segunda-feira, 27 de julho de 2015

parafraseando clarice

se não fossem as minhas paredes e gavetas cheias de memórias
ou aquela história que faz quase três anos
se não fossem as neuras
não seria eu

se não desse errado no começo
mas, depois de bastante desespero, muito certo no final
não seria eu

se o fato é que eu sou muito do seu desagrado
não quero ser chata, mas vou ser honesta
eu não estou nem aí se você tem algo contra mim

você pode tentar por horas me deixar culpada
mas vai dar errado
já que eu me sinto assim o tempo inteiro
e, às vezes, ainda culpo você também

se não fossem os suspiros
e não fosse a dor
e essa mania insuportável de lembrar de tudo feito um gravador

se não fosse deus
comigo o tempo inteiro
se não fosse o mickey e as quintas feiras e as girafinhas
e a sacada do apartamento onde eu moro
se não fosse a fome e o pôr-do-sol
se não fossem os livros  e as histórias que eu invento
não seria eu


sexta-feira, 24 de julho de 2015

vinte e quatro do sete de dois mil e quinze

o dia começou ótimo. 
meu namorado dormiu em casa, ficamos abraçados a noite toda. acordamos juntos, dormimos juntos mais um pouquinho, até que finalmente levantamos juntos de verdade. enquanto ele se trocava, fiz lanche pra ele comer e peguei sucrilhos com iogurte pra mim. tomamos café juntos. ele terminou de se arrumar pra ir pro trabalho, eu continuei de pijama. ele me deu beijos de tchau e eu fiquei na janela, suspirando de felicidade, enquanto via ele se afastar de bicicleta. 

então piorou muito.
tive de ir até a faculdade pra finalmente entregar o bendito trabalho de recuperação (fim da saga! será?). saí de casa, fiquei um tempão esperando o ônibus, depois fiquei um tempão esperando o outro ônibus. e aí, quando eu peguei meu livro pra continuar a leitura do dia, sentou um cara do meu lado. assim, eu gosto muito quando não senta ninguém no outro banco, porque as pessoas meio que não sabem se comportar muito bem no transporte público. e com esse cara não foi diferente. pra começar que tinha um total de 19 bancos vazios, ele escolheu logo aquele. mas enfim, acontece, né? segui em frente. até que eu percebi que ele, como todo homem sem noção, tava ocupando muito mais espaço do que deveria e, enquanto abria aquelas pernas de um jeito desnecessário, a boboca aqui tava esmagada no cantinho. pois fiz questão de me largar toda no banco e ocupar o maior espaço possível, pro senhor largar mão de ser trouxa. sem contar a quantidade de vezes que a mão dele encostou no meu braço sem necessidade. pode ser que vocês não liguem, mas eu me incomodo pra cacete. eis que depois de uns bons trinta minutos de viagem, eu desci do ônibus. por algum motivo desconhecido, hoje eu resolvi descer um ponto antes e andar mais. tava sol, o dia tava gostoso, achei que a ideia era boa. porém sendo menina e andando sozinha, essa ideia infelizmente não é boa jamais. óbvio que morri de pavor quando o cara que tava andando atrás de mim se aproximou. óbvio que quase desmaiei quando ele começou a falar um monte de coisa esquisita. óbvio que apertei o passo pra chegar o mais rápido possível num lugar mais movimentado. (vejam bem, só tinha eu e ele ali. novamente, vejam bem, rolou uma tentativa de estupro exatamente nesse local uns tempos atrás. quando eu lembrei disso, foi aí que eu me apavorei.)

e aí continuou ruim, até que melhorou.
eu fiquei na faculdade um tempão, esperando uma amiga chegar. não sei se foi o calor, ou o stress de momentos antes, mas minha cabeça começou a doer num nível hard. pensei que pudesse ser fome, comprei comida, comi. a dor de cabeça piorou, a fome aumentou. a amiga nunca chegava, a coluna doía de ficar sentada num banco desconfortável. aí a miga chegou. ficamos lá um pouco, entreguei o trabalho e voltei pra casinha. imaginem vocês que até o cobrador do meu ônibus ficou indignado quando eu contei que tinha ido entregar um trabalho, que eu não tava na faculdade só a passeio como ele havia sugerido (esse cobrador, gente. melhor pessoa, fofíssimo!). e a viagem de volta pra casa foi rapidinha, em uma horinha eu já tava dentro do conforto do meu lar.

depois ficou normal, como sempre é. 
cheguei em casa, cozinhei, comi, assisti séries (house, law & order: svu e ncis, caso alguém esteja se perguntando), lavei uma quantidade assustadoramente grande de louça, vi uns vídeos assustadoramente legais no youtube (japonesas fazendo comidinhas em miniatura a partir de pózinhos, água e bala, caso alguém esteja se perguntando), senti bastante sono, comi mais um pouquinho...

o ponto alto do dia.
hoje eu li mais de 100 páginas daquele tal livro citado lá em cima. creio que eu tenha alcançado a metade dele. aliás, comecei hoje mesmo, dentro do primeiro ônibus. não tô amando de paixão, mas a leitura deslanchou. provavelmente eu voltarei aqui pra falar dele assim que eu acabar. (ou não, também. não prometo nada.) 

em outras épocas.
nesse dia, eu estaria fazendo demonstrações públicas de afeto em redes sociais. estaria mandando felicitações enormes pelo aniversário de um amigo bem antigo. melhor amigo na época, inclusive. hoje nem "parabéns, felicidades" eu mando mais. não faz sentido, sabe? não tem mais nada a ver. continuo querendo que seja feliz, não só hoje como em todo e qualquer dia da vida. mas meu post ali no mural do menino seria só mais um, não muda nada eu ter mandado ou não. aí nem me dei ao trabalho. sorry, jhonys. caso você veja isso aqui algum dia: parabéns, felicidades!


e agora vocês me perguntam: por que raios eu escolhi falar justo desse dia, sem nada de legal ou engraçado ou incrível ou etc? i have no idea. beijos.

terça-feira, 21 de julho de 2015

universo paralelo

eles estavam juntos, como de costume. eles sempre estão juntos, mesmo longe. ainda que estejam há quilômetros de distância, nunca estão totalmente separados. um está sempre ali, dentro do outro. mas dessa vez foi diferente. dessa vez eles estavam perto de verdade, bem pertinho mesmo. talvez perto demais. 

tão perto que suas mentes se misturaram e, sem nenhum tipo de aviso prévio, eles se tornaram um só. ainda em dois corpos separados, mas unidos pelo pensamento. de um jeito muito esquisito e, mais ainda, inesperado. não que isso não fosse bom; era ótimo. mas você não espera que sua mente seja compartilhada com a de outro alguém, espera? de repente, palavras já não se faziam mais necessárias. um olhava pro outro, olhos nos olhos, e as mensagens simplesmente eram trocadas. sem ninguém falar, sem ninguém explicar. eles se entendiam. o que um sentia, o outro sentia também. o medo de um era também o medo do outro. como aquilo poderia ter acontecido? como seus corpos poderiam tremer na mesma frequência? como suas respirações, sempre tão descompassadas, poderiam ter sincronizado de repente? 

era incrível. assustador, claro, mas incrível ainda assim. como é de se esperar, na hora, foi muito mais assustador do que incrível. e aí, num piscar de olhos, tudo passou (eles acreditam que ainda há resquícios, na verdade). se bem que sua percepção do tempo talvez estivesse debilitada. eles tiveram a impressão de que esse tal momento durou diversas horas, porque o tempo não passava. mas pode ser que a mágica tenha durado em torno de cinco minutos, no máximo. o importante é que, apesar de toda a confusão, eles estavam juntos. tão juntos que se tornaram um só. tão juntos que só ele ali, na frente dela, e ela ali, na frente dele, era mais do que suficiente. tão juntos que eles só sentiram cada vez mais certezas. 

ouvi dizer que existe por aí uma tal segunda dimensão, em que as coisas são um tantinho diferente do que nós estamos acostumados. também ouvi dizer que, às vezes, ela se mistura com essa aqui. e também, às vezes, parece até que são a mesma coisa. talvez sejam mesmo, vai saber.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

aos bons e velhos

"Carta prx(s) melhor(es) amigx(s): HORA DE ABRIR O CORAÇÃO PRO MIGO. Sabe todas aquelas coisas que você sempre quis dizer pra sua melhor amiga ou até mesmo pra um grupo específico de amigos que você tem há um tempão? No mês do amigo, a gente desafia você a compartilhar a melhor história, o melhor causo ou simplesmente fazer o migo chorar emocionadíssimo. Tá liberado tudo, até nude!!!1!!1"


oi, gente. como vocês tão? faz tempo, né? confesso que é até esquisito ter de perguntar, já que antigamente a gente simplesmente saberia de uma coisa dessa. há uns anos, não faria sentido um perguntar ao outro se tava tudo bem. a gente passava tanto tempo juntos, vivia tanta coisa sempre um ao lado do outro... o mínimo que a gente sabia era como o outro estava. normalmente feliz, todo mundo rindo e brincando o tempo inteiro. mas se alguém não estivesse bem, a gente percebia. talvez não todo mundo, mas pelo menos um sempre conseguia saber quando o outro não tava em um dos seus melhores dias.

