sábado, 21 de novembro de 2020

a boa filha a casa torna

 4. escreva sobre sua família.


desde que eu passei a morar com o boy, no comecinho de agosto, eu só fui pra casa dos meus pais uma vez, no dia dos pais.

eles vieram aqui visitar a gente umas três vezes nesse meio tempo, mas o inverso é mais complicado. não temos carro e não faz muito sentido pra mim pegar metrô e trem no meio de uma pandemia sendo que eles vêm até aqui de bom grado, sabe? ainda mais considerando que a linha rubi, também conhecida como a pior linha de trem da cidade de sp, é tão insalubre que, possivelmente, foi lá onde o coronavírus nasceu...

até que chegou o dia da eleição e eu não pude mais fugir, precisei encarar mais essa aventura correndo riscos sanitários. nós ainda votamos lá por aqueles lados, bem pertinho de onde nossos pais moram, então foi a oportunidade perfeita pra apertar o número 50 na urna e visitar a família.

fomos pra lá no sábado no fim da tarde e já fizemos o serviço completo: jantamos com os pais do namorado, depois fomos dormir nos meus pais.

chegamos tarde lá em casa, já era umas 23h. pensei que meu pai estivesse dormindo (ele é desses que acorda 5 da manhã sem necessidade alguma e às 20h já tá cochilando enquanto finge que tá vendo o jornal), mas o bichinho tava lá, firme e forte, acordadaço esperando a gente chegar. inclusive usando roupa normal, e não pijama, porque era uma ocasião especial e ele tinha que estar vestido de forma decente. vê se eu aguento isso? kkkk

minha mãe é muito carinhosa, não perde a oportunidade de dizer que ama e de encostar na gente. ela gosta de abraço, de beijo, de deitar junto pra ver tv ou conversar. então com ela é tudo mais fácil: diz sem problema algum que tá com saudade, chora quando revê e me recebe de pijama, porque não faz sentido ficar de outra forma no sofá de casa me esperando tão tarde da noite. já o meu pai não é desses que demonstra afeto de um jeito tão claro. ele faz o que for por você, não mede esforços jamais, mas não é do time que encosta muito ou que diz abertamente o que sente. 

porém todas as vezes que a gente se encontrou desde agosto, ele me abraçou forte de um jeito que nunca tinha feito antes. papai só dava abraços em dias importantes: aniversário, natal, formatura... não num dia qualquer. agora, todo reencontro é especial. tão especial que ele, que tinha mesmo acordado 5h da manhã, dormiu de tarde só pra conseguir ficar acordado até mais tarde com a gente.

aliás, ficamos todos conversando até depois das 2 da manhã. a saudade faz coisas impressionantes.

no dia seguinte, meus pais (que foram votar de manhãzinha, numa escola que fica literalmente do outro lado da rua!) nos agraciaram com uma mesa de café da manhã de hotel. isso porque tomar café junto, principalmente de domingo de manhã, era uma das nossas tradições familiares. sentávamos à mesa do café umas 9 e pouco e ficávamos, de preferência, até perto do meio dia, comendo bem devagar. quer dizer... quem chegava essa hora era eu e minha mãe, né. meu pai já tinha tomado café há tempos, mas continuava ali com a gente, fazendo companhia e beliscando uma coisa ou outra (até porque, se você come um pão com manteiga às 6h, às 10h já tá na hora de comer de novo). a gente comentava o que tivesse passando na tv e falava sobre bobagem e assunto sério, tudo ao mesmo tempo. nos nossos cafés de domingo tinha desde discussão filosófica e política até história engraçada de fazer chorar de rir. a família é eclética, se a gente tá junto não tem tempo ruim.

semana que vem, no segundo turno da votação, o reencontro vai ter um charme a mais: meu irmão também estará presente. ele mora em outro estado, a última vez que a gente se encontrou esse ano foi em janeiro. meus pais tinham marcado de ir na casa dele em março, mas a pandemia aconteceu e os planos foram todos por água abaixo. agora, quase um ano inteiro depois, nós quatro estaremos novamente sentados juntos ao redor da mesa.

imagina se meus pais já não tão contando os segundos igual criança em véspera de excursão na escola... ♡


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pra ler os posts anteriores do desafio dos 30 dias, clica aqui!

(kkkkkkk não sei nem se eu posso continuar chamando de desafio, sendo que tô cumprindo assim, sem nem 01 pingo de vergonha na cara... mas é o que temos pra hoje ¯\_(ツ)_/¯)

Um comentário:

  1. Que família fofa!!! Meu deus, seu pai esperando vocês chegarem, ABRACE ESTE HOMEM POR TODOS NÓS.

    Minha mãe é muito igual a sua nesse sentido do contato físico e de ser mais aberta emocionalmente.

    Adorei a tradição do café da manhã, minha refeição favorita do dia.

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