quarta-feira, 30 de maio de 2018

livrinhos de maio

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Americanah - Chimamanda Ngozi Adichie (2013)


favorito do mês!
abril terminou, mas eu não consegui me desvencilhar totalmente das leituras daquele mês maravilhoso. então pra continuar na mesma vibe dos meus queridíssimos beloved e the hate u give, eu resolvi que tava na hora de ler esse livraço da chimamanda :D eu sabia que o livro era sobre uma africana que ia pros estados unidos e lá é que ela se descobria como negra (já que raça é uma questão bem central naquele país), mas ele também fala sobre pertencimento, identidade e amor. eu fiquei tão empolgada lendo esse romance e senti tanta vontade de virar amiga da personagem principal e fiquei tão "pita que pariu literatura é a melhor coisa do mundo" que me deu vontade de chorar pensando nisso, olha só que coisa doida. quero ler todos os livros da chimamanda, a prosa dessa mulher é incrível! recomendo muito a leitura <3  


O diário de Anne Frank - Anne Frank (1947) [versão em quadrinhos roteirizada por Ari Folman e ilustrada por David Polonsky - publicado em 2017]


tá, pra começo de conversa: eu nunca li a versão "regular" do diário, então pode ser que eu vou me equivocar 100% no que vou falar aqui, mas a impressão que me deu é que eu teria aproveitado muito melhor os quadrinhos caso tivesse lido o livro "normal" do diário antes. assim.. os desenhos são incríveis, eu gostei muito das ilustrações! mas parece que a história em si tava meio "picotada" demais. no final do livro tem um apêndice do roteirista falando que eles tiveram que fazer uns cortes por ser uma história em quadrinhos, mas parece que as coisas não tinham muita ligação uma com a outra, mesmo dentro da mesma entrada no diário.. não sei nem se o que eu tô falando tá fazendo sentido, dsclp gente hahaha mas é aquilo: se você ama anne frank, vale a pena comprar esse. se você ama quadrinhos, também vale a pena comprar esse. mas se você não faz questão nem de um nem de outro, segue o baile existem outros livros ;) 


Fire on the mountain - Terry Bisson (1988)


último dos livros obrigatórios pra minha matéria de literatura canônica americana, YAY! esse romance, gente. o que dizer sobre ele???? veja bem: é uma ficção científica que trata de viagens pra marte e, ao mesmo tempo, fala da guerra abolicionista dos eua lá em 1850 e pouco. OLHA SÓ QUE COISA DOIDA. e o livro mistura presente e passado, primeira e terceira pessoa, narração normal e carta... SABE? precisa de muita concentração pra entender realmente o que tá acontecendo e quem é que tá falando. e pra me deixar ainda mais perdida, além do fato de eu não ter nenhum conhecimento prévio sobre a parte histórica abordada no livro, ele ainda tava em inglês hahahahha esse é um livro que exige bastante do leitor, mas vale a pena se você se interessar em ver como poderia ter sido a história americana caso o abolicionista john brown não tivesse fracassado. pesquisei rapidinho e não encontrei edição em português, então esse aqui é só pra quem tiver um conhecimento bem legal de língua inglesa mesmo.


A revolução dos bichos - George Orwell (1945)


esse eu já tinha lido há alguns anos, mas senti que tava na hora de reler e: QUE LIVRO, meus amigos!!!!! é como se fosse uma fábula, então a narrativa é até bem simples, não tem nada muito complicado de entender, as metáforas são ótimas etc etc. mas o que me faz gostar tanto dele é que, conforme a gente vai lendo e as personagens vão "se transformando", a gente vai tendo consciência do que tá acontecendo nessa história (e do que aconteceu na história real, que inspirou o autor a escrever) e aí vai brotando uma raiva no nosso coraçãozinho que só por deus hahaha esse livro devia ser leitura obrigatória pra absolutamente todas as pessoas do mundo, ele é importantíssimo!!!! e quando eu li aquele trechinho que diz que "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros" eu senti que uma facada teria doído menos, sinceramente! se você nunca leu, LEIA! e se você já leu, RELEIA!!! ;)


Órfãos do Eldorado - Milton Hatoum (2008)


depois de ler "dois irmãos", eu criei muita expectativa em cima do hatoum. peguei esse pra ler com um mix de sentimentos: metade de mim tava com um pé atrás, por ter medo de me decepcionar, e a outra metade tava ansiosíssima pra ter outra experiência incrível. daí que eu me decepcionei um pouco, porque eu achei essa história chata. mas a escrita dele é uma delícia, então mesmo achando meio blé eu li em dois dias :) o problema é que eu fiquei com a sensação de que a história poderia ter sido muito melhor se a gente tivesse acompanhando sob outra perspectiva.. ah, também achei que esse livro é bem parecido com "o amor nos tempos do cólera", do garcía márquez, então se você gostou de um pode ser que você goste do outro! 

