domingo, 20 de outubro de 2019

é aventura que você quer, dora?

no final de setembro, o digníssimo e eu viajamos pra comemorar mais um aniversário de namoro. 6 anos. é tanto tempo que às vezes eu até desacredito. ainda mais considerando que fica melhor a cada dia que passa. nem sei o que foi que eu fiz de tão bom pra merecer uma coisa dessa, sinceramente. ♡

nós fomos pra campos do jordão, o destino mais clichê possível pra uma viagem de casal. mas a gente resolveu tentar não fazer tudo o que todo mundo sempre faz quando vai pra lá. é claro que comemos fondue e tomamos chocolate quente no centrinho da cidade, afinal de contas já que estávamos lá não dava pra perder essa chance, porém não fomos em praticamente nenhum ponto turístico. a cidade é pequena, então não dá muito pra fugir de certas coisas, mas o boy se esforçou pra fazer a viagem ser diferenciada.

então apesar de ali ser um lugar romântico, voltado pra casais em clima de lua de mel, e de nós estarmos justamente comemorando o nosso aniversário de namoro, a gente meio que mudou o esquema.

saindo de são paulo pra lá, de carro, existem algumas opções de caminho. é claro que o meu consagrado escolheu pegar o mais longo, com a estrada mais rústica. saímos cedinho, tomamos café em uma cidade ao longo do trajeto, depois paramos pra almoçar em santo antônio do pinhal, já mais pertinho de campos. a aventura começou ali, quando resolvemos conhecer um morro que tem vista panorâmica da cidade. o lugar é super alto, as pessoas vão ali pra saltar de parapente inclusive. só que a estrada pra chegar é UÓ. foram momentos de tensão, eu achei que o carro não ia aguentar. é claro que a gente riu o tempo todo, mas foi de puro desespero, porque além de tudo nenhum dos dois tinha sinal no celular. ou seja, se o carro arriasse não ia dar nem pra pedir socorro. e não passava quase ninguém naquele caminho, parecia que só a gente tinha inventado de conhecer aquele lugar. a estrada até o alto do pico devia ter uns 10 km, mas era tão tensa que demoramos uma eternidade pra chegar. pedi ajuda aos céus em diversos momentos pra sairmos ilesos daquele sufoco, foi ótimo.

e valeu a pena cada segundo de desespero, a vista era absolutamente incrível.

pico agudo - santo antônio do pinhal

infelizmente a foto não consegue captar nem 10% da realidade. isso aí ao vivo é de encher os olhos. faz a gente se sentir minúsculo e gigante ao mesmo tempo. sei nem explicar...

no dia seguinte, ainda nas vibes da dora, a aventureira, o boy me convenceu a fazer uma trilha de quadriciclo com 1h30 de duração. meu pai amado!!! ele veio com essa ideia umas 2 semanas antes da viagem e eu meio que desconversei, não aceitei nem recusei. mas no fundo eu não queria. morro de medo dessas coisas (de todas as coisas do mundo, na verdade). imagina só que loucura me botar em cima de um quadriciclo e me fazer rodar por aí, eu hein, tá doido? descabido demais. mas ele queria muito.

no fundo, eu sabia que não ia correr nenhum risco de verdade. e o bichinho faz tanta coisa só porque eu quero... então não consegui dizer não. respirei fundo, engoli o pavor e subi na garupa da motoca (porque acho que eu não saía pilotando nem por dinheiro, na moralzinha).



minha perna tava mole só de subir no quadriciclo, antes mesmo de o passeio começar. passei por fortes emoções nessa 1h30. me agarrei na cintura do boy como se minha vida dependesse disso (e meio que dependia, né? se eu caísse dali só deus sabe). a trilha passava por umas estradas de terra, depois entrava no meio da mata, tinha um monte de pedra, lama e poça d'água, era tudo esburacado... aventura real oficial.

mais uma vez, não cruzamos com mais ninguém pelo caminho. nessa trilha que nós fizemos, só tinha a gente e o guia. tô tão acostumada com o caos que é são paulo, sempre tendo que dividir o meu espaço pessoal com outras pessoas - olá, transporte público! - que me dá uma sensação esquisita quando não tem ninguém em volta. é uma paz de espírito misturada com "mas será que isso tá acontecendo de verdade ou é tudo coisa da minha cabeça? porque não é possível que só tem a gente aqui".

subimos 2 morros, uma vista mais bonita que a outra, mas a perna tremia sem parar. foi divertido, gostei bastante da experiência, inclusive recomendo. mas é algo que eu não faria sozinha jamais. provavelmente também não faria com nenhuma outra pessoa, só com ele mesmo. acho que só esse homem é capaz de me convencer a passar por esse tipo de situação estapafúrdia. aliás, todas as vezes que eu saio da minha linda e confortável bolha de proteção é porque ele tá do lado, me dando a mão, me convencendo de que vale a pena a gente se arriscar um pouquinho.



depois passei dias com o corpo completamente dolorido dos solavancos do passeio. dor nas pernas, nas costas, nos ombros. parecia que eu tinha corrido uma maratona, mas foi só a tensão misturada com o sacolejo da motoca mesmo...

infelizmente a viagem só durou o fim de semana, vida de proletariado não permite mais do que isso. mas a natureza deu uma ajudinha pra fechar com chave de ouro e a gente se despediu de campos do jordão com um pôr do sol tão bonito que deixou o coração quentinho.

#nofilter

já tô ansiosa pra saber o que me espera no nosso 7º aniversário. socorro. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário