sábado, 28 de novembro de 2015

tá tudo bem, mas tá esquisito

ouvi o 21, cd da adele, e fui acumulando um total de setecentas emoções diferentes. aí chegou na última música, someone like you, e essas centenas de sentimentos se transformaram num laço de fita. bonito, mas apertado. com um nó tão forte que fica impossível de soltar sem muito, muito esforço. e o laço se fez em torno do meu peito, ficou um aperto só. e doeu. ainda tá doendo enquanto eu escrevo (e torço pra que passe ao final do texto).

mas eu não sei o por quê disso. talvez eu tenha uma hiper sensibilidade a músicas tristes, já que eu sempre fico mal quando escuto alguma - ainda que a letra nada tenha a ver com alguma passagem triste da minha própria vida. se a música for de fossa, dessas bem estilo i'm not the only one (do sam smith, sabe?), é batata: vai rolar esse aperto no peito que me sufoca. e fica tão difícil de respirar fundo quando ele aparece! às vezes, o nó sobe e fica paradinho na minha garganta, me fazendo engolir em seco. aí brotam as lagriminhas, né. elas sempre brotam. 

depois de um tempo as emoções se dissipam e a sensação ruim vai embora, mas sobra aquela eterna pulguinha atrás da orelha, uma espécie de desconforto. porque quando isso passa, fica tudo bem. mas também fica esquisito.

domingo, 22 de novembro de 2015

"mas é na mesa do carro, tudo bem?"

namorado tava com vontade de ir numa lanchonete específica, pra comer batata frita. depois de muito combinar e nunca conseguirmos realmente ir, nessa sexta a gente foi. 

colocamos o endereço no gps (porque, por mais que a gente já tenha ido nesse lugar 19 vezes, nenhum dos dois conseguiu decorar o caminho por completo) e fomos. ao chegarmos lá, a primeira surpresa: opa, a lanchonete mudou de nome. QUER DIZER... não era mais a mesma lanchonete, ela mudou de lugar mesmo.

após uma necessária pesquisa na internet e utilizando novamente o queridíssimo gps, fomos pro endereço novo, bem pertinho dali. a casa tá maior, tá mais bonita. e, aparentemente, tá com um número bem maior de clientes também. ficamos mais de uma hora na fila, esperando pra comer BATATA FRITA. bem coisa de paulistano bobo, mesmo, essas filas imensas.

quando a barriga já tava roncando e a coluna dava sinais doloridos de que não aguentava mais ficar em pé (sim, sou meio idosa), o nosso número, 58, foi chamado. fomos até a hostess avisar que nós eramos os sortudos da vez e ela, de um jeito um tanto suspeito, perguntou: "é na mesa do carro, tudo bem?". sem entender muito bem o que ela tinha dito ou o que isso significava, respondemos que sim. ela perguntou mais uma vez, nós concordamos com a cabeça. então, pela terceira vez, colocando uma certa ênfase na palavra "carro", ela nos fez reafirmar que estava tudo bem.

subimos as escadas um tanto apreensivos, porque a moça tava dando a entender que seria cilada na certa. quando finalmente avistamos nossa mesa, a segunda surpresa: era um carro vermelho, enorme, no centro do restaurante, mais alto que as outras mesas. e era nosso. só nosso. é claro que foi risada na certa. e é claro que a gente se divertiu muito naquela mesa. se nós soubéssemos desde o início, diríamos pra recepcionista que estaria tudo ótimo em sentarmos naquele lugar!

o carro da frente era só desenho na parede,
mas o nosso, de verdade, era igualzinho

pra comer, pedimos as tais batatas fritas que o boy tava com vontade. eis que, ao nos entregarem a porção, tivemos a terceira surpresa da noite: dava pra alimentar uma família inteira com aquele prato. e nós estávamos só em dois, vejam bem. era muita batata, muito queijo e bacon. e um potinho com maionese verde <3 e outro com barbecue. os olhinhos brilharam quando vi aquele prato, sério. mas, como já era de se esperar, não conseguimos comer tudo. no fim das contas, nossa refeição foi: um suco pra cada um e meia porção de batata, porque a outra metade não aguentamos. tivemos de levar marmitinha pra casa.


falei pro namorado que a gente foi meio boboca, por termos esperado tanto tempo pra não comer quase nada. daí a resposta veio certeira: "mas a gente comeu muita batata!!! e nós estávamos no carro!". após meio segundo de reflexão, concordei com ele. valeu a pena. :)

