sexta-feira, 21 de abril de 2017

"já que tá todo mundo fazendo..." ¯\_(ツ)_/¯

como eu sou meio contra esse tipo de coisa no meu* facebook, me recuso a postar isso lá. mas é aquela velha história, né: nois tem blog em pleno ano de 2017 pra passar vergonha mesmo, não tem outro jeito. então é óbvio que vai ter correntinha da  moda por aqui, né? 

* no seu cê faz o que cê quiser, inclusive postar corrente todo dia se isso te fizer feliz ;)

são 9 verdades e 3 mentirinhas, vamos lá:

1) ganhei meu primeiro celular com 8 anos

2) me perdi no beto carrero quando eu tinha 3 anos e fiquei 1 hora sumida pelo parque

3) expliquei pra uma canadense dentro do mercado que o brasil fica na américa do sul e não na europa

4) no ensino fundamental, quase rompi os ligamentos do dedão quando uma amiga sentou em cima da minha mãozinha

5) amo andar de chinelo na rua, acho super confortável

6) passei de primeira na prova prática da auto escola mas não dirijo nem por um decreto, tenho pavor de pegar no volante

7) já encarnei a pequena sereia e a princesa do conto de fadas da princesa e a ervilha em 2 feiras culturais diferentes

8) eu era ótima em geografia, sempre tirava notas boas sem muito esforço

9) sou tão medrosa que, quando pequena, assisti a um episódio específico do desenho do scooby doo e fiquei traumatizada por vários dias por causa do monstro

10) tirei os quatro dentes do siso de uma única vez e o processo todo não durou nem uma hora

11) já quis alargar a orelha, fechar os braços com tatuagem e colocar piercing no lábio

12) só consigo beber água na garrafinha, tenho agonia de beber no copo


talvez nem minha mãe acerte todas as mentiras, fica aí o desafio ^^ (e eu nem tô esperando que alguém comente com a resposta, pra ser bem sincera. tô só lançando a curiosidade no ar e soltando algumas infos sobre a minha pessoinha de forma misteriosa mesmo.)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

é hora de jogar o lixo fora de uma vez por todas

vamos aproveitar o momento pra falar sobre relacionamento abusivo aqui nesse canal bloguinho, migas? ;)

pra começo de conversa, é sempre bom lembrar e deixar bem claro que violência contra a mulher não é só física. não é só soco na cara e estupro num beco escuro. você, boyzinho que compartilha nude com os brother sem o consentimento da menina, tem tanta culpa no cartório quanto qualquer outro. você que segura a menina pelo braço na balada quando ela fala que não tá afim de te beijar e só solta depois que ela ~prova que tem namorado~ também tá sendo violento. e você que fica falando por aí que a sua ex era louca, descontrolada e espalha um monte de bobagem sobre a menina? pois é, meu bem: violento também. e o marido que controla o cartão de crédito da esposa e joga na cara dela que quem coloca comida na mesa é ele, então ela não tem nem que opinar? desse aí eu não preciso nem falar, né? 


isso estando esclarecido, podemos seguir em frente.

* * *

o meu antigo relacionamento durou mais de dois anos e meio. nós eramos adolescentes, ainda estávamos na escola, então era muito diferente do que é agora. nenhum de nós tinha muita noção do que era a vida real, a gente ainda dependia dos nossos pais pra praticamente tudo... era um namorinho de escola, mas pra mim era a coisa mais essencial do mundo. na minha cabeça, ele era o que eu tinha de mais importante. e o verbo é esse mesmo, ter. a gente se achava dono um do outro, era sentimento de posse de verdade, uma coisa bem problemática.

como já dá pra perceber, o relacionamento era abusivo. mas não tinha nada de físico não. ele não era violento, não me xingava, não gritava comigo, não me forçava a nada... enfim, não tinha nada visível aos olhos dos outros - e nem aos meus, pra ser bem sincera. na época eu acreditava que aquilo era normal, que era a única forma possível pra um namoro acontecer. porque essa era a minha única realidade e eu não tinha uma referência pra me pautar, então pra mim era daquele jeito que as coisas eram e pronto. eu achava normal que a gente controlasse o que o outro fazia. eu achava normal que ele quisesse me impedir de ter certos amigos, porque tinha ciúmes. assim como eu achava normal falar pra ele que não era pra ele conversar com tal pessoa simplesmente porque eu não queria que ele fizesse aquilo. eu também achava normal que ele me pedisse permissão pra fazer algumas coisas, ou pelo menos me avisasse com uma semana de antecedência antes de ir em algum lugar, ou de cortar o cabelo, ou de comprar uma roupa. e, obviamente, pra mim também era normal fazer esse tipo de coisa. 