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 5 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 1 x 4 literatura estrangeira (1 da nigéria, 1 da alemanha, 1 dos eua e 1 da inglaterra)

 livros lidos no kindle 3 x 2 livros físicos

 autoras mulheres 2 x 3 autores homens

 releituras 1 x 4 livros novos

quinta-feira, 17 de maio de 2018

19. criança também é gente

eu dou aula de inglês, né. e não é em uma escola regular, então eu tenho alunos variadíssimos de 06 a 70 anos. como eu não recebi absolutamente nenhum tipo de treinamento pra saber como lidar com eles e as suas diferenças, tive que aprender no dia a dia mesmo, na cara e na coragem, o que funciona e o que não rola pra cada um desses alunos.

lembrando que eu não sou formada em pedagogia, nem faço licenciatura, o que significa que a faculdade me preparou 0% pra lidar com crianças. pois bem.

tem esse menino que eu dou aula, o pedro. ele tem 07 anos. ele é um dos alunos que mais dão trabalho lá na escola (só não digo que é o pior de todos porque tem uma pequenininha que faz tanto escândalo chorando que alguns alunos já trocaram de horário só pra não estarem lá no mesmo momento que ela, mas ele fica fácil em segundo lugar no ranking).

quando o pedro começou as aulas de inglês, as professoras da matemática e do português vieram avisar que ele era uma criança difícil. e, realmente, nas nossas primeiras aulas ele me tirava do sério com uma facilidade impressionante. até que eu descobri como contornar a situação e, de repente, sem precisar de muito esforço, nossa relação ficou ótima e ele passou a ser uma criança fofinha e maravilhosa que nem as outras.

"e qual é o segredo?", você me pergunta. pois eu te digo: é tratar o menino com educação e respeito, em vez de perder a linha. simples assim. :)

no dia em que ele me fez chegar no meu limite, eu botei a mãozinha na consciência e pensei "eu não vou me descontrolar com esse menino, ele só tem sete anos. tem muito adulto que me irrita tanto quanto e eu mantenho a pose, por que com ele tem que ser diferente? o bichinho é pequeno mas também é uma pessoa, né? se sou capaz de me controlar com adultos insuportáveis, por que não com as crianças?". e aí o pedro se transformou. ele passou de reclamão irritante pra um menino incrível.

nesse dia, quando ele começou a dar show, em vez de eu "responder a altura" e perder a linha, que é o que ele tá acostumado a ver, eu sentei do lado dele e perguntei por que ele tava sendo mal educado. o menino me olhou confuso e disse "eu não sabia que isso era ser mal educado". a gente conversou e pronto, ele parou de dar piti e passou a se comportar bem. ele aprendeu que, se ele colaborar comigo, eu também vou colaborar com ele. depois que eu expliquei que a nossa relação é uma troca, ele nunca mais foi mal educado nas aulas de inglês. pelo visto, até aquele momento, ninguém tinha se dado ao trabalho de simplesmente dialogar com o menino.

pedroca realmente não é das crianças mais "fáceis" do mundo, daquelas que você manda e desmanda e a criança apenas te obedece, sem questionar. ele é inteligente e faz questão de saber os motivos de tudo o que acontece. por que aquela lição, por que ele tem que fazer as coisas de um jeito e não de outro, por que por que por que. e ele bate o pé e reclama sempre que não quer fazer alguma coisa, mas é só falar com o menino normalmente, respeitando a pessoinha que ele é, que tudo se ajeita.

antes o pedro ficava de cara feia a aula inteira, contando os minutos pra acabar e poder ir embora. ele mal respondia quando a gente perguntava alguma coisa. agora a gente conversa, brinca, dá risada e ele faz a aula feliz, porque se sente confortável naquele ambiente em que ele é bem tratado. pedroca virou uma das minhas crianças preferidas. <3  

terça-feira, 15 de maio de 2018

sentir-pensar

numa aula sobre literatura americana, falando sobre preconceito e racismo, a professora disse que a forma do romance que nós estávamos estudando (go tell it on the mountain - james baldwin) causava um distanciamento crítico entre o leitor e a obra, pra fazer o leitor pensar e não apenas sentir. então uma aluna disse que por mais que o beloved da toni morisson também se utilizasse de um recurso formal pra causar essa distância crítica, ao ler o livro ela quase não pensou - só sentiu.