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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

chuva de água fria

ainda não aprendi. eu sei que devo melhorar nesse aspecto e que preciso me empenhar mais, eu sei. só que a teoria parece tão mais fácil quando não está sendo posta em prática... "mantenha a cabeça firme", eu diria pra alguém na minha situação. "não se entregue tanto assim", eu também poderia dizer. mas é aquela velha história: aconselhar as outras pessoas é absurdamente mais simples, porque nós não estamos na pele do outro. nesses casos, se o conselho for seguido ou não, não importa tanto assim. no fim das contas, o problema não é nosso, né? mas quando é você quem deveria ouvir e levar a sério tal recomendação, a coisa muda de figura. o falar é sempre fácil demais se comparado ao fazer. 

contempladíssima

e é por isso que eu continuo quebrando a cara, todos os dias. eu tento - eu juro que tento! - mas é mais forte do que eu. quando dou por mim, já me vejo dominada pela ansiedade, pelas expectativas. nos momentos mais banais, corriqueiros até o último fio de cabelo. até neles eu me vejo sufocada por uma esperança boba que se dissolve em meio à chuva de água fria que cai na minha cabeça.


porque um balde só é muito pouco.

sábado, 14 de novembro de 2015

tá tudo ao contrário e há quem ainda não tenha reparado

queria vir aqui pra falar de alguma bobagem, contar alguma coisa engraçada, continuar falando mal da minha professora de morfossintaxe... sei lá, qualquer coisa irrelevante e supérflua que fosse. mas como é que eu posso fazer isso diante de tanta coisa pesada que aconteceu recentemente? como eu posso vir aqui e fazer texto sobre mim, uma pessoa qualquer no planeta com uma vida muito da boa, enquanto a galera tá morrendo e perdendo tudo o que um dia já teve? não dá, não tenho condições.

não tenho condições de ver o desastre avassalador de minas gerais e sentar pra escrever sobre como foi a minha semana no trabalho. as pessoas morreram, o rio morreu, ninguém tem um pingo de água potável pra continuar sobrevivendo em meio ao caos e o descaso do governo, que demorou uma semana inteira pra fazer um puto de um pronunciamento, me dá vontade de chorar.

não tenho condições de acordar no meio de uma sonequinha com o barulho da televisão, com o jornal cobrindo a tragédia na frança, e sentar pra escrever que viajei pra ir num casamento e foi super divertido. como é que eu vou ficar falando das coisas legais que me acontecem enquanto mais de cem pessoas inocentes morreram numa série de atentados sangrentos? (e, nesse caso, o governo brasileiro foi capaz de se pronunciar rapidinho, né? que vergonha, presidenta...) me dá vontade de chorar.

não tenho condições de pensar em todos os refugiados, que <fogem> da guerra, e são vistos como criminosos pelo mundo a fora. não dá pra entender como a religião, que deveria ser algo positivo, que ajuda as pessoas e promove o amor e a paz, pode virar motivo de tanto ódio. tenho medo de pensar no que o futuro ainda reserva, já que as perspectivas, definitivamente, não são boas. me dá vontade de chorar.

tanto me dá vontade que chorei, mesmo. chorei porque não entendo como a vida das pessoas pode significar tão pouco pra quem tá no poder de fazer alguma coisa pra mudar. chorei por todo mundo, pelos que morreram, pelos que perderam alguém, pelos que perderam seus pertencem, pelos que não têm nada a ver com a situação, mas vivem nesse mundo, que tá ao contrário, assim como eu. 

que a humanidade um dia se recupere de todo esse mal, que as pessoas passem a ter empatia umas pelas outras e que a gente aprenda que um problema não anula o outro - há espaço (e muito!) pra se sentir mal pelo brasil e pela frança, ao mesmo tempo. nosso coração é grande desse tamanho, gente. dá pra se solidarizar com os parisienses e com os mineiros, sem deixar ninguém de fora. nem os refugiados, que vivem em situações sub-humanas. (mas, por favor, não se deixem levar pela mídia brasileira, que tá pouquíssimo preocupada com o brasil, mas não perde um segundo do que tá acontecendo na frança: não fechem os olhos pro pessoal de minas.)