pena que as coisas deram tão errado assim entre todo mundo. ainda é ruim olhar pra trás e me dar conta das reviravoltas na nossa amizade. já não é mais triste, porque passou muito tempo e a gente se adapta a esse tipo de coisa. no começo machuca, mas depois sempre passa. mas ainda é irritante pensar nas causas disso. sério, gente. foi cada atitude mesquinha e egoísta de quem não consegue se colocar no lugar do outro! não acho que exista um culpado, várias coisas levaram a isso. mas o orgulho e a falta de humildade pra resolver os problemas depois, olha... eu esperava mais. de todos nós. o tempo foi passando, os ânimos se amenizaram, as pessoas mudaram bastante. mas nunca houve sequer um "ei, desculpa por tal coisa. não quis te magoar. agi sem pensar e estraguei tudo. desculpa de novo". eu não me envolvi diretamente em briga nenhuma, mas se até eu senti falta de uma resolução, imagina quem realmente saiu machucado dessa história toda? 

mas deixando as coisas ruins de lado, quero que vocês saibam que meus anos de colégio foram incríveis graças a vocês. o colegial foi maravilhoso, ainda que tenha sido péssimo. a quantidade de histórias ridiculamente engraçadas que eu tenho pra contar e que envolvem vocês, é imensa! e é isso o que eu gosto de ter sempre em mente. não vale a pena ficar remoendo o que deu errado lá atrás. segue em frente, tem outros amigos por aí, né? mas as partes boas eu vou sempre guardar comigo, porque também sei reconhecer o que um dia me fez bem. obrigada, gente. por cada risada, viagem, foto boba, grupo no facebook, aula que a gente atrapalhou, noite da pizza na casa de alguém, ida ao shopping, bronca de professor... tudo valeu a pena. 

não sei como vocês todos estão, mas espero que estejam bem. que cada um tenha achado seu caminho, que tenha feito amigos novos e que tenha aprendido a se melhorar. e àqueles que continuam comigo até hoje: vocês são incríveis!  


tema sugerido pro mês de julho pelo Rotaroots :)

sexta-feira, 17 de julho de 2015

gentileza gera gentileza

como eu já disse aqui, fiquei de recuperação numa matéria da faculdade. a professora não deu nenhuma assistência aos alunos, inclusive dificultou mais do que o normal a nossa situação. e, pra ajudar, quando eu pensei que já estava com tudo pronto pra começar meus trabalhos (todos os livros e textos devidamente encontrados e separados etc), eu descobri que as coisas não seriam assim tão simples. isso porque tava faltando coisa. mais precisamente, faltavam 4 páginas do meio de um texto super importante que só era possível encontrar na biblioteca da faculdade. ou seja, eu teria de voltar pra lá. e isso significa: atravessar a cidade de transporte público pra enfrentar burocracia pra tirar fotos das páginas, já que nem xerox eles permitem de tão ~especial~ que é o livro, e depois voltar pra casa. quase chorei só de pensar em fazer tudo isso por causa de um trabalho que eu ainda não me conformo de precisar fazer.

mas eu sou mesmo muito abençoada, de um jeito que ainda me deixa surpreendida. e disso isso por motivos de: nos meus planejamentos, eu iria até lá numa quarta feira. na terça, durante o almoço, descobri muito sem querer que uma amiga minha estava na faculdade. corri pra falar com ela e explicar minha situação. eis que, sem nem ao menos titubear, esse amor em forma de menina me pediu os dados do livro e em menos de vinte minutos as fotos estavam sendo enviadas pro meu celular. nem todos os agradecimentos do mundo seriam suficientes pra dar conta de dizer o quanto eu fiquei grata (mas deixo aqui: mais uma vez, muito obrigada, gegé!) <3

as coisas boas se propagam, não sei se vocês sabem. então o universo me deu a chance de passar pra frente a gentileza que me fizeram. uma moça que eu não conheço também pegou recuperação nessa mesma matéria e estava com dificuldades em conseguir os textos pro trabalho. coincidentemente, ela me perguntou se eu podia ajudá-la. ajudei com tudo o que eu pude e recebi um "muito obrigada, de coração! você tá sendo meu anjo da guarda nesse trabalho" como forma de agradecimento. fiquei tão feliz com isso quanto fiquei ao conseguir as páginas faltantes sem precisar ir até a biblioteca. e eu sei que a moça vai ser contagiada pelo sentimento positivo e vai dar continuidade a essa cadeia de gentilezas e favores feitos de coração aberto, sem que nada seja exigido em troca.