aí outra aluna disse que com ela foi a mesma coisa. ela leu, sentiu e chorou. e depois, quando parou pra pensar, chorou mais ainda. a professora disse que a ideia de "sentir-pensar" era uma boa representação do que a gente sente quando se trata de discutir opressão. se você tiver um pingo de empatia, mesmo que o preconceito não te atinja diretamente, você sente. e depois você para pra racionalizar uma coisa tão absurda e o sentimento que brota é pior ainda. por exemplo, eu que sou branca e nunca sofri preconceito algum por causa da minha cor chorei fácil lendo livros que tratam do racismo, porque é surreal que alguém se sinta melhor que outra pessoa por ter menos melanina no corpo.

daí uns dias se passaram e eu tive um belo breakdown depois de conversar sobre preconceito e homofobia. chorei e entrei em crise pensando em como é que pode alguém ter a pachorra de dizer que não aceita que duas pessoas do mesmo sexo se beijem (a conversa não era nem sobre gênero, pra não complicar as coisas). e olha que eu beijo pessoas do sexo/gênero oposto, então não sofro as consequências da homofobia, mas ainda assim esse preconceito me ofendeu.

pode ser que você não se sinta mal com o preconceito e a opressão porque você se vale de zilhões de privilégios e nunca sentiu nada disso na pele. mas caso você ainda não consiga se sentir mal mesmo depois de pensar sobre isso, aí a gente tem um problema muito mais sério. e é um problema assustador.

me assusta pensar que pessoas ao meu redor não são capazes de descer do seu pedestalzinho, de se colocar no lugar do outro, de refletir a respeito do que tá acontecendo. e eu sofro quando tô em uma discussão e percebo que a outra parte não quer dialogar, não quer ouvir, só quer continuar afirmando a própria opinião, além de dizer de boca cheia que "minha opinião é essa, eu nunca vou mudar". como é que pode uma coisa dessa?

a gente tá caminhando a passos tão, mas tão lentos que às vezes eu tenho a impressão de que a gente sequer saiu do lugar.  

sexta-feira, 4 de maio de 2018

um baita de um vacilo

ou: o dia em que eu descobri que o kindle é mesmo o meu melhor amigo

todo santo dia antes de sair de casa eu confiro se peguei três coisas: meu celular, meu bilhete único e minha chave. o celular por motivos óbvios, o bilhete porque eu preciso circular pela cidade de sp e, sem ele, eu pago a tarifa inteira no transporte público (meu c* que eu vou pagar 04 reais pra andar nesses ônibus meia boca né, mores?) e a chave porque, apesar de eu ser a última a chegar em casa, VAI QUE meus pais resolvem sair e eu fico trancada pra fora? pois bem. isso é tipo um ritual, eu simplesmente PRECISO verificar se esses itens estão comigo quando eu tô me dirigindo pra sair de casa. 

(um pequeno parêntese: percebam que eu não falei da carteira, então é óbvio já aconteceu algumas vezes de eu passar >dias< sem ela e sequer perceber. teve esse dia que eu ia encontrar com o namorado no shopping, daí enquanto eu esperava por ele eu resolvi passar numa loja pra comprar umas coisinhas e, quando cheguei no caixa, CADÊ CARTEIRA CADÊ DINHEIRO CADÊ DOCUMENTO????? saí humilhadíssima porém metendo o louco e falando pra vendedora "opa, pera aí, vou sentar no banquinho ali fora pra procurar minha carteira, a mochila tá tão bagunçada kakaka". daí liguei pro boy apavorada e: tcharãm, a carteira tinha ficado esquecida lá na casa dele há quase uma semana e eu nem tchum. esse é Meu Jeitinho™ ^^)

daí que esses dias eu tava saindo de casa e, fugindo 100% do meu protocolo, eu só procurei o bilhete único. confirmei que o bonitinho tava lá e segui o baile, saí de casa pleníssima na companhia de papai (que, naquele dia, me daria uma carona até a faculdade. YAY!). passei o caminho todo conversando e escutando umas notícias meio bostas na rádio am que meu pai faz questão de ouvir e, quando a gente já tava chegando na faculdade, resolvi pegar o celular só porque sim. E CADÊ, gente? 

procurei em todos os bolsos da mochila, inclusive naqueles em que eu obviamente jamais guardaria. procurei nos bolsos do moletom, no chão do carro, enfim. peguei o celular de papai, liguei pra mim e: nada. "é isto, larguei o celular em casa". meu pai é tão môzinho que até me ofereceu pra ficar com o dele, vejam só. mas falei que não precisava, que eu ia encarar a aventura de ficar das 07 da manhã até as 09 da noite sem o bendito aparelho. desci do carro, pedi forças pro universo e fui.