a gente brigava tanto, mas tanto, que teve uma época que a gente praticamente só se falava pra arrumar confusão mesmo. eu lembro de um dia em específico que a gente tava brigando pelo telefone por causa de ciúmes e eu tava sentada na minha escrivaninha, chorando e falando um monte de coisa, até que eu me olhei no espelho e pensei "o que é que eu tô fazendo da minha vida?". aí eu comecei a perceber que devia ter algo errado no nosso relacionamento, não era possível que namorar era um troço tão sufocante daquele jeito. também não era possível que meu namorado ficasse ofendido e irritadíssimo se eu tirasse notas mais altas que ele. "o professor só te deu nota mais alta que a minha porque você é menina e ele quer te agradar", ele disse uma vez. e eu cheguei quase a concordar, mas fiquei com aquela pulga atrás da orelha. "ué, o que tem a ver uma coisa com a outra? tá ficando doido, rapaz? tirei nota alta porque acertei tudo, pronto e cabô". mas não comprei essa briga não, a gente já brigava demais por causa dos amigos que eu insistia em ter mesmo que ele falasse que não era pra eu falar com essas pessoas...

daí eu cheguei no meu limite e nosso namoro terminou. não brigamos na hora do término, nós dois sabíamos que aquela era a melhor das escolhas, mas mesmo assim não foi fácil. foi difícil pra caralho. a gente tava tão dependente um do outro que parecia um absurdo não estarmos mais juntos, não estarmos mais controlando os passos um do outro. tanto é que mesmo separados, mesmo que ele já estivesse com outra menina, ele ainda vinha dar pitaco na minha vida e reclamar de quem eu beijava ou deixava de beijar. olha, não tá escrito o tanto que eu me ofendi quando o rapaz veio falar "você disse que nunca ficaria com ele quando eu disse que tava com ciúmes e agora você ficou, eu não acredito que você fez isso, você tá muito mudada". a gente já tinha terminado há meses, ele tava em outro relacionamento e ainda se sentia no direito de opinar sobre coisas que não tinham nada a ver com ninguém além de mim. isso porque a gente passou muito tempo acreditando que tínhamos o controle sobre a vida um do outro. mas ali eu já sabia que a coisa não era bem assim. e que, por sinal, um relacionamento saudável devia ser bem diferente daquilo.

aí nós paramos de conversar de vez porque já não tinha mais como sustentar aquela relação esquisita. depois de um tempão, no ano seguinte, eu comecei a me relacionar com o meu namorado atual. e vocês não fazem ideia do quanto eu penei pra deixar pra trás todos os maus hábitos do relacionamento passado...

eu sofri muito até entender que a gente não era dono um do outro, que a gente só namorava. pra mim era um absurdo que ele saísse e só me avisasse depois, sem me contar com antecedência o que ia fazer e por que ia fazer. eu queria narrar todos os meus passos pra ele, mas ele não sentia necessidade de ficar me falando tudo que tava fazendo. aliás, outra coisa que eu fazia no começo era querer saber tudo que ele tava pensando, porque com o meu ex era assim. até que ele me disse "acho que não tem necessidade disso, né? o que tá dentro da nossa cabeça é problema nosso, não é de mais ninguém". aquilo foi um balde de água fria tão grande bem no meio da minha cara que me deu até vergonha. eu acreditava que meu namoro era saudável, e era mesmo, mas eu ainda tava toda contaminada com os erros de antes. e demorei muito pra conseguir me livrar de todo aquele lixo psicológico que tava impregnado em mim. sendo bem sincera, ainda hoje eu me pego tentada a fazer/falar certas coisas que tão longe de fazer parte de um namoro saudável. mas a gente segue firme e forte na caminhada rumo à desconstrução, ainda que ela seja bem dolorosa.

e eu disse tudo isso pra falar que abuso psicológico é um troço muito doido e muito perigoso também. a gente não percebe, porque não deixa mancha roxa pelo corpo, mas é um negócio que te suga aos poucos pra dentro de um buraco sem fim. e quando cê chega lá embaixo, no fundo mesmo, cê acha que nunca vai conseguir sair. eu sentia um ciúmes desgraçado do meu namorado atual, sem motivo algum, só porque eu tava acostumada com isso. e ficava indignada por ele não brigar comigo quando eu conversava com algum menino que ele não conhecia. achava que ele não gostava de mim o suficiente pra se importar. é muito louco isso, né? enxergar o ciúmes como algo nocivo e não como algo bom foi um processo bem lento por aqui. precisei conversar muito com o meu namorado pra conseguir assimilar que amor e sentimento de posse são coisas absolutamente distintas. e, pra minha sorte, ele me ajudou absurdos nessa questão (e em tantas, tantas, taaantas outras).