o mundo tá um caos, as pessoas reproduzem mensagens de ódio como se não houvesse amanhã, temos a impressão de que ninguém se importa verdadeiramente com o próximo. mas no meio de todo esse mar de coisas ruins, flutuando sobre as ondas revoltas, sempre tem algo de bom. sempre tem alguém que faz o bem. parece que tá tudo perdido, mas sempre há um fiozinho que seja de esperança.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

jogo de adivinhação involuntário

meu pai tá montando uma playlist com infinitas músicas que ele e minha mãe gostam. os dois vão fazer uma viagem bem longa de carro e ninguém aguenta mais ouvir os mesmos cds, então dessa vez a ideia é levar um pen drive lotado de coisas legais, pra ver se o tempo se empolga com a trilha sonora e passa um pouquinho mais rápido. 

eis que ele, buscando pelas músicas no youtube, me chama lá no escritório pra dar início ao seguinte diálogo:

- tô tentando lembrar o nome de uma banda, que tem uma música que eu gosto, mas não tô conseguindo.
- mas você não sabe nenhuma informação? nem como é a música?
- a banda tem bastante gente, o cantor é negro. tô pensando em raça negra, mas não tem nada a ver.
- não é exaltasamba?
- não, não é pagode. eu sei que o cantor é bem magrelo...
- nossa, banda com bastante gente que não é pagode? 
- ué, e titãs? é de rock e tem gente pra caramba!
- é, verdade... mas então, a banda é antiga? é nova?
- a banda não é velha. a música tem alguma coisa a ver com amarelo...
- de amarelo eu só consigo pensar numa música do djavan.
- então, o cantor tem um cabelo meio rastafári também.

aí minha mente trabalhou fervorosamente, como se nela tivessem os mesmos algoritmos monstruosos de pesquisa do google, até que depois de uns segundos eu associei a cor amarela com o girassol e...

- AH! cidade negra! toni garrido! é a música do girassol!
- ISSO!!!!
- girassol amarelo!
- É!!! como um girassol amareloooo...

e então meu pai colocou a música pra tocar e, sem ritmo algum, cantou junto. quando eu dei por mim, tinha um sorrisão estampado no meu rosto. (seja pela cantoria desafinada ou pela constatação de que eu sou muito boa em desvendar mistérios inesperados.)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

5 e 6. classmates dez anos mais velhos que eu

eu pensei em falar sobre um deles, mas eu não conseguiria deixar de falar sobre o outro também. e por mais que eu pudesse dividir o texto em dois e falar de cada um em posts separados, a coisa perderia o sentido. a graça eram eles dois juntos. nós três juntos. e nada mais justo do que eu preservar isso aqui, relembrando dois dos meus colegas de classe mais especiais da vida.

no intercâmbio, eu tinha uma aula extra depois do almoço. era sobre pronuncia, pra ajudar os alunos estrangeiros a melhorar no inglês e perder um pouquinho dos sotaques. no meu primeiro dia de aula, me senti perdida e morri de vergonha. mas o professor era incrível, deixava todo mundo super à vontade e, pra fazer com que os alunos interagissem e conversassem entre si, ele passava várias atividades em duplas ou em grupos. pra minha sorte, minha primeira dupla foi o patrick. alemão, tímido, quietinho, com a maior cara de filhinho da mamãe. pra minha surpresa, aquele cara com rosto de adolescente tinha 28 anos. e ele se assustou tanto quanto eu ao descobrir que eu "só" tinha 18. inacreditavelmente, a gente se deu bem. e nos tornamos quase uma dupla permanente nessas aulas, sempre fazendo os exercícios juntos. e eu, com esse jeito bobo, morria de rir o tempo inteiro. acho que ele nunca entendeu direito o que me provocava tantos risos (nem eu sei, pra ser sincera), mas ele ria comigo - ou de mim - na maioria das vezes.

dois meses se passaram, as aulas já eram ministradas por outra professora (dez vezes pior que o anterior, diga-se de passagem), mas eu e o patrick continuávamos juntos na classe. e nesse meio tempo, uma quantidade infinita de alunos diferentes entrou e saiu por aquela porta. até que, de repente, eu me vi fazendo amizade com um cara incrível. que, coincidentemente - ou não! -, era amigo do patrick. esse cara, o simone (jamais aprendi a pronunciar o nome dele da maneira correta), é um italiano de vários metros de altura, absolutamente simpático e falante, que na verdade tem cara de árabe. falou comigo a primeira vez pra me ensinar a jogar um jogo de tabuleiro, enquanto o patrick me zuava por eu não entender o funcionamento do negócio. o simone chegou nessa aula pra abalar a dupla inabalável, já que ele foi o meu par nos exercícios diversas vezes desde então. quando eu descobri que ele já tinha 27, não me surpreendi tanto assim. e acho que ele também não achou esquisito o fato de eu ter quase dez anos a menos, porque minha tiara de lacinhos já me denunciava.