antes de entrar na aula, usei um dos computadores da faculdade pra avisar o namorado e a mamãe pelo facebook que eu tinha cometido um baita de um vacilo e, portanto, ficaria incomunicável o dia inteiro. eu não achei necessariamente ruim ter esquecido o celular, não fiquei apavorada quando percebi que tava sem, nem nada do tipo. no geral, eu sequer passo muito tempo usando o bichinho. o que realmente me incomodou foi a ideia de passar >o dia inteiro< sem falar com o boy. vejam só vocês, desde que o dia em que a gente deu a primeira beijoca, lá em 2013 (!), a gente nunca passou um dia inteiro sem conversar. eu não tava preparada pra esse desafio. daí que eu tive uma ideia: usar o kindle pra me conectar ao facebook e continuar mandando mensagem pelo messenger hehehe

eu tentei fazer isso usando o wi-fi da própria faculdade, mas é rede empresarial e o kindle não suporta esse tipo de conexão (pelo menos não o meu, que é do modelo mais velhinho, aquele que não tem nem luz própria e nem é touch!). mas tudo bem, persisti com a ideia e deixei pra tentar de novo quando chegasse no trabalho. já que eu tava sem celular, fui obrigada a prestar atenção na aula do começo até o fim (veja só que coisa), almocei minha marmitinha sem a interrupção das redes sociais, fiz meu caminho de ônibus 100% concentrada na minha leitura, comprei um sorvete de casquinha pra dar uma animada no meu dia e cheguei no trabalho normalmente, sem nenhum problema, sem estar tremendo de abstinência por já estar há 07 horas sem o celular. 

aí eu tentei me conectar pelo kindle ao wi-fi do trabalho e deu certo. aí eu tentei abrir o facebook pela opção "pesquisar em uma página da web" e deu certo. aí eu mandei uma mensagem pro boy avisando que tinha conseguido e ele achou incrível hahaha mas, como eu disse, meu kindle é véio. não teria A MENOR condição de eu ficar digitando por ele (faz até barulho!) durante o trabalho, serviu só pra dar um sinalzinho de vida de vez em quando (e pra acalmar o meu coração que já tava cheio de saudades. brega, eu sei. mas este é um perfil que trabalha com verdades ¯\_(ツ)_/¯).

terminou meu expediente, mandei mensagem pro boy falando que finalmente tava indo pra casa, fiz meu caminho de volta concentradíssima no meu livro de novo e só peguei no celular as 21h30. e o bendito estava com NOVENTA E NOVE POR CENTO de bateria porque eu desliguei o wi-fi de manhã HAHAHAHAHAHA a intenção era ter guardado na mochila e, portanto, deixo tudo desligado pra poupar bateria e conseguir durar o dia todo (não saio com carregador). mas acabei largando em cima da cama mesmo né, então o celular passou o dia todinho "desligado", sem receber notificação nenhuma. EU ACHEI MARAVILHOSO. aí liguei o wi-fi e aparecerem trocentas notificações, a maioria vindas do próprio boy que ficou o dia todo me mandando coisa no whatsapp porque é um bonitinho <3 e é isso. 

esse poderia ter sido um post sobre como a gente tá dependente de celular e que não aproveita a vida fora das redes sociais, poderia ter sido até um post de ~superação~ por eu ter ficado de boa sem o aparelho durante o dia todo, mas a real é que eu hackeei o sistema e usei O KINDLE pra conversar com o meu namorado. 

então, meninas, a lição que fica depois desse textão é: SEJAM CRIATIVAS. e tenham um kindle.

bom dia!

terça-feira, 1 de maio de 2018

livrinhos de abril

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Carry on: ascensão e queda de Simon Snow - Rainbow Rowell (2015)



no livro fangirl (♡), a autora criou esse universo fictício do simon snow. daí não contente em mostrar pra gente só um pedacinho dessa doideira, ela resolveu >escrever o livro do simon e publicar<. pois bem. a história do simon é inspirada em harry potter, é pra ser tipo o harry potter do universo de fangirl, digamos assim. eu resolvi ler carry on porque eu quero ler tudo o que a rainbow publicar, e não porque eu tenha gostado tanto assim da história do simon.. comecei a ler sem muita expectativa e, apesar de não ser mesmo um primor da literatura, eu simplesmente não conseguia parar de ler. eu não resisto a livrinho podreira ^^ o que mais me incomodou é que a autora arrumou umas soluções MUITO FÁCEIS pra algumas coisas, dava pra ter se esforçado um pouco mais. mas ainda assim foi um jeito muito gostosinho de superar as leituras do mês de março :) hahah (só uma obs: só vale a pena se você tiver lido fangirl, tá? senão vai ler harry potter mesmo que é muito mais sucesso!)