se é pra rezar, que seja pelo mundo inteiro. que o amor tome conta do planeta e se multiplique, porque só assim é que dá pra gente continuar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

sobre o dia em que eu mais ri na minha vida

acredito que a história se passe em outubro de 2012. ou talvez eu esteja confundindo as coisas e isso tenha ocorrido em algum momento do começo de 2013. o fato é que fui viajar com a minha família pra bombinhas, uma praia de santa catarina que é, provavelmente, um dos nossos lugares preferidos no mundo inteiro. meus pais viajam pra lá desde que meu irmão mais velho, que tem quase trinta anos (!), era pequeno. é tipo nossa segunda casa, só que num lugar absolutamente mais bonito do que são paulo. como a gente realmente vai muito pra lá, ainda mais agora que meu irmão tá morando numa cidade relativamente lá perto, é absolutamente compreensível que eu não consiga definir muito bem a data em que isso aconteceu. enfim.

meus pais, meu irmão, minha cunhada, a filha dela e eu saímos pra jantar. ainda lembro que eu usava uma camiseta laranja com um shorts azul escuro, estampado de corações brancos. e nossa janta envolveu uma quantidade assustadora de camarões nesse dia (saudades, inclusive). mas não sei dizer exatamente porque paramos na loja de conveniência de um posto de gasolina antes de voltarmos pro hotel. o que eu sei é que:::

meu irmão foi pra casa com a família dele, eu tava só com meus pais. entramos na loja, olhamos umas coisas, aí minha mãe foi ao banheiro e meu pai foi no balcão pedir um café. eu continuei procurando alguma tranqueira diferente que talvez valesse a pena comprar (aparentemente, não achei). eis que eu vejo que meu pai tá conversando com uma mulher que eu não reconheci. papai é realmente muito simpático, daqueles que faz amizade com as pessoas em questão de segundos, mas dava pra ver de longe que ele não tava confortável com a situação. daí que eu comecei a encarar os dois, né. de repente, sem mais nem menos, a moça deu um soco no braço dele. de um jeito amigável, dando risada e tal. mas, como eu disse, ela era desconhecida. meu pai tava em choque. eu fiquei em choque. "por que diabos tem uma maluca batendo no meu pai no meio da loja de conveniência do posto de gasolina?????? e nem é na cidade em que a gente mora??????".

e eu me aproximei dos dois, sem entender absolutamente na-da. meu pai tava rindo, mas ao mesmo tempo ele tava com cara de total desespero, tava estampado na testa dele o pedido de socorro. quando eu cheguei perto, ouvi a mulher dizendo "é claro que você é o pavão! você é ele, não é? lógico que é!". demorou um tempinho, mas aí eu entendi: meu pai tava sendo confundido com outra pessoa. mas a moça tinha plena convicção de que ele era sim obviamente com toda a certeza o bendito do homem conhecido como PAVÃO. ela tava tão confiante que perguntou pra mim e pro atendente "gente, é o pavão esse aqui, não é?" e continuou incrédula quando eu disse que não. o atendente provavelmente tava entendendo menos do que nós, mas as moças do caixa, ah... elas tavam rolando de rir.

então eu comecei a rir também. discretamente, pra moça não ficar sem graça, mas aquilo tudo tava tão surreal que eu não fui capaz de manter a pose. minha mãe voltou do banheiro já rindo um pouquinho e perguntando o que tava acontecendo, porque de lá ela sabia que tinha algo rolando. eu não me aguentei e corri pro fundo da loja, pra poder dar risada. mas não foi uma risadinha normal, contida, discreta. foi uma gargalhada tão alta e tão natural que as lágrimas escorriam sem parar pelo meu rosto, minha barriga já tava doendo e eu não conseguia parar. a moça que me perdoe pela falta de sensibilidade para com ela, porém: tava impossível.

gente... segundo ela, o tal do pavão era um instrutor (ou dono, já não sei mais) de academia, novo, bombado. meu pai, na época, tava beirando seus sessenta aninhos. não que ele seja um senhor acabado, mas ele também tá longe de ter corpo de ~maromba~. como é que a moça tava jurando de pés juntos que eles eram a mesma pessoa??????? e, pra melhorar, meu pai pensou que fosse uma pegadinha quando a mulher abordou ele daquela forma, tão espontânea, como se conhecesse ele desde sempre. MEU PAI PROCUROU AS CÂMERAS DENTRO DA LOJA, de tanto que ele tava em choque jurando que aquilo não era real HAHAHAHAHAHAHAHAHAH

eu nunca ri tanto quanto nesse dia. nada na minha vida superou o grau cômico dessa cena. uma mulher maluca, desconhecida, abordando meu pai em outra cidade por achar que ele era um tal de pavão professor de academia. é aquele tipo de coisa que parece piada, que parece invenção, mas que AINDA BEM que é verdade. se eu pudesse voltar no tempo, eu cogitaria reviver esse momento, viu? QUE COISA MARAVILHOSA, meus amigos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ei, let it go

ouvi dizer que quando você sonha com uma pessoa, é porque ela tá pensando em você. não sei se acredito nisso, acho meio absurdo. ainda mais se levarmos em conta a quantidade de pessoas diferentes que passam pelos nossos sonhos toda noite. mas escolhi levar isso a sério agora, porque só isso explica o fato de eu estar sonhando com a mesma pessoa, que nem faz mais parte do meu círculo social, toda santa noite.