não tenho nenhuma foto com o patrick, mas são três meses de recordações da cor vermelho-tomate que o rosto dele ficava a cada vez que eu fazia alguma piada ou gargalhava fora de hora. já com o simone eu tenho uma foto linda, pra compensar a menor quantidade de tempo que passamos juntos (o que não faz com que eu tenha menos memórias especiais, muito pelo contrário). morro de saudades deles dois, das brincadeiras, das trocas de olhares quando a professora passava atividades ruins que ninguém queria fazer, das vezes em que o patrick me falava pra parar de rir e que o simone ria ainda mais junto comigo... não me esqueci que nosso tchau foi um até logo, não um adeus. sinto uma vontade tremenda de um dia poder revê-los, juntos mais uma vez, em algum lugar tão incrível quanto toronto.

terça-feira, 14 de julho de 2015

minha vida estudando em hogwarts

"Como eu viveria no meu lugar fictício favorito?: lembra de quando você pensou em como seria a primeira temporada do sitcom da sua vida? E se você pudesse viver no seu lugar fictício FAVORITO? Hogwarts, Nárnia, Panem… não importa, é hora de contar como seria sua vida lá!"

eu gosto de muitos lugares da ficção, mas o meu mundinho preferido, sem dúvida, é todo esse universo bruxo de harry potter. e, pensando bem, deve ser mesmo muito bom viver nesse lugar. mas, pra isso, eu precisaria estudar por lá, certo? sendo assim, fica aqui o relato da minha vida como estudante no melhor lugar que existe (sério, existe mesmo. basta você acreditar!).

pra começar, antes de chegar a hogwarts pela primeira vez, eu teria de passar pelo beco diagonal e comprar meus materiais, minhas roupas e meu bichinho :) eu acredito que daria pra perder um bom tempo por lá, olhando cada lojinha diferente e esquisita. mas como eu não sou fã de fazer compras, provavelmente eu só iria uma vez ao ano mesmo.


agora, já em hogwarts, minha vida seria a coisa mais legal e maluca possível! pra começo de conversa, morar dentro da escola e longe da família é meio bizarro, né? ter de dividir o quarto com pessoas que a gente não conhecia antes, criar intimidade com a galera querendo ou não... mas, tirando isso, deve ser ótimo. passar os dias frios no salão comunal (da corvinal, óbvio), ficar nos jardins tomando solzinho embaixo das árvores nas tardes de calor, comer horrores naqueles banquetes incríveis em datas festivas, enlouquecer de estudar pras matérias doidas que eles ensinam nessa escola (oi, defesa contra as artes das trevas!), arrumar umas brigas com umas meninas da sonserina (sejamos sinceras, né), quem sabe até encarar uns treininhos de quadribol? :D sofrer de raiva do snape com certeza também faria parte da minha rotina. e visitar o hagrid sempre que me fosse possível, porque eu sei que nós seríamos amigos! também tenho certeza que eu pegaria umas detenções ao longo dos sete anos escolares, mas só porque tem gente (cof cof snape cof cof) que implica com os alunos sem o menor motivo. e a biblioteca seria um dos meus lugares preferidos pra estudar, já que a madame pince é uma bibliotecária ótima e não deixa a galera fazer bagunça por lá. mas meu lugar preferido de toda a escola, provavelmente, é a sala precisa. tem como não amar um lugar que aparece pra você e se transforma no que você mais precisa naquele momento? eu obviamente fugiria pra lá sempre que me batessem aqueles cinco minutos de desespero e vontade de sumir do mundo...


e nos fins de semana determinados, pra dar uma mudadinha nos ares, lá iria eu pra hogsmead, a vila mais fofurinha que eu já vi! meus dinheiros seriam muito bem gastos na dedos de mel, a loja de doces mais incrível que eu conheço. e eu seria uma grande fã da cerveja amanteigada, porque se eu já gostei da versão esquisita do parque do harry potter, imagina então da versão verdadeira do três vassouras? mas, do jeito que me falta coragem, eu morreria de pavor da casa dos gritos. a gente sabe que não é mal assombrada, que era o lupin o causador dos barulhos, mas ainda assim... coisa bizarra tem de sobra lá por aqueles lados, né? acho melhor não arriscar! convenhamos que nem todo fantasma é legal tipo o nick quase-sem-cabeça. ou "do mal" de mentirinha tipo o pirraça. tem uns esquisitões, tipo o barão sangrento, que eu realmente evitaria a todo custo!


não recebi minha carta de hogwarts, mas como bem disse a rainha jk rowling: "as histórias que mais amamos vivem conosco para sempre. então se você voltar, seja pelos livros ou pelas telonas, hogwarts sempre estará lá para te desejar boas vindas de volta à sua casa" <3

2012. euzinha, em casa :')

tema sugerido pro mês de julho pelo Rotaroots :)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

nobody cares #2

* pela primeira vez na história desse país fiquei de recuperação. na faculdade. numa matéria de bosta que eu ju.ra.va que tinha ido bem. não tô sabendo lidar muito bem com essa nova realidade...