Beloved - Toni Morrison (1987)


✩ favorito do mês! ✩
ESSE LIVRO É MARAVILHOSO!!!! eu não tenho palavras pra essa preciosidade. a toni morrison mereceu 100% o nobel dela, sinceramente. a história é pesadíssima, é um livro absolutamente denso e dá vontade de chorar do começo ao fim. em basicamente todas as páginas eu sentia vontade de entrar no livro e abraçar alguma daquelas personagens, quanta gente sofrida!! mas o sofrimento dessas pessoas é retratado de um jeito tão bonito, é tão poético.. ai, que vontade que eu já tô de reler! <3 resumindo muito, dá pra dizer que o livro é sobre as consequências psicológicas e emocionais da escravidão. e, consequentemente, isso significa que a história tem muito racismo, muita cena absurda de violência e muita reflexão dolorida de ex-escravos. eu li com um nó gigante na garganta. esse é fácil fácil o melhor livro do ano até o momento, mas tá longe de ser livrinho gostosinho pra quem quer ter um momento de alegria. é pra causar desconforto e pra fazer a gente repensar um montão de coisas. mas assim, sério: LEIAM!!! (em português o nome é "amada", mas se você tem inglês suficiente pra dar conta de um livrão desses: lê no original que vale bem a pena!)


Rita Lee: uma autobiografia - Rita Lee (2016)


depois da pedrada que foi o beloved, decidi pegar um livrinho mais leve pra espairecer hahah e olha só que coisa: logo eu, aquela que não tem a menor paciência pra biografia, venho aqui recomendar essa delicinha em forma de livro :D a rita, gente. que mulher maluca!!!! ela conta uns episódios BEM doidos da vida dela, desde a infância até a aposentadoria dos palcos. dá pra ter um panorama bem legal de tudo o que essa mulher conquistou - e, principalmente, de todas as besteiras que ela fez. como que ela tá viva até hoje é o que eu me pergunto, sinceramente hahaha o livro é muito gostoso de ler, ela escreve de um jeito bem divertido, se tivesse mais 600 páginas eu continuaria lendo com um sorrisin no rosto :)


The hate u give - Angie Thomas (2017)


calhamaço em inglês pra fechar abril com chave de ouro pois QUE LIVRO MARAVILHOSO MEU DEUS DO CÉU!!! outro livrão sobre racismo pra fazer parzinho com beloved, mas esse fala sobre os dias de hoje e a violência policial que a população negra sofre nos estados unidos. também dá vontade de chorar o tempo todo, de tristeza e de raiva. pra mim o ponto alto do livro foram as personagens. o tanto que eu amei família principal, aaaa!!!! mas o livro é todo bom. a forma como ele é estruturado é ótima, os diálogos são maravilhosos, a autora levanta uma porrada de questões relevantes. achei incrível, de verdade! (brigada miga fefa por sempre me recomendar apenas os melhores livros do mundo <3) ah, em pt-br o nome é "o ódio que você semeia" e eu espero que a tradução seja boa, mas sinceramente a linguagem é um show a parte nesse livrinho. assim como eu disse com o beloved, se você tiver inglês pra isso, pelo amor da deusa lê esse bonitinho no original!

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em números, resumão do mês:

 livros terminados 4 x 0 livros abandonados

 literatura brasileira 1 x 3 literatura estrangeira (todos americanos.....)

 livros lidos no kindle 2 x 2 livros físicos

 autoras mulheres 4 x 0 autores homens (sim, gente, eu alcancei a graça de um mês composto única e exclusivamente por literatura feminina!!!!!! e que delícia de mês, sinceramente <3)

 releituras 0 x 4 livros novos

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pra compensar o fiasco literário que foi o mês de março, abril chegou arrasando com o meu coração e me dando quatro preciosidades em forma de livrinho. foi MUITO difícil escolher o preferido dessa vez, porque tanto o beloved quanto o the hate u give me deixaram chorando de tanto amor (e preciso confessar que, tivesse eu lido o livro da rita no mês passado, ele teria sido o favorito de março), mas beloved ganhou esse posto por ter sido um baita livrão. the hate u give é absurdamente bom, mas o trabalho da toni morrison em beloved é um troço que não se vê todo dia de tão bem feito. deixo aqui as minhas mais sinceras recomendações das quatro leituras desse mês (a primeira com ressalvas, vale lembrar). até o momento, abril foi fácil o melhor mês do ano no quesito literário :D