não falo com o ser humano há anos, não vejo o ser humano há mais tempo ainda. não tem mais nada a ver, na-da. mas, ainda assim, somos muito amigos nos meus sonhos. a relação é ótima, a gente conversa e dá risada, sempre, não importa se a situação é corriqueira ou absurda. (normalmente é absurda, eu nunca sonho com coisas normais. por exemplo, houve uma época em que eu sonhava pelo menos uma vez por semana que meus dentes caíam todos. li que isso significava que alguém ia morrer, mas continuou todo mundo bem vivinho ao meu redor...)


o esquisito desses sonhos é a gente se relacionar de forma tão legal, tão amigável. faz tanto tempo que a gente não se comunica, muito menos de um jeito bacana, que eu acordo dando risada. acho engraçada essa normalidade toda, ela provavelmente não seria possível na ~vida real~. enfim. ei, pessoinha: provavelmente não dá pra levar isso a sério, é claro, mas se por um acaso esse negócio que eu falei aí em cima for real, cê não me tira da cabeça nem por um minuto, hein? 

se eu parar pra pensar muito no assunto, é capaz de eu enlouquecer. então tô contando com o fato de você finalmente parar de circular pelos meus sonhos depois que esse post terminar, tá? comigo as coisas funcionam assim, elas costumam se resolver, pelo menos um tantinho, quando eu escrevo sobre. let's hope it works.

domingo, 1 de novembro de 2015

a pior de todas (até agora)

caras, é muito chato viver reclamando, mas fica muito difícil de evitar quando se tem uma professora dessas...

eu curso português e inglês, né. o inglês tá sendo a maior decepção da faculdade, porque tá mesmo bem ruim. as matérias são fuén, os professores são piores ainda. falta motivação, falta coerência, falta bom senso. tá complicado. (ainda que a vibe pollyanna me faça acreditar que, no fim das contas, vai valer a pena!)

mas não posso esquecer que:

enfim. o caso é que tem uma professora em especial que olha........ a mulher deve tá de brincadeira, não é possível. a matéria que ela ministra se chama descrição e análise morfossintática do inglês. só o nome já assusta, né. mas, sendo uma área que é do meu interesse (sim, sou dessas), a matéria tinha tudo pra ser boa, ainda que difícil pra caramba.

o problema é que essa já é a segunda prova que a professora passa sobre um conteúdo que não foi abordado em sala de aula. aliás, pouquíssimas coisas foram abordadas em sala de aula. a mulher não dá aula. ou ela inventa uma atividade qualquer de última hora pra ocupar a aula inteira, ou ela fala pros alunos darem a aula (!), ou ela dispensa a turma por conta de um congresso... mas ela ir lá na frente e ensinar o conteúdo: nope, nunca vi.

daí que na última aula, depois da tal segunda prova citada ali em cima, a bonitona teve a pachorra de falar "então, eu percebi que vocês tiveram certas dificuldades com os textos, né...." HAHAHAHAHA gata, me poupe. é óbvio que a gente sentiu dificuldade, é óbvio que mó galera deixou de entregar a prova, é óbvio que ninguém sabia do que tava falando ao responder aquelas questões. cê não pode passar textos imensos sobre <<gramática cognitiva>> <<em inglês>> <<sem explicar>> e esperar que os alunos, que nunca viram aquilo antes, entendam o que tá escrito!!! pra completar, ela disse "acho que é bom dar uma revisada então, pra sanar as dúvidas" e começou a explicar (mal e porcamente) a matéria. depois que a gente já tinha feito a bendita da prova. é muita cara de pau, putaqueopariu.

sem contar que ela já fez uns três cronogramas diferentes pra essa matéria e nunca, nem uma única vezinha sequer, seguiu nenhum deles, independente de quantas mudanças ela tenha feito.


minha faculdade tá lotada de professor picareta, mas igual a essa: ainda não vi. cê quer dar sua aula nas coxas? ok, cê que sabe. mas, pelo amor do deus da coerência, N Ã O cobre dos seus alunos o conteúdo que você não passou. ninguém é obrigado a aprender o que você não ensinou.