* porém, como tudo tem seu lado bom: conheci locais secretos na biblioteca da minha faculdade quando fui à caça dos livros que precisarei usar pra fazer o trabalho de rec. me senti em nárnia entrando por portas secretas e subindo escadas escondidas.

* derrubei o secador de cabelo no meu pé. doeu pacas, num nível que tava difícil de andar e colocar o pé no chão. meu dedo tá todo roxinho.

tô com fome seletiva de um restaurante específico que fica em bombinhas, uma praia lá em santa catarina. mas não sou exigente, então tem pelo menos uns dez restaurantes mais acessíveis (no caso, eles ficam em sp) que poderiam substituir essa minha vontade.

* tive uma crise de ninguém me ama ninguém me quer e derramei umas lagriminhas. aí lembrei que eu me amo pra cacete, me auto presenteei assistindo uns vídeos legais e fiquei bem melhor.

* ganhei um suéter com estampa de cachorrinhos que, com certeza, tá no top 3 das minhas roupas mais fofas.

* tentei três vezes - sem sucesso algum - assistir ao filme divertida mente. continuo perseverante.

* tô lendo madame bovary, um clássico. no ritmo em que anda a minha leitura, vou terminar só daqui uns oito meses. sorry guys, mas tá chato pra caramba.

fui num restaurante que tinha o nome de gourmet, mas na real nada dali merecia esse título. a casa servia comida mexicana, mas os garçons tavam usando chapéus de toureiros espanhóis. e tava tocando uma música da trilha sonora do shrek, também. tantos erros ao mesmo tempo me causaram uma crise de riso maravilhosa.

STAY TUNED!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

tag: as 10 coisas mais legais do meu mundo

tag é aquela coisa que a gente usa quando não tá com criatividade pra escrever texto, né? mas sei lá, eu gosto de entrar nos blogs que eu acompanho e ver esse tipo de coisa. a gente conhece um pouquinho mais da pessoa, sabe? uma curiosidade aqui, outra ali e daqui a pouco parece até que somos amigos de quem tá respondendo o negócio :) 

enfim, here it goes:

mostre a coisa mais legal do seu mundo nas seguintes categorias:

1. DECORAÇÃO
toques pessoais. não gosto de entrar num quarto e não conseguir reconhecer quem é seu dono, por exemplo. chegar numa casa, olhar em volta e pensar "opa, mas não tem nada aqui que possa ser relacionado com os moradores" e tal. gosto de reconhecer quem vive ali num quadrinho diferente, numa planta com a cor preferida de alguém, numa almofada com formato do doce que o outro gosta... esse tipo de coisa! :)


@harianameinke                @ribeiro_isadora

meu quarto! <3

2. LIVRO
eu disse aqui qual era o meu livro preferido. mas não consigo deixar de citar harry potter num caso desses, porque essa série é com certeza uma das coisas mais legais do meu mundo inteirinho!


tirei essa foto lá em 2010, acho que é uma das mais toscas que eu tenho (aliás, foto tosca de adolescente é uma coisa incrível!), mas eu lembro de ficar toda orgulhosa exibindo meus livrinhos por aí. continuo fazendo o mesmo, mas com fotos menos piores...

3. VIAGEM 
meu intercâmbio pro canadá, com certeza. por mais que eu já tenha feito viagens incríveis (disney, formatura do colegial...), não dá pra viagens curtinhas ganharem de três meses de experiência nova. o intercâmbio é uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida, gente. é obviamente uma das dez coisas mais legais do meu mundo e eu recomendo fortemente que todo ser humano faça um assim que surgir uma oportunidade! <3

best team ever!!!