hoje eu olho pra trás e vejo o tanto que eu mudei e cresci desde o meu relacionamento anterior. na época eu sabia que era ruim, mas acreditava que era daquele jeito que tinha que ser. ouvi muitas vezes das pessoas ao nosso redor que do jeito que eu era chata, só o meu ex mesmo poderia me aguentar. talvez isso tenha me influenciado a insistir no erro por tanto tempo... e o mais bizarro foi a reação das pessoas quando nós terminamos. elas diziam que nós eramos um casal perfeito, que não fazia sentido o namoro ter terminado. mas o relacionamento já tava horrível, desgastado, asfixiante. doía só de pensar. mas como os abusos (de ambos os lados) eram só psicológicos e não físicos, ninguém conseguia ver o quanto aquilo fazia mal pra gente.

se eu que não tenho nenhum trauma sério terminei de escrever isso aqui chorando e com uma dor de cabeça absurda, não quero nem pensar em como meninas que sofreram muito mais do que eu se sentem em relembrar e remexer nesse tipo de relacionamento... mas é importante que a gente faça isso. seja pra ilustrar a realidade das mulheres, seja pra ajudar alguém a enxergar a situação pela qual ela tá passando, ou seja só pra jogar fora esse lixo que a gente ainda guarda aqui dentro. dói bastante, mas no fim das contas faz bem.

que nós mulheres tenhamos cada vez mais força e mais apoio umas das outras pra sairmos desses relacionamentos problemáticos e conseguirmos seguir em frente com as nossas vidas de forma saudável. ESTAMOS JUNTAS! ♀

#euviviumrelacionamentoabusivo
#mexeucomuma #mexeucomtodas

quarta-feira, 12 de abril de 2017

desafio da vez: escrita e narrativa

é com muito orgulho e com um alívio tremendo que eu digo que: cheguei no meu quarto ano de graduação! (pro meu azar o meu curso dura cinco, mas gosto de ver pelo lado positivo e pensar que, finalmente, estou chegando ao fim dessa trajetória interminável.)

uma das coisas que mais me incomodavam no curso é que nós não temos nenhuma matéria de escrita. ok, eu entendo a vibe da minha faculdade, entendo que eles tão interessados em formar pesquisadores e não escritores, mas sempre achei que essa "não importância" era meio preocupante. e quando eu digo que faltam matérias de escrita eu não digo de escrita criativa, pra criar história de ficção. tô falando de redação mesmo. de novo, eu entendo o porquê de não existir essa matéria na grade obrigatória do curso, mas ainda assim acho bem ruim que profissionais de letras, que vão trabalhar diretamente com o texto escrito, passem cinco anos sem isso. MAS OK, SEGUE O BAILE, SAÍ DO ASSUNTO, O POST NEM É SOBRE ISSO.

eis que, ao me inscrever nas matérias pra esse semestre, eu descobri a existência de uma disciplina chamada escrita e narrativa em inglês, que faz parte da grade de optativas livres da minha habilitação. eu não pensei duas vezes: me inscrevi na hora! o sistema me agraciou com a vaga nessa turma e cá estamos nós cursando a disciplina.

antes de mais nada é preciso dizer que: o inglês, apesar de ser uma das habilitações mais concorridas e com o maior número de vagas na letras, é também uma das que tem mais problemas com falta de professores. ou seja, não há professor suficiente. então, consequentemente, nem todo semestre abrem todas as matérias pra gente cursar. sendo assim, essa é a primeira vez em uns cinco ou seis anos que essa matéria tá sendo dada. o que significa que eu me matriculei absolutamente no escuro, sem fazer a menor ideia do que ia encontrar ali. e como já era de se esperar eu fui um tantinho ingênua... (quando não, né, mores? ¯\_(ツ)_/¯)

o professor é novinho, todo ~descolado, deu até um curso de extensão sobre fanfic há um tempinho. e o conteúdo da aula também é um amorzinho, a gente basicamente estuda como se deve construir uma narrativa. personagens, ambientação, diálogos, etc etc etc. tudo bem legal. o problema mesmo tá no método de avaliação. a gente vai ter que escrever um conto de ficção em inglês de no mínimo duas mil palavras. e é isso. SIM, serei avaliada e ganharei uma nota de 0 a 10 em cima de um conto de ficção escrito em inglês HAHAHAHAH deus me ajude!

antes que alguém fale alguma coisa: eu sei que isso não é um problema de verdade. já tive muita matéria com método de avaliação horroroso (tipo fazer 20 páginas de análise filológica sobre um documento escrito a mão do século 16), mas não é muita responsabilidade deixar a nota do semestre todinho só nisso??? gente, eu já tô apavorada. eu gosto de escrever, vivo inventando história na minha cabeça, já tenho a minha história definida pra escrever o conto, mas ainda assim não me sinto boa o suficiente pra isso. até porque eu nem sei qual exatamente vai ser o critério do professor, né? acho difícil, mas já pensou se o cara for avaliar simplesmente de acordo com o que ele gostou ou não? "ah, bem legal sua história mas achei essa personagem aqui meio chata, nota 7.5 pra vc"???? aí fodeu.

mas de qualquer forma acho que vai ser uma experiência divertida. a versão final só vai ser entregue pro professor lá em junho, então tenho bastante tempo pra trabalhar no texto e conseguir criar algo legal o suficiente pra tirar uma nota decente. caso a minha short story seja realmente bacana, pode ser que eu dê um jeito de divulgar por aí nesse mundinho das internets. 😉

sábado, 8 de abril de 2017

16. "sabia que eu sou tagarela?"

uma das minhas funções no estágio novo é acompanhar duas menininhas pequenas, separadamente, enquanto elas fazem as tarefas de inglês. a gi tem 5 aninhos e é descendente de japoneses, a nina tem 6 e é descendente de coreanos. por mais que a japonesinha seja uma graça, a coreana é apenas o amor da minha vida e a salvação da minha semana. essa menina é um absurdo de tão maravilhosa.

no nosso primeiro dia juntas ela já começou me avisando que não parava de falar. sendo ela uma criança muito sábia, tinha consciência de que já era melhor me avisar logo no começo que ela era tagarela mesmo e eu não podia fazer nada a respeito, apenas aceitar a vida como ela é. e a menina realmente não para de falar nem por um segundo, é impressionante. às vezes fico meio agoniada, porque vai dando a hora do pai dela chegar pra buscar os filhos e ela ainda não terminou as lições, mas nada que um "nina, seu pai vai chegar daqui a cinco minutos!" não resolva ;)

o tanto de risada que eu dou com essa criança não tá escrito! aliás, ela mesma já fala rindo porque sabe que é engraçada, por mais que às vezes eu tente manter a compostura pra ver se com a minha cara de séria ela se convence a parar de graça e voltar a fazer os exercícios. spoiler: nem sempre funciona.  ¯\_(ツ)_/¯

dia desses, enquanto ela fazia as lições em classe, eu tava corrigindo as lições de casa que ela trouxe. de repente senti que tinha algo diferente no ar. quando levantei os olhos do papel, dei de cara com ela a pouquíssimos centímetros de mim, segurando o riso, só esperando eu perceber que ela estava ali. é claro que eu me assustei quando vi e a doida desatou a gargalhar, como se aquela fosse a coisa mais engraçada do mundo. e naquele momento foi mesmo. deu vontade de roubar essa criança pra mim e não devolver nunca mais <3

é incrível o quanto a gente se apega rápido quando a criança é cativante, né? parece que a gente se conhece há tempos, de tanto que eu gosto dela. são cinquenta minutos juntas ensinando, aprendendo e rindo sem parar. é muito mais do que só o inglês. ela me pergunta o significado das palavras que não conhece (esses dias ensinei pra ela o que era uma empadinha e o que significava chamar uma pessoa de abelhuda) e ela me ensina como fala algumas coisas em coreano. eu obviamente não aprendo nada, mas ela se convence de que é uma ótima professora mesmo assim. aliás, a criatividade da menina é tanta que ela me ensinou como se desenha um porquinho sem usar nem lápis nem papel, só descrevendo quais os traços se deve fazer pro porco aparecer. achei genial, porque eu realmente consegui visualizar um porquinho na minha cabeça hahaha

às vezes eu me arrependo um tantinho por ter aceitado esse estágio de auxiliar de professora, é cansativo pra caramba passar a tarde inteirinha corrigindo lição e tirando umas dúvidas absurdas dos alunos que na maioria dos casos nem queriam estar ali. mas aí eu lembro que se não tivesse começado a trabalhar ali eu provavelmente jamais teria conhecido essa pequena maravilhosa e fico mais aliviada. nem sempre eu tô motivada a ir pro trabalho feliz, mas pelo menos de terça e quinta eu tenho um gás a mais, porque sei que a nina vai estar lá pra me proporcionar os melhores momentos da semana.

ela não faz a menor ideia disso, mas sempre que pega na minha mão ou me conta alguma coisa aleatória sobre o dia dela na escola o meu coração fica quentinho, quentinho. :)