa sede nunca morre.

minha vontade é de te engolir e te deixar guardado dentro de mim, protegido de tudo. mas sejamos sinceros: quem me protege das coisas ruins é você, aquele que me passa confiança até nos momentos mais absurdos. se eu segurar a sua mão, tá tudo bem. mesmo que eu morra de medo, ou que eu pense que não consigo, com você eu vou. bebo de olhos fechados (pode ser que eu dê uma espiadinha, mas bebo ainda assim).

obrigada.

fonte

quinta-feira, 12 de maio de 2016

não era amor, era cilada

tô me sentindo tão incomodada com essa história que não sei nem por onde começar... fazia muito tempo que eu não vinha aqui falar mal da faculdade, né? mas essa semana aconteceu uma coisinha que, sinceramente, não deu pra deixar passar batido:

uma das minhas matérias nesse semestre se chama introdução aos estudos tradutológicos (ou algo assim) que é, basicamente, aula sobre teorias da tradução. essa é uma das minhas áreas de interesse, é o que eu quero fazer de verdade em algum ponto da vida. ou seja: legal pra caramba, né? e é uma matéria optativa que todo mundo quer cursar, é super concorrida e tal.

enfim... a professora passou um trabalho em grupo pra turma. a gente tinha que se reunir em grupos de 8 (!) pessoas e podíamos escolher qualquer tema que tivesse a ver com o que ela tinha trabalhado no curso (que é a mesma coisa que dizer "escolham absolutamente qualquer tema que envolva tradução" heh) e iríamos apresentar dentro de 2 semanas. sem precisar debater muito, meu grupo optou por fazer um trabalho sobre a tradução de harry potter pro português brasileiro (mais especificamente sobre a neutralização do sotaque do hagrid, caso alguém se interesse em saber :D).

deixar esse trabalho pronto foi um desespero, porque a gente obviamente só resolveu as coisas no último dia e só decidiu as falas de cada uma no próprio dia da apresentação hahah mas nada se compara ao nervoso que eu passei por causa da professora - e da falta de organização da moça.

pra começo de conversa, a sala tinha uns 10 grupos mais ou menos (aham, tem aluno pra cacete nessa matéria) e a aula dura 1h40. pois bem. chegamos na sala de aula às 8 da manhã e a professora, já um tantinho descompensada por causa do imprevisto, disse que precisaríamos mudar de sala. PORÉM a sala pra onde a gente foi cabia um total de, sei lá, 30 pessoas. então a ideia da bonita foi: entra uns 3 grupos por vez, eles apresentam e a gente vai revezando até todo mundo apresentar. e os outros cinquenta alunos ficariam esperando no corredor, digassi de passagi.

como eu disse, a aula começa às 8h e, tendo 1h40 de duração, acaba 9h40. daí que bateu esse horário e: tinham grupos apresentando dentro da sala e mais 4 grupos ainda esperando a sua vez - e é óbvio que o meu grupo era um deles. a segunda aula começa às 10h, então foi começando a bater aquela famigerada crise de ansiedade em todo mundo, porque ninguém sabia o que a professora ia fazer. se ia simplesmente pegar nosso trabalho impresso e esquecer a apresentação, se ia cancelar tudo, se ia inventar outra coisa etc etc (só um adendo: "apresentar na próxima aula" não era uma possibilidade por motivos de greve na universidade que seria instaurada mais adiante naquela mesma semana).

a professora já não tava conseguindo lidar muito bem com a situação né, aí aconteceu uma coisinha que, ao meu ver, piorou tudo: outra professora, que dá aula naquela classe às 10h, abriu a porta e falou pros alunos dela, que estavam todos no corredor também, entrarem. eles ficaram meio tímidos, porque minha professora estava lá dentro e tudo mais, mas a outra disse "a aula dela já acabou há 20 minutos, agora quem fica aqui somos nós, não tenho nada a ver com isso"... hahahaha

eis que a minha professora, surtadinha, disse que quem não tinha apresentado ainda (4 grupos!) tinha que fazer isso no segundo horário. vejam bem, a aula dela já tinha acabado há 20 minutos e todo mundo ali tinha outra aula no segundo horário (ela, inclusive, tinha outro curso pra ministrar). daí umas meninas desesperadas falaram que era impossível, porque tinham prova pra fazer. e a professora, sensata que só ela, disse "então apresenta 12h, quando acabar a aula". uma das moças quase desmaiou, porque tinha que sair correndo da aula pra não chegar atrasada no trabalho. e a professora, ofendidíssima porque ninguém podia fazer o que ela queria (risos), gritou com a minha colega de grupo, que não tinha prova, mas precisava entrar na aula do segundo horário pra entregar um trabalho. "mas por acaso você tem prova agora? porque entregar trabalho não dá nem 10 minutos", disse a professora no alto de toda a sua descompostura.

no fim das contas, com todas as pessoas dos grupos irritadas, nervosas, ansiosas e querendo morrer um pouquinho, apresentamos nosso trabalho às 10h40. em outra sala, que cabia um total de 10 pessoas. (lembrando que a aula dela é das 8h às 09h40, numa sala que comporta 80 alunos.)

eu tirei duas lições desse ocorrido: 1) o professor da letras usp sempre vai achar que a matéria dele é a mais importante do universo e vai ser egoísta até o último fio de cabelo, você que se vire 2) cursar essa matéria com essa professora, que era super promissora, foi o maior erro do meu semestre (e olha que tô cursando cultura e pensamento da índia antiga I e a coisa tá mal, hein!)...

mas só pra não dizer que não teve nada de positivo nessa história toda, nossa apresentação foi ótima e os intercambistas chineses falando sobre ditados populares na apresentação deles foi a coisa mais fofinha que eu vi nos últimos tempos :)

sexta-feira, 6 de maio de 2016

para além da minha compreensão

forfun já diria que “o tempo é uma coisa relativa" e que "se hoje fosse ontem, amanhã seria hoje” e por mais que seja uma ideia banal e que esse conhecimento se faça presente naturalmente na vida da gente, tem horas que a realidade bate mais forte na nossa cara em relação a isso...

a relatividade do tempo é bizarra! meu maior exemplo atualmente é esse semestre super esquisito na faculdade. minhas aulas começaram no finalzinho de janeiro, acabamos de entrar em maio e eu ainda não decidi se parece que o semestre acabou de começar ou se parece que ele não tem mais fim. até semana retrasada, talvez, não tinha nada acontecendo nas minhas matérias. nem um trabalho, nem uma provinha, na-da. de repente, num piscar de olhos, tudo se acumulou e as datas de entrega de todas as atividades possíveis coincidiram na mesma semana. o desespero bateu tão forte enquanto eu tentava dar conta das coisas da faculdade durante o trabalho que eu só conseguia rir, pra evitar de desatar a chorar.

já estamos nos aproximando do final do semestre (ou não, por conta da greve na universidade, mas isso é assunto pra outro momento), mas eu ainda não me sinto totalmente preparada pra ele. é como se ainda estivéssemos naquelas primeiras semanas da volta, meio que um período de adaptação, sabe? quando você acaba de voltar de férias e seu cérebro ainda não entendeu que tá na hora de operar direitinho e tal. parece que eu vim empurrado com a barriga esse tempo todo... isso porque, como eu disse, parece que as aulas acabaram de começar.

é aquela velha história dos dias que se arrastam, mas que compõem uma semana que passa voando. bizarro.