4. MÚSICA 
eu podia falar demi lovato. eu podia falar forfun. eu podia falar até rbd, pra ser bem sincera. mas nada é mais legal do que as trilhas sonoras das animações da disney!!! as músicas são incríveis, todas elas. e quando eu assisto um filme novo, eu fico pelo menos uma semana ouvindo a soundtrack sem parar por motivos de melhor tipo de música <3 pra ilustrar, deixo aqui uma das minhas preferidas para todo o sempre:


5. SAPATO 
sem a menor dúvia, tênis. não gosto de salto alto, acho desconfortável. não gosto de rasteirinha, chinelo é muito melhor. não gosto de sapatilha, acho meio babaca. alpargata é bom de usar, mas nada vai roubar o posto dos tênis no meu coraçãozinho. sempre foram meu tipo preferido de sapatos, deixam meus pés protegidos e quentinhos (na medida do possível). é puro amor! <3


6. MAQUIAGEM
antes eu diria que meu item indispensável era o corretivo, porque minha pele era repleta de espinhas. agora que eu já não sofro mais com esse problema (respirando aliviada só de pensar!), eu saio na rua de cara lavada tipo sempre. não ligo pra maquiagem, não sei me maquiar, não entendo nada dessas coisas... mas eu realmente tenho um item preferido: o rímel. a gente continua com o rosto limpo, mas os cílios dão todo um charme extra. acho incrível!


(não que o colossal seja o meu preferido da vida, porque inclusive já usei melhores - beijos, guerlain! -, mas ele com certeza é o que eu mais uso. sendo assim, ele merece ilustrar essa resposta, né?)

7. ÍDOLO 
essa palavra é meio forte, né? de famoso não tem ninguém que eu endeuse a esse ponto, sei lá. mas minha ídola da vida até o fim dos tempos é minha mãe. que, além de tudo, é uma das pessoas mais legais do meu mundo todinho! (sério, recomendo fortemente que vocês conheçam mamãe <3) quero ser que nem ela quando eu crescer!

amo/sou

8. DOCE 
eu sou bem mais de salgado do que de doce, né? mas isso não significa que eu não goste de comer açúcar de vez em quando. e, se é pra eu definir meu doce da vida, aquele que deixa meus olhinhos brilhando só de pensar, a escolha é óbvia: doce de leite! daquele mais molinho, pra comer de colher mesmo. não sou tão fã assim dos mais durinhos, que normalmente vêm embalados em formato de quadradinho, sabe?


mas deixo aqui uma menção honrosa pro chocolate meio amargo (de 40% de cacau pra cima, no caso), que merece todo o meu amor justamente por não ser tão doce <3

9. FOTO 
eu não sei?!?!?? :( ia escolher uma foto minha, mas achei babaca. ia escolher uma foto minha e do boy, mas não consegui. ia escolher uma foto do pôr do sol, mas são todas muito bonitas. aí tava dando uma olhada nas fotos aleatórias que eu tenho aqui no computador e achei a melhor de todas, aquela que pode ser considerada a mais legal de qualquer mundo!!

melhor bicho melhor comida melhor foto

10. BLOG
eu acompanho um total de 9273 blogs, meio que diariamente assim haha achei injusto escolher um só, porque tem pelo menos uns cinco que são meus preferidos. mas nada mais justo do que mostrar aqui o blog da karol pinheiro, que criou a tag e que é absolutamente fofa e querida e engraçadíssima :D  

segunda-feira, 6 de julho de 2015

4. olho puxado, boné branco e camiseta verde

quando eu tinha meus doze ou treze anos, conheci uma das minhas maiores paixões platônicas. senão a maior, se eu bem me recordo. 

antes de mais nada, acho importante registrar aqui que o meu conceito de paixão platônica é o seguinte: pessoa que eu jamais verei novamente OU pessoa que eu jamais em nenhuma hipótese terei a menor chance (pessoa "real", sem contar gente famosa etc) OU qualquer outra situação parecida com as anteriores. aquela coisa tipo "encontrei o amor da minha vida no metrô", sabe? 

pois bem. lá fui eu, no alto da minha fase inicial da adolescência, conhecer o mocinho que iria roubar meu coração por uma semana inteirinha (considerando que eu encontrava paixões novas a todo momento, uma semana é tempo pra caramba). 

o filho de um amigo do meu pai tava fazendo aniversário. a criança devia estar completando uns três anos, mais ou menos. a comemoração foi numa espécie de chácara, com tema de festa junina. eu lembro de pouquíssimas coisas desse dia, até porque já tem um bom tempo desde então, mas nunca esqueci de um momento em particular: quando eu e o tal menino, primo do aniversariante, trocamos meia dúzia de palavras bobas. aliás, eu não faço ideia do rosto dele, mas da roupa eu lembro bem. inclusive, na época, achei que o tom de verde da camiseta combinava perfeitamente com aqueles olhinhos pequenos de japonês. coisa de quem se apaixona perdidamente, vocês sabem. 

aliás, eu vivi uma fase de me apaixonar por praticamente todo descendente de asiático que cruzasse meu caminho. hoje em dia eu não vejo lá muita graça em japoneses e afins (só naqueles que realmente se destacam no meio da multidão heh), mas antigamente eles eram o meu ponto fraco. e eu garanto que esse menino em específico era bonito de verdade. acredito que ele me chamaria a atenção até nos dias de hoje, mesmo que eu não consiga me recordar das feições dele.

esse menino, que pra mim não tem nome e nem rosto, é a minha prova viva de que não existe amor à primeira vista, mas paixão por uma semana com certeza existe sim! 

sábado, 4 de julho de 2015

eleanor, park e as caraminholas da minha cabeça

finalmente, depois de uma infinidade de tempos querendo, eu li eleanor & park, da autora americana rainbow rowell. peguei emprestado com uma amiga (<3) e li rapidinho, em questão de uns três dias.  a leitura é fácil, bem gostosinha. e a história é envolvente pra caramba, contada em capítulos curtinhos que te fazem querer ler sempre mais e mais :)


{eu tô pra escrever esse post desde que eu li o livro, lá pra maio, talvez. mas eu não tava conseguindo organizar minhas ideias, o texto não tava fluindo, eu me enrolava toda com as palavras... não que agora eu tenha conseguido fazer isso com êxito, porque se eu reler o post pronto eu vou sentir até vergonha. tenho certeza que poderia ter ficado melhor. mais bem escrito, mais bem explicado, mais bem trabalhado. mas é o que temos pra hoje. contentem-se, por favor.

olha, não pretendo falar exatamente sobre o livro em si. eu até poderia fazer isso, mas confesso não consegui definir muito bem qual a minha opinião a respeito dele. eu gostei, é claro, já disse isso lá no comecinho. mas o final me deixou com um pé atrás. não decidi se achei bom ou ruim. entendo a necessidade daquele fim, mas ao mesmo tempo acho completamente desnecessário. então, como eu não fui capaz de entrar num acordo comigo mesma a respeito disso, vou deixar a história do livro um tantinho de lado e vou falar do que mais me surpreendeu enquanto eu lia: minha própria reação.

a princípio, tava tudo normal. romance young adult fofinho, personagens principais legais e bem feitas, a evolução da história também tava boa. até que as coisas tomaram um rumo que me fizeram desviar os olhos do livro e pausar a leitura. não porque tivesse ficado ruim de repente, não porque não me agradava mais. o problema é que eu tava me identificando com a eleanor. não em tudo (graças a deus, já que a menina mora com um padrasto abusivo e tudo mais), mas consegui me enxergar um pouquinho nela na relação entre ela e o park. e eu imagino que quem leu o livro entenda o quanto isso é problemático. mas como ninguém é obrigado a saber do que eu tô falando, vou fazer um resuminho rápido: ela sofre de baixa autoestima. ele é a primeira pessoa do sexo oposto que a vê com outros olhos e a acha bonita de verdade, especial de verdade, merecedora de amor de verdade. ela se acha infinitamente inferior a ele. mas o ponto é: ela passa a ser dependente dele. ela precisa dele. ela não consegue mais seguir sozinha. quando ele não tá lá, falta um pedaço. quando ele não tá lá, ela não sabe o que fazer. na verdade, ela não sabe o que fazer direito nem quando ele está lá. ela afugenta o menino, trata ele de maneiras diferentes, chora o tempo inteiro. e quanto mais eu lia e pensava "isso aqui tá muito errado", mais eu me assustava. se ela tava errada, eu também tô. em níveis menos assustadores, mas tô. (vejam bem, digamos que minha identificação tenha sido com 50% do que a eleanor representa. meu caso não é tão preocupante, juro.) 

o livro me fez refletir de jeitos inesperados. nunca imaginei que um livrinho desses que me servem simplesmente como entretenimento me fariam repensar minhas próprias atitudes. foi bizarro perceber que meu modo de lidar com as coisas, se for mesmo parecido com o dela, não é nada saudável. mas isso me ajudou a começar a mudar, mesmo que aos pouquinhos. baby steps, mas steps ainda assim.

agora mudando o foco do post, dando talvez um certo SPOILER, falando com quem leu o livro: no final da história, a eleanor envia o postal pro park com as três benditas palavras, que a gente não sabe quais são, mas que é bem fácil de supor. palavras essas que, imagino que vocês tenham reparado, ela não falou durante o livro inteiro. e deixou pra falar - ou melhor, escrever - só no final, muito tempo depois, em um cartão postal. eu imagino que seja porque antes, enquanto estavam juntos, o verbo amar não era necessariamente verdade. pra mim, o verbo precisar era muito mais forte. e depois, já separados, já distantes, ele não era mais uma necessidade. o que restava era amor, mesmo. 


ah, só um adendo: a música eleanor rigby, dos beatles, fica na minha cabeça sempre que eu penso nesse livro. por motivos óbvios, né? aproveita e escuta você também, vale a pena